A Cinderela tá diferente!
Aqui, ela é uma jornalista do ramo da música. Não tem madrasta má, mas suas duas colegas de trabalho querem fazer de tudo para humilhá-la. O baile é a grande festa da banda KISS, a fada-madrinha é sua amiga do trabalho, o b...
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Chegaram do lado de fora.
Era um grande jardim, com bancos de madeira e iluminado por luzes brancas.
A noite estava linda e fresca.
Tommy estendeu o braço para Alison, que o segurou e começaram a caminhar.
- Por que viemos aqui?
Tommy olhou para a lua. O jardim estava vazio, só havia os dois lá.
- Eu queria te conhecer melhor.
Alison sorriu e abaixou a cabeça.
- Já disse que não posso revelar minha identidade.
Tommy sorriu.
- Você chamou minha atenção. Geralmente essas festas são sempre iguais, fazemos porque ajudam a banda em muitos aspectos, mas quando te vi maquiada, soube que hoje seria uma exceção.
Alison sorriu novamente.
- O Spaceman é meu favorito.
- Mesmo? E por quê?
- Porque ele não é desse mundo! Imagina só, ele não deve explicações!
Tommy pensou por um momento. Nunca havia visto por aquele lado.
- Igual nós essa noite.
- Exatamente. - Ela riu alto, uma risada melódica.
Ficaram em silêncio e andaram mais um pouco.
- Você é da imprensa?
Alison pensou por um momento. Não iria revelar aquilo também. Qualquer informação que desse, poderia colocar sua carreira toda no lixo.
- Minha pulseira é de convidado. - Ela estendeu o braço para que ele visse.
Ele passou os dedos pela pulseira colocada sobre a luva que ela vestia.
- Convidados precisam ir embora à meia-noite...
Ela fez que sim com a cabeça.
- Mas mesmo ficando pouco, essa foi a melhor noite da minha vida. - Ela olhou nos olhos dele ao dizer.
Tommy sentiu um arrepio percorrer seu corpo.
Não podia ver o rosto da garota por baixo da maquiagem, mas os cabelos loiros, os olhos azuis e os lábios finos o atraíam de uma forma inexplicável. Também tinha aquela risada divertida, a voz doce, o jeito espontâneo...
- Taí, já sei um nome pra você! - Ele disse.
- Qual? - Ela abriu um sorriso divertido.
- Você veio pra festa disfarçada, ninguém pode saber quem você é de verdade, você precisa ir embora à meia-noite... Você é a Cinderela!
Alison gargalhou alto.
- Não gostou?
Ela parou de rir e o encarou. Seus olhos brilhavam como nunca antes.
- Eu adorei.
Pararam de andar e Tommy segurou as mãos dela nas suas.
- Cinderela, me perdoa se soar desrespeitoso, mas eu posso te dar um beijo?
Alison tremeu da cabeça aos pés.
Tommy Thayer vai me beijar?????? Meu Deus!!!!!!
Sem reação, ela só fez que sim com a cabeça e fechou os olhos.
Alison inclinou levemente a cabeça, se preparando para receber os lábios dele nos seus, mas foi surpreendida quando sentiu os lábios quentes dele tocarem sua bochecha.
Pôde sentir a respiração dele perto, sentir o corpo dele inclinado para beijá-la, pois ele era mais alto, pôde sentir o calor que emanava dele e pôde sentir mais alguma coisa no ar, mesmo que não soubesse o quê.
No fim, aquele beijo na bochecha fora melhor do que qualquer outra coisa que já vivera.
Tommy se afastou e a observou enquanto ela abria os olhos e dava seu sorriso doce.
Alison se preparava para pedir mais um beijo, quando ouviu o despertador.
Havia colocado um reloginho no bojo do vestido e ele iria despertar à meia-noite, para que ela pudesse ir embora na hora certa e para que não colocasse tudo a perder.
Tommy se assustou e a encarou.
- Eu preciso ir.
- Já? - Tommy tinha um olhar triste.
- Deu meia-noite...
- Eu posso conseguir outra pulseira. Trocamos por essa e você poderá ficar mais.
Alison pensou por um momento. Aquilo não daria certo, ninguém poderia pegar aquela pulseira porque, através do código dela, poderiam chegar em Susan e Megan e, obviamente, poderiam chegar em Alison.
- Não posso, Tommy, mas quero que saiba que essa foi a melhor noite da minha vida.
Ela se inclinou e depositou um beijo leve na bochecha dele.
Tommy a encarou enquanto ela segurava a saia longa do vestido pra correr.
Ele segurou no pulso dela e a deteve.
- Eu preciso saber seu nome pra te encontrar depois daqui.
Alison suspirou e o despertador soou novamente.
Precisava se apressar.
Ela soprou um beijo e puxou seu pulso das mãos dele.
Tommy observou enquanto ela corria em disparada para a saída do salão.
Quando ela desapareceu por completo, Tommy ergueu sua mão e observou a pulseira que se soltara do pulso dela.
Vou te encontrar, Cinderela. Vou fazer o impossível, mas vou te encontrar!
