Pesadelo

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Aquele lugar dava calafrios em S/n, nunca viu nada parecido. A névoa esverdeada cobria o chão seco e barulhento ao seu redor, as árvores por mais mortas que pareciam estar estavam úmidas e um líquido pegajoso pingava na garota.

Ela virou o corpo em busca de alguém ou uma saída e seu corpo paralisou ao ouvir a voz baixa de alguém lhe chamando.

– S/n, querida...

Aquela voz era muito bem conhecida por ela,  se tratava de Eddie. Seu garoto,  seu namorado.

– Eddie? Cadê você? Eddie,  eu estou com medo... – A voz de S/n falhou ao dizer aquilo, o ar daquele lugar era amargo.

Um silêncio suspeito e pesado foi o que ela recebeu como resposta,  e a garota sentiu vontade de chorar. Foi quando viu uma sombra enorme e estranha aparecer por trás da neblina, parecia que estava se arrastando e definitivamente não era humana.

– Eddie?

– S/n!

Aquele voz não era mais de Eddie, e a reação da garota foi correr, mas era como se as raízes daquelas árvores a puxasse e a sombra estava cada ve mais perto.

– S/n! – A voz de Eddie voltou,  mas dessa vez alta e desesperada de uma forma que fez os ossos de S/n doerem.

Quando conseguiu voltar a correr, foi questão de segundos quando ela tentou olhar para trás a procura da sombra e depois voltou o olhar para frente,  mas era tarde demais. Ela mergulhou na escuridão do buraco gigante que não havia visto e quando atingiu o fundo sentiu seu corpo estalar de dor.

Ela tossiu e rolou para o lado, gemendo de dor, foi quando seu braço esbarrou em algo. Foi quando ela arregalou os olhos e se jogou para trás, apavorada com o que poderia ser.

Aos poucos sua visão foi ficando clara e ela conseguiu entender o que era. Um corpo.

Para ser mais claro, o corpo em decomposição de Eddie.

– Não, não, não, não...

– S/n! – Mais uma vez alguém a chamou, e foi como a sensação de um choque. De repente não estava mais em um buraco em um lugar onde a sensação de morte lhe consumia.

Estava na cama de Eddie, no trailer do rapaz, que lhe encarava com uma cara de espanto na beira da cama.

– Está tudo bem, você está em casa.

A garota sentiu seus olhos pesados de lágrimas ao escutar aquilo.

Olhando em volta, percebeu a guitarra e os pôsteres de banda na parede de seu namorado,  a bagunça de roupas pretas e meias sujas caindo de baixo da cama, e algumas fotos dela que ele mesmo havia tirado em cima do cômodo perto deles. É,  ela estava mesmo em casa.

– Olhe só. – Eddie disse cuidadoso e se aproximou de braços abertos. – Foi tudo um sonho. Ou melhor, pela sua reação,  um pesadelo.  Daqueles sinistros.

S/n concordou com a cabeça e afundou o rosto no peito do namorado, e sentiu o coração dele acelerado.

– Eu dormi?

– Sim, eu que te trouxe para cá, eu te falei para não tentar no ritmo de Steve por que por mais festeiro que um dia ele foi ele não sabe beber, o bom é que ele nos dá entretenimento... Você perdeu bastante coisa.

– Imagino. – Respondeu rindo e com a ajude dele saiu da cama.

– Já é meia noite.  – Ele falou baixinho a puxando de volta.

– É?

– Feliz ano, amor.

– Feliz ano novo, meu garoto.

– Acho que é a primeira vez em um bom tempo que eu comemoro o Natal, ano novo, essas coisas de verdade sabia? E sabe porque?

– Por que? – S/n afastou alguns cachos do cabelo volumoso dele de seu rosto, o enxergando melhor.

– Por causa da sua companhia.

Um sorriso cresceu nos lábios de S/n, e os olhos de Eddie brilharam com aquela visão.

– Mas não se ache muito.

– Tendo você como namorado? Impossível.

Imagines | Eddie Munson [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora