10. EPÍLOGO

68 5 0
                                    

MANHATTAN, 13 de dezembro de 1933.

SEO SOO JIN, PONTO DE VISTA.

Depois de tudo que passamos, três anos se passaram desde o fatídico dia que conheci Shu Hua, minha amada. O amor da minha vida.

E desde que saímos da Coreia e viemos para os Estados Unidos, nossa vida mudou da água para o vinho. Todos moravam perto, éramos vizinhos e devo tudo isso graças aos contatos de Joong Ki e Soo Yeon. Morávamos em uma casa afastada da cidade grande, perto da costa onde não havia muitas pessoas. Era um bairro calmo e tranquilo.

Olho novamente para nossa casa, que mais parecia uma pousada de tão grande, com a pintura no tom de chocolate na madeira, a casa possuía dois andares. Com alguns quartos, duas suítes, cozinha e tudo luxuoso que eu gostava. Era aconchegante, embora nada parecido com minha antiga casa, ainda tinha um certo tom de luxo.

Três anos que Shu Hua e eu estávamos juntas e eu havia tomado uma decisão. O mundo estava mudando, ainda existiam constantes guerras, mas no lugar em que morávamos tudo isso parecia utópico agora.

Meu tio nunca mais veio atrás de mim. Não sei o que aconteceu com ele, mas tenho certeza que teve dedo de Shu Hua nisso. Nem mesmo sei se ele está vivo ou morto, mas, levando em consideração de que nunca mais tive notícias suas, era bem provável que ele estivesse morto. E sinceramente, esse pensamento me deixava feliz.

Eu esperava que nunca mais o visse pelo resto da vida.

Mando meus devaneios para longe e foco no que eu estava decidida a fazer.

Seguro o vaso de uma planta ao qual eu não fazia ideia de qual era, havia comprado em uma floricultura ali perto e nem perguntei sobre nada. Apenas comprei, arranquei as raízes da planta e guardei o objeto que eu queria dar a Shu Hua no meio da terra. Tomo uma lufada de ar, ganhando coragem para o que eu estava planejando e entro na casa.

Dou de cara com Shu Hua sentada na sala de estar, lendo um jornal do dia. Assim que me vê, ela coloca o jornal de lado e vejo que tenho sua atenção.

“Oi.” ela se levanta e vem em minha direção. Ela está linda, usando um macacão de cetim preto e uma blusa de mangas curtas bege. Shu Hua segura em meu rosto e beija meus lábios, lentamente, me fazendo esquecer por um momento o que eu vim fazer. Ela não parece perceber minha batalha contra mim mesma e então vê o vaso em minhas mãos. “O que temos aqui?”

“Eu achei na rua” minto. “Estava morrendo e eu achei que você poderia ajudar.”

Um fato curioso sobre Shu Hua, ela havia adquirido um amor pela jardinagem. Nossa casa, dentro e fora, era cheia de plantações e diversas flores diferentes, e ela era ótima nisso.

Ela pega o vaso de minhas mãos e me lança um sorriso doce.

“Acho que posso consertar.” Shu Hua leva o vaso para o fundo, onde ficava a maioria das flores e eu a sigo.

Junto minhas mãos nervosamente e espero pacientemente. Ela enfia as mãos dentro do vaso e começa a falar, não sei se comigo ou se era sozinha, um costume que ela tinha, que eu achava adorável.

“Veja só, acho que achei o problema.” ela fala baixinho. “As raízes foram cortadas do modo errado e ela está morrendo... Mas posso consertar.”

Ela retira a planta pela raiz, e vira de cabeça para baixo.

Prendo o ar. Ela achou.

Observo Shu Hua paralisada olhando para a planta. Devagar, ela retira o anel de diamante das raízes e então me olha.

“Soo Jin, o que...”

Engulo em seco, sinto meu corpo tremendo de nervosismo.

