Capítulo 3

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Um mês passou e eu já estava fortemente ligada a Luka. Por enquanto nós apenas éramos amigos, muito bons amigos. Eu cheguei a começar a gostar das patetisses que ele chegar a fazer, para simplismente me fazer sorrir. Era tão fofo a maneira que ele era. Mas por mais que Luka faça isso, eu não conseguia esquecer de Adrien.

Adrien parecia que estava ligado a mim até que eu morresse. Eu ainda sabia que o amava e que este amor não podia ser quebrado com nada. Por mais que eu não saiba onde ele está ou o que esteja a fazer, eu ainda o amava. Eu não sei se ele consegue sentir, mas eu ainda o amava. Era tão bobo a maneira que eu ainda chegava a acreditar que ele voltaria para mim neste exato momento.

Se eu estava decidida a tentar esquecer Adrien, eu precisava me livrar de absolutamente tudo que era nosso. Das fotos e acessórios, aquilo me fazia cada vez mal. Tudo nosso agora passou a me fazer mal. Eu preciso fazer uma limpeza geral da casa, tirar tudo que nunca mais vai me pertencer e deixar somente o essencial.

Peguei uma caixa, para que eu metesse todas as coisas que tinham haver com Adrien. Peguei um porta retrato que tinha uma gota de nós dois, ainda adolescente sorrindo. Lembrei que eu amei, o passeio que tive com ele, naquele dia. Havíamos saído para um passeio e ele comprou um cadeado com as nossas iniciais já marcadas. Nós os dois fomos para a ponte e colocamos o cadeado, na ponte dos cadeados.

Eu ainda lembrava muito bem das nossas iniciais no cadeado, escrita com a letra cursiva. Eu amei esse dia. Foi um dia bem marcante para nós os dois. Marcante para sempre, em nossos corações. Como eu poderia conseguir esquecer Adrien?

Enquanto arrumava, eu encontrei uma pulseira que eu tinha feito para mim e para ele. Eu chegava a me perguntar se Adrien ainda tem ela ou se já a deitou. Quem sabe provavelmente ele tenha deitado e nem se lembra de mim, homens são sempre assim. Na primeira oportunidade eles esquecessem de absolutamente tudo. Às vezes começo a pensar que Alya tenha razão, que Adrien já tenha se casado ou está comprometido com uma outra pessoa.

E se Adrien tiver uma nova namorada? Será que ela é mais bonito que eu? Será uma aquelas modelos que eu trabalho com elas? Levantei-me do chão e fui me olhar no espelho do quarto. Tudo em mim é natural, minha bunda não é grande, mas também não sou uma tábua, não tenho seios grandes e nem pequenos, somente normais. E porque Adrien preferiu outra em vez de mim.

Meu Deus, o que eu fiz para merecer isto? Porquê eu tenho que sofrer por amor? Isto tudo me faz perder a direção, do que faço ou deixo de fazer. Às vezes eu sinto que amo Adrien e o odeio. São dois sentidos que reinam eu meu coração, a raiva e o amor.

Quando terminei de tirar todas as coisas que tinham haver com Adrien, eu lembrei do colar de prata com pingente de borboleta que eu carregava no pescoço. Eu poderia facilmente me livrar daquele colar, mas simplesmente eu não conseguia. Este fio é uma lembrança do dia mais especial de minha vida. Adrien deu-me e no mesmo dia eu perdi a virgindade para ele. Eu ainda lembrava de cada toque seu, de cada cuidado que ele teve comigo naquela noite. E também chegava a lembrar dos sons e gemidos nossos. Ah, eu era tão boba em lembrar disso tudo.

Adrien... – sussurro para mim mesma com dor.

– Será que você não percebe que ele nunca mais vai aparecer? – ouço a voz de meu subconsciente.

– Eu sei que ele não vai aparecer. – respondi para mim mesma.

– Então para de pensar nele. – e de novo a voz de meu subconsciente falou – Você agora tem o Luka.

– O Luka é apenas um amigo. – franzi o cenho, sacudindo minha cabeça para que eu não pensasse mais nisso.

Continuei com a arrumação de minha casa. Eu precisava tirar absolutamente tudo de Adrien em minha vida, e nem se quer queria ouvir o seu nome na face da terra. Adrien Agreste definitivamente está enterrado para mim.

Após terminar de fazer uma limpeza geral, decidi descansar um pouco por causa do trabalho. Acordo com o som da campainha e aos poucos, levanto-me rastejando até a porta. Abro a porta e vejo Luka a minha frente com um buquê de flores.

– Luka? – franzi o cenho – O que fazes aqui?

– Nós combinamos que iríamos sair. – ele sorriu – Isto é para si.

Luka me entregou o buquê de rosas vermelhas e agradeci, dando-lhe passagem, para que ele possa entrar.

– Daqui a alguns minutos eu estou pronta.

Guardei o buquê de rosas em um vaso da sala e corri para o banheiro. Não sei como, acabei me esquecendo que tenho um encontro com Luka, ainda hoje. Tomei um banho rápido e fui usei um vestido preto com sandálias. Apenas vesti o básico para uma saída. Amarei o meu cabelo em um rabo de cavalo e fiz uma maquiagem bem leve.

Eu já está pronta. Cheguei a sala e Luka levantou me olhando de cima para baixo.

– Você está linda. – Luka se aproximou se mim.

Ele não parava de olhar, o que me deixava meio receosa de minha aparência, mesmo ele dizendo que estou linda. Senti uma de suas mãos em meu quadril, puxando me para mais perto dele. Aquela distância chegava a me encomodar, apesar de sermos amigos próximos aquilo ainda era meio estranho para mim.

Seu rosto aproximava cada vez mais do meu até que ficamos a milímetros de distância. Aquele aproximidade me fez arrepiar por todo corpo. Seus lábios estavam tão perto dos meus, que a qualquer momento podíamos nos beijar.

– Luka... – sussurei seu nome, me afastando um pouco e mantendo a distância.

– Desculpa, vamos? – Luka pegou em minha mão e sorriu.

– Vamos.

Agradeci por Luka compreender. Nós ainda estávamos ainda no nível da amizade, nada mais do que isso eu queira. Estava bom aquilo para mim, já era mais do que o suficiente para mim.

Luka me levou para um restaurante bem refinado. Que tinha tudo de bom e do melhor. Ao sentarmos, poucos minutos depois, o Garson chegou com nossos pratos de comida. Admirei a rapidez com que os pratos foram entregues.  Talvez ele tenha feito já o pedido.

Após já termos comido e bebido algo, Luka me levou para dançar. Ah, como era bom dançar daquele jeito. A música ecoava sobre todo o salão dando um ritmo romântico para uma dança. E após a música ter acabado, Luka para e nem olha.

– Marinette sei que temos pouco tempo de amizade – Luka ajoelhou-se diante de mim no meio de toda aquela multidão – Mas eu aprendi a gostar de você. Quer namorar comigo?

Eu não esperava por isso. Fiquei parada olhando para ele. Eu sentia o olhar de todos naquele local, esperando a minha resposta. Eu me sentia pressionada a dar uma resposta diante de todas aquelas pessoas.

– Sim aceito. – falei e lhe dei um beijo. Ouvimos o barulho de palmas que a nossa plateia fazia.

Agora definitivamente eu estava a mudar o rumo de minha vida. Eu podia dizer que já estava no processo para esquecê-lo.

Reencontro - AdrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora