Part 2.

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"Merda. Merda. Merda." Xingava a tudo que podia mentalmente, era tudo que não podia acontecer. Tudo que havia de provas da morte dele iria sumir. Era um vespeiro, e ela sabia. Lauren já havia saído daquele apartamento de madrugada, colocou tudo em algumas sacolas, limpando rastros ou qualquer coisa que podia ajudar a encontrá-la. