𒀽 Capítulo Oito: Não Há Mais Volta 𖣚

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𒀭 ׅ ֹ 𖤐 𒈝 𖤐 ֹ ׅ 𒀭

Não hesitei em retornar ao meu tempo, levando poucos segundos. Meu corpo, correspondendo à viagem, por pouco não desabou ao chão, mas forcei-o a ficar em pé, ignorando o cansaço enorme que aquilo me havia dado.

Tentando manter os olhos abertos e o corpo fixo ao piso, adicionei ao relógio o mesmo tempo que visitei anteriormente, agora certo de que impediria Shadow de me ajudar, custe o que custasse.

Se o preço por tê-lo comigo era deixar o mundo inteiro ser destruído, assim seria feito.

Com dedos trêmulos - e uma vontade quase incontrolável de apagar inconsciente no cômodo que nem sabia mais qual era -, cliquei no botão vermelho com tudo, agarrando-me à parede, esperando as sensações diversas que me consumiam em qualquer viagem temporal. Mas, ao invés disso, tomei um enorme susto, que despertou-me por completo.

O relógio passou a tremer, os números da tela mudando como um código, em menos de um milésimo.

— O que é isso? — Numa falha tentativa de conserto, apertei todos os botões disponíveis, o que só servia para aumentar minha tensão e nervosismo. Nada acontecia, e com o passar do tempo, o aparelho só tremia mais.

E então, ele parou. Desligou completamente. Meu coração ficou preso na garganta, e novamente, tratei de clicar nos botões, que pareciam não funcionar mais.

— Funciona!!! — berro em desespero, socando o pequeno relógio achando que isso serviria para reanimá-lo. — Não pode ser… — Sentia-me exausto e destruído. As esperanças todas se foram, até que a tela volta a brilhar num branco quase cegante, forçando-me a tampar os olhos. — Oh, meu! — Aliviado, sorri, a respiração falha voltando a regular.

Não sabia se deveria utilizá-lo agora, mas não poderia perder tempo. Adicionei os dados novamente e apertei o tão típico botão avermelhado, mas exatamente o contrário do que deveria ocorrer aconteceu: ele voltou a tremeluzir e, repentinamente, explodiu.

As peças do relógio se espalharam pelo cômodo, caindo próximas de mim. A única coisa que tinha agora em mãos era a pulseira, que permaneceu colada ao meu pulso.

— Não, não, não! — gritei, ajoelhando e pegando as peças mais próximas. — Não, Shadow, não… — As lágrimas já rolavam soltas por meu rosto, encharcando minha pelagem. — Eu não acredito que te perdi…

Eu o perdi pela terceira vez em uma única vida. A pergunta que não queria calar agora era: do que exatamente eu precisava desistir?

𒀭 ׅ ֹ 𖤐 𒈝 𖤐 ֹ ׅ 𒀭

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