- Aly, preciso te falar uma coisa!
Alison estava trabalhando em uma nova reportagem quando Julie fez sinal para que Alison a seguisse.
Quando o assunto era delicado e ninguém podia ouvir, Julie e Alison iam até o quartinho onde ficavam os materiais de limpeza.
Entraram no cômodo pequeno e Julie trancou a porta.
- Aly, você tem que ir falar com o Tommy!
Alison suspirou.
- De novo isso, Julie?! Já disse que não vou!
Alison cruzou os braços e Julie bufou.
- Cabeça dura! Escuta, Aly, Susan e Megan estão planejando ir lá e dizer que uma delas é a Spacegirl! Você não pode deixar, Aly!
Alison paralisou.
- Elas o quê?!
- Exatamente! - Julie segurou Alison pelos ombros. - Amiga, você precisa ir! Elas sabem o número da pulseira e elas te conhecem o suficiente pra responder o que ele quiser saber! Você não pode deixar!
Alison pensou por um momento.
Concordava com Julie. Não podia deixar elas tomarem seu lugar e enganarem Tommy, mas, por outro lado, não podia se expor, não podia se dar ao luxo de jogar no lixo o emprego na revista que tanto sonhara.
- Julie, eu agradeço muito sua preocupação, mas eu não vou. Elas que façam o que bem entenderem.
- Que raiva, Aly!
Alison se virou, abriu a porta e saiu, deixando Julie para trás.
***
Alison chegou em casa naquela noite e tomou um banho.
Estava com a cabeça quente e estava furiosa.
Sabia que não podia esperar nada de bom de Susan e Megan, mas elas estavam se aproveitando muito daquela situação e isso estava acabando com Alison.
Não podia ir e se revelar para Tommy, mas era verdade que não tirava ele da cabeça. Pensava em cada momento, nos gestos gentis que ele tivera só para que ela se sentisse confortável na festa. A voz dele, o cheiro, o calor do corpo, o sorriso...
Alison se pegou sorrindo.
Sua carreira era muito importante, mas Alison sabia o valor de um bom romance também. Podia não dar em nada, mas precisava, por si mesma e por Tommy, encontrá-lo e dizer a verdade. Era um risco a se correr, e por mais que isso apavorasse Alison, ela sabia que as melhores coisas na vida vinham de grandes riscos.
Terminou seu banho e foi direto para seu closet para escolher uma roupa.
Iria encontrá-lo no dia seguinte, estava decidida.
Espere por mim, Tommy.
***
Tommy se debruçou sobre a sacada e observou a pulseira.
O número de identificação estava apagando. Tommy andava segurando aquela pulseira com tanto afinco, que o atrito de suas mãos acaba por apagar quase que completamente o código, não deixando nada que Tommy pudesse usar para encontrar a garota.
Aquela pulseira era tudo o que restara daquela noite, além das lembranças.
Tommy suspirou.
Daria tudo para encontrar a garota misteriosa, a Spacegirl.
Enquanto revivia aquela noite em sua mente, ouviu uma batida na porta.
- Entre.
Tommy sorriu quando viu Eric fechando a porta e indo até a varanda.
Eric também se apoiou no parapeito e olhou para o céu.
- Tá ansioso?
Tommy sorriu.
- Tô é com medo de ela não aparecer e eu nunca mais vê-la.
Eric riu.
- Não importa quanto tempo leve, se ela for a garota certa, ela virá.
Tommy se virou e encarou Eric com uma expressão divertida no rosto.
- E desde quando você se tornou um entendedor do amor?
- Quando a gente experimenta o amor mesmo, as coisas mudam.
Tommy suspirou e ficou em silêncio por alguns segundos.
- Como soube que era a Eve?
Eric pensou por um momento.
- Eu fiz uma comparação rápida com meus relacionamentos passados, pra começar. Percebi que nem nas minhas fases mais apaixonado, meus sentimentos sequer chegavam perto do que eu sentia por ela. Depois, a forma como ela tornava tudo melhor. Era a companhia perfeita pra qualquer coisa. Era minha melhor amiga, também. Eu achava ela linda em todos os momentos, mesmo quando ela jurava que estava feia. Eu sempre a vi maravilhosa, mesmo quando a gente brigava. Ainda a vejo assim, e acima de tudo: eu faria qualquer coisa, Tommy, absolutamente qualquer coisa por ela.
Tommy sorriu e abaixou a cabeça.
Não tinha vivido com a garota tudo o que Eric havia vivido com Eve, não sabia como era a garota em seus piores momentos, mas conseguia visualizar cada palavra do que Eric dissera e sentia seu coração pegar fogo ao se lembrar dela.
- Você e Gene encontraram alguém e eu queria muito que agora fosse a minha vez.
Eric colocou a mão no ombro de Tommy.
- Você só vai saber tentando. Na verdade, o que eu senti quando vi a Eve pela primeira vez no estúdio foi curioso. Vou tentar explicar, talvez ajude.
Tommy fez sinal para que ele falasse.
- Eu senti como se, durante toda a minha vida, eu segurasse e seguisse um fio de lã. Cada passo que eu dava, era um avanço, sem saber onde estava o fim do fio. Quando conheci a Eve, senti como se ela estivesse segurando a outra ponta do fio aquele tempo todo, ela era a outra ponta do fio, entende? Senti como se, desde nosso nascimento, um fio nos ligasse, e dávamos passos em direção um ao outro sem saber, e quando eu a conheci, quando a beijei pela primeira vez, senti que finalmente havia encontrado o sentido. Estranho, né?
Tommy o encarou.
- Isso é muito bonito, Eric.
Eric riu.
- Eu sei, sou um poeta.
Tommy riu e apertou mais a pulseira em sua mão.
- Não paro de pensar nela.
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MIDNIGHT - A Tommy Thayer fanfiction
أدب الهواةA Cinderela tá diferente! Aqui, ela é uma jornalista do ramo da música. Não tem madrasta má, mas suas duas colegas de trabalho querem fazer de tudo para humilhá-la. O baile é a grande festa da banda KISS, a fada-madrinha é sua amiga do trabalho, o b...