7 - Simulation ⊰⊹

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— Você não precisa se preocupar tanto, Sasuke — ela diz — é só você ser você mesmo.

Já estamos em casa e prontos para dormir, mas não consegui pegar no sono de jeito nenhum, odeio me sentir ansioso para algo, era um sentimento inútil que odeio ter. O medo de fazer algo de errado. Então me sentei na sala junto com ela, que também ainda estava acordada.

— Fui eu mesmo por anos e só agora ela está começando a me ver com outros olhos.

— Então tenta não pensar demais, se não você vai ficar nervoso e estragar tudo.

— Acho melhor desistir de uma vez —  passo as mãos pelo rosto, suspirando exausto.

— Não! desistir é a pior escolha, o amor nunca foi fácil e é por isso que as pessoas lutam por ele.

Não respondo nada, sinceramente não estou tão feliz com essa conquista quanto eu pensei que ficaria se conseguisse um encontro com Karin algum dia.

— Olha, vamos fazer um treinamento, o que acha?

— Como assim? — a olho com curiosidade.

— Vamos ter um encontro agora, eu e você, finja que eu sou a Karin e depois te digo como você se saiu.

Ela se levanta e entra no meu quarto, fico parado sem entender nada, apenas esperando.

— Eu sou a Karin e eu estou chegando no encontro — ela volta, caminhando como se estivesse tentando parecer elegante — olá Sasuke.

Não digo nada, ela balança a mão no ar me incentivando a interpretar também. Isso é ridículo, prefiro ficar com meus pensamentos negativos e aceitar que vai dar errado.

— Oi — tento com muito esforço dar um sorriso, ela assente várias vezes me encorajando.

— Nossa que lindo restaurante você escolheu — ela olha em volta — muito chique.

— É.

— Vamos pedir a comida — ela analisa um cardápio invisível — quero uma sopa de tomate, batata frita e lagostas do monte Everest. Isso me lembra a teoria das lagostas.

— Que?

— Todos sabem que lagostas se apaixonam e ficam juntas para sempre. E você pode ver casais de lagostas velhinhas nos aquários dando as patinhas… — ela imita com as mãos duas garras se unindo e ri — a Karin é sua lagosta, diga isso a ela.

— Que bobeira — resmungo.

Continuo de cara fechada. Mas decido entrar na brincadeira apenas para debochar da situação, fazer Sakura perceber que atuação não é meu forte e essa foi uma péssima ideia.

— Uma ótima escolha, o seu gosto é mesmo excepcional, assim como tudo em você — digo em tom irônico e Sakura concorda com a cabeça como se eu tivesse mandado bem.

— Que galanteador, deve dizer isso para todas — ela suspira dramática.

— Sim, digo para todas que você é excepcional — falo sem ânimo algum, essa é uma daquelas cantadas infalíveis da internet.

Olho para ela e vejo que Sakura tem que presionar os lábios para não rir.

— Ótimo, então vamos esperar a comida — ela finge guardar o cardápio.

Entendo a deixa, também estou morrendo de fome. Me levanto, vou até o armário e não encontro nada muito parecido com lagostas ou sopa de tomate, mas acho salgadinho de queijo. Volto para mesa com dois pratos cheios e uma folha de hortelã por cima para dar um charme.

Cerejeira do inverno - sasusakuOnde histórias criam vida. Descubra agora