As coisas estavam terrivelmente fora de controle e eu não fazia ideia de que meus improvisos me colocarariam em maus lençóis. As coisas se complicaram com Nakamoto, ele queria que eu apressasse Soo Jin ao máximo para fugirmos e ele finalmente colocá-la em um manicômio. Por sorte, Soo Jin se mostrava irredútivel quanto a fugir no momento, o que o fez se acalmar e a caminhar com mais calma.
Meus dias se resumiam em passar um tempo com Soo Jin e fugir de Nakamoto o máximo que eu conseguisse. Ele tentava me ver mais vezes, mas eu negava dando a desculpa de que minha senhorita poderia começar a desconfiar. Felizmente, eu ainda era voz da razão e ele me ouvia.
Eu não sentia nada além de desprezo por Nakamoto. Me surpreendi com a minha atuação, eu realmente estava ficando boa nisso, mas toda vez, assim que eu voltava para o quarto de Soo Jin, eu me sentia esgotada. Era como se Nakamoto sugasse toda a minha energia para si. Como um patife como ele poderia acreditar que eu realmente estava apaixonada por ele?
Hoje o dia estava propício em ser agradável. O inverno estava começando e alguns flocos de neve já nos acompanhavam. O senhor Kouzuki, tio de Soo Jin, havia se retirado das terras da família Kouzuki por alguns dias, ele foi visitar as minas da família e fez uma viagem de última hora. O que significa que Soo Jin e eu teremos a mansão apenas para nós por um tempo, e isso me deixava feliz. É claro que, teríamos que dividir com Nakamoto, mas essa parte eu ignorava para garantir o pouquinho de sanidade que me restava.
Confesso que me surpreendeu o senhor Kouzuki deixar Nakamoto permanecer na residência em sua ausência, mas ele realmente deveria confiar no falso conde.
Novamente, Minnie apareceu para me chamar, fiquei feliz em vê-la, estar em sua companhia era sempre bom. Ela era uma boa amiga e me impedia de enlouquecer nessa lugar. Infelizmente, a razão de sua visita era que Nakamoto queria me ver. Eu não pude evitar que uma carranca aparecesse em meu rosto. Eu o odiava.
Puxo o ar pela boca e solto, em uma tentativa falha de me acalmar. Estava na hora de entrar no papel de garotinha apaixonada. Toda vez que eu fazia isso, meu estômago embrulhava, era realmente nojento. Meu asco por Nakamoto não tinha tamanho.
Eu sigo Minnie em silêncio e a ouço falar sobre a garota que conheceu recentemente na cidade. Ela estava feliz e compartilhava comigo o quanto estava encantada. Sei que não estou no pique de falar, toda vez que tenho que ver Nakamoto parece que minha alegria desaparece, então, opto apenas por deixar a morena falar.
Ao chegarmos no local, eu me surpreendo, ele não me chamou para seu quarto. Me chamou para o jardim. Nakamoto está de costas para mim, usando um sobretudo cinza e um chapéu preto, ele está fumando, vejo-o soltar a fumaça.
O tempo está nublado e está ventando, fazendo muito frio.
Minnie me lança um olhar de conforto e aperta minhas mãos, como se estivesse me desejando boa sorte, e então, ela saí.
Eu dou quatro passos para ficar perto, mas tomo o devido cuidado para não me aproximar muito.
"O senhor pediu que me chamassem, conde?" forço uma voz suave e gentil a sair.
Ele se vira para me olhar, o cigarro está nos lábios. Ele dá um trago forte e solta a fumaça em meu rosto. Por baixo do sobretudo, ele usa um terno bege.
"Você finalmente chegou" sua voz saí alegre e eu sinto um leve cheiro de álcool vindo dele. "Você gosta de flores?"
"Gosto, mas não entendo muito." minto.
"Oh. O fato de você gostar é o suficiente." ele diz, a fumaça escapa por seus lábios, dessa vez, pelo frio constante. "O que você acha sobre ganhar rosas?"
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The Handmaiden | Sooshu
RomansaCoreia do Sul, 1930. Durante a ocupação japonesa, a jovem Yeh Shu Hua é contratada para trabalhar para uma herdeira coreana, adotada por um casal de nipônicos que faleceram em sua infância, Lady Soo Jin, que leva uma vida isolada do mundo ao lado do...