“Eu te amo.” eu digo com toda a sinceridade dentro do meu peito. “Você é minha melhor amiga. E o amor da minha vida. E eu quero passar o resto da vida ao seu lado.” minha voz embarga e seus olhos me encaram, cheios de emoção. “E eu sei que tecnicamente não podemos nos casar legalmente, mas podemos usar os anéis... E nós saberemos. E isso basta pra mim... Se isso bastar pra você.”

Shu Hua vem até mim e me puxa pela cintura. “Isso basta para mim.” ela murmura baixinho, com a voz chorosa. “Sua diabinha, era isso que você estava tramando? Eu pensei que você quisesse terminar.”

Eu rio, em meio as lágrimas. Como ela pode pensar um absurdo desses?

“Yeh Shu Hua, você é a mulher da minha vida. Como eu poderia te deixar?”

Ela fez um biquinho adorável e eu seguro em seu rosto, admirando, memorizando cada traço seu.

“Você ficou distante, pensativa... Eu pensei...”

“Que eu não amava mais você?” questiono.

Ela assente com a cabeça e eu seguro a vontade de revirar os olhos. “Quando você vai entender que eu te amo?”

“Eu sempre tenho uma resposta para isso. Mas acho que agora não tenho mais que dizer, não é?”

Eu sorrio. Toda vez que ela começava com suas inseguranças, e eu dizia que lhe amava, ela dizia que acreditaria fielmente nisso quando eu me casasse com ela. E bom, esse dia finalmente chegou.

E então, acabando com todas as suas inseguranças, e as minhas, eu coloco o anel em seu anelar e ela faz o mesmo comigo. Eram dois pares. Com dois solitários de diamante e duas alianças de ouro.

Shu Hua sorri lindamente para mim e saber que eu era o motivo de sua felicidade me deixava em ouro êxtase. Acalmando minha mente, seus lábios pressionam os meus com delicadeza e eu sinto qualquer incerteza deixando meu corpo a partir desse momento.

Agora, nós éramos casadas, talvez não no papel, mas o que importava era como nos sentíamos. E o que eu sentia nesse momento, era que eu a amava com todo o meu coração. Desde o dia em que coloquei meus olhos em Shu Hua pela primeira vez sabia que ela mudaria minha vida. E eu não estava errada.

E eu tinha certeza que nosso felizes para sempre estava apenas começando.

_____________________________________________

Olá, aqui é a Lena. Como vocês estão?

Estou aqui para anunciar o fim de uma era.  A Criada era um projeto muito antigo que eu sempre tive muita vontade de fazer tendo o shipp Sooshu como protagonistas.

Escrever essa história mudou minha perspectiva de como eu via a minha escrita e até mesmo sobre mim. Eu sempre fui — e ainda sou, confesso — muito insegura com a minha escrita, meu modo de escrever, eu simplesmente não achava bom. E ver a quantidade de pessoas que me acompanham e gostam das minhas fantasias, seja aqui, seja no twitter, me deixa sem palavras.

Obrigada a todos que participaram desse projeto, de alguma forma. Seja a Emy com a sua capa maravilhosa e seja minhas amigas me apoiando até o último segundo.

Mesmo com os erros de digitação encontrados, graças ao corretor do celular, eu me senti feliz e realizada com esse projeto. Obrigada e até a próxima história!

Estou finalizando uma de Wenclair, que para quem não conhece, o casal protagonista é Enid Sinclair e Wednesday Addams.

E temos também mais uma de Sooshu! Dessa vez, na versão de Velozes e Furiosos! Eu sou apaixonada pelas meninas e mesmo com a saída da Soojin, na amizade linda que todas tiveram. Gosto de criar cenários diferentes na minha mente meio perturbada (só quem leu Castle Madness no twitter vai entender).

Ambas as histórias estão disponíveis no meu perfil. Sintam-se à vontade para continuarem me acompanhando! Um cheiro! ;)

The Handmaiden | SooshuOnde histórias criam vida. Descubra agora