Anima (Paralisyn) Commutationem

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Escrito por: Mi_stosf

Notas Iniciais: Oi, gente, voltei e esse título de capítulo, hein? 

Tenham uma boa leitura.


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Namjoon, para variar, estava preocupado com o melhor amigo. Não que a ida para o congresso sobre transmutação transuniversal fosse em si perigosa, era apenas o fato de os dois estarem se "separando" depois de anos sem se desgrudarem nenhuma vez.

O Kim não gostava de mudanças, fossem elas positivas ou negativas; para si, elas significavam falta de controle e surpresas nada agradáveis. Além disso, desde que Yoongi havia anunciado que iria ao Reino do Norte, um aperto se instalou em seu peito e não saiu de lá nunca mais.

Namjoon não se orgulhava de dizer que uma parte de sua magia era ligada a premonições, mas, como um futuro telepata formado, não poderia ignorar os sinais que sua mente estava enviando-lhe.

Então, quando foi deixar Yoongi na estação para pegar o Expresso Encantado, não pôde deixar de abraçá-lo fortemente, pedir que ele tomasse cuidado no caminho e deixar claro que, se precisasse de ajuda, era só lhe chamar, que iria correndo ao seu encontro.

O Min deu risada da extrema preocupação do melhor amigo, mas entendeu que faria a mesma coisa que o outro se estivesse em seu lugar. Não poderiam deixar de cuidar um do outro, afinal só tinham a eles mesmos.

Por isso, pegou nas mãos do Kim e, olhando em seus olhos, prometeu que tomaria o máximo de cuidado e que o chamaria através de sua conexão há muito desenvolvida.

Eles sabiam como ler um ao outro como ninguém e, depois de anos e anos fazendo feitiços que incentivassem a conexão telepática, quase podiam dizer que liam os pensamentos alheios.

No entanto, a preocupação não poderia ser um empecilho para Yoongi conseguir o que tanto almejava. Era preciso se arriscar e sair do local comum para, enfim, chegar a algum lugar, não importava qual fosse.

Por esse motivo, sem nunca hesitar, nem mesmo por um segundo, quando o Expresso Encantado finalmente chegou à estação onde eles estavam, Yoongi se despediu rapidamente de Namjoon e partiu rumo ao desconhecido nem tão desconhecido assim.

Não que já tivesse pisado no Reino do Norte, mas, de tanto que havia ouvido falar do reino mais próspero entre os quatro existentes, ele — querendo ou não — sabia o que esperar do lugar.

O problema era que o Min não sabia o que esperar da viagem em si. Ela era longa e passava por lugares nunca nem imaginados pelo aprendiz de telepatia, então ele parecia uma criança conhecendo o mundo pela primeira vez. Mesmo que estivesse um pouco envergonhado de parecer tão impressionado com a beleza dos lugares por onde o expresso passava, não pôde deixar de exclamar espantado com toda a graciosidade e magnanimidade da paisagem tão desconhecida do reino que chamou de lar a vida toda.

O Reino do Oeste havia mudado muito desde os dias da Guerra dos Dois Reinos, era quase como se ainda estivesse se reconstruindo, mesmo que tivesse se passado mais de uma década do ocorrido.

Não era difícil encontrar escombros do que um dia havia sido o lar, a escola ou o comércio de alguém. Yoongi achava poético e morbidamente triste o quanto os elementos destruídos contrastavam com a paisagem natural e pacífica.

Para si, o Reino do Oeste era uma representação perfeita de sua busca: a eterna reconstrução de algo que um dia foi destruído, perdido e esquecido forçadamente pela dor e pelo tempo. Ele, assim como o reino, era formado pelas perdas e por essa infinita busca pela utópica ideia de ter, nem que fosse apenas um vislumbre, daquilo que havia sido retirado dele.

A miscelânea de se estar sob outra pele | YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora