One & Only - Bose O'Brian

Bullying, por Bloomtrip

Y / N

— Y/N, minha filha, acorda. Você vai se atrasar pra escola. — quando eu finalmente encontrei uma posição boa...

Me mexi um pouco na cama pra tentar despertar quando eu senti a presença de mais alguém debaixo das cobertas. Me assustei e abri meus olhos na hora com o coração acelerado, torcendo que fosse apenas um travesseiro no lugar de um maníaco esperando o momento perfeito pra tentar acaba comigo. Tentar, porquê dúvida que ele fosse mais forte que eu. Quando eu puxei os lençóis me deparei com Bose adormecido do meu lado, meu coração bateu ainda mais forte com a possibilidade de a minha mãe acordar e nos ver desse jeito.

— Bose, acorda! Bose?! — sussurrei enquanto sacudia ele agressivamente pra que o maior acordasse.

— Só mais cinco minutinhos... — ele se virou na minha direção, abrindo lentamente os olhos e despertando devagar. Segundos depois ele se assustou com batidas agressivas na porta.

— Y/N, eu já mandei você levantar! — novamente minha mãe alertou. — Larga de ser preguiçosa e vai logo tomar café se não você vai correndo pro colégio hoje!

Bose, desesperado, levantou e começou a calçar seus tênis.

— Eu já tô descendo, mamãe. Só tô terminando de vestir minhas roupas e vou tomar café, okay? — gritei de volta.

— Se você demorar mais cinco minutos eu te arrasto até lá embaixo. — seus passos foram ficando mais baixos até que não pude ouvi-los mais.

— Ufa, essa foi por pouco... — ele sussurrou. — Eu jurei que tinha ido embora noite passada.

— Chega de bate papo! Vai embora logo antes que a minha mãe veja que você está aqui e mate nós dois! — abri as portas da sacada e empurrei ele até o lado de fora. — Anda, não temos muito tempo.

— Nossa! Seu namorado não ganha nem um beijinho de despedida? —  ele fez uma gracinha, virando na minha direção e aproximando o rosto do meu, esperando que eu deixasse um selinho nos seus lábios.

— Que mané beijinho, mete o pé. — ele revirou os olhos e começou a descer com cuidado pelas vinhas que levavam até o chão. — Te vejo na escola. — ele deu um sorriso com meu sussurro e pulou a cerca passando pela casa do vizinho pra ir embora.

Agora era minha vez de correr. Comecei a tirar meu pijama com pressa pra vestir uma roupa adequada pra ir pro colégio. Depois que eu escolhi e já estava vestida escovei os dentes e arrumei meu cabelo em um rabo de cavalo, como eu havia feito chapinha a alguns dias não teria tanto trabalho pra arrumar. Mas ao mesmo tempo, credo, já tá na hora de lavar o meu cabelo...

Desci as escadas correndo, a mesa do café ainda estava posta, me sentei na cadeira e comi o sanduíche que estava em um prato pra mim. Ricky me acompanhou na refeição, escutando as músicas chatas de criança boba no tablet emborrachado dele. A mamãe entrou na cozinha logo depois, com algumas caixas de papelão vazias.

— Pra que essas caixas, mãe? — questionei.

— São só caixas da mudança que eu ainda não me livrei. — ela as colocou na lavanderia e voltou até a mesa de café. Então percebi que ela não usava o seu uniforme do trabalho. — Tô pensando em mudar de novo. Falando a verdade eu não gostei tanto dessa casa.

— Achei que essa era a casa dos seus sonhos. — comentei.

Como ela ainda tem coragem de mentir assim na nossa cara? Que raiva, espero que o Ray tenha conseguido o que ele me prometeu aula passada.

— Não exatamente. — ela pareceu ficar nervosa. — Se apresse logo, Y/N! Você está muito atrasada!

Nisso ela estava certa. Terminei de comer meu sanduíche e tomar meu copo de suco de laranja. Fomos até o carro como ontem mesmo e ela dirigiu até a escola do Ricky primeiro mesmo sabendo que eu estava super atrasada. Imaginei que ela queria ter outra daquelas conversas chatas comigo então coloquei meus fones de ouvido e deixei tocar minha banda favorita no máximo pra que ela não puxasse assunto comigo momento algum. Funcionou durante um tempo até que chegamos perto do colégio e ela novamente parou o carro, esperando que eu tirasse meus fones pra reclamar, mas eu decidi ignorar, imaginando que ela fosse continuar o caminho. A real é que minha mãe se estressou com a minha atitude e tirou os fones dos meus ouvidos com bastante agressividade.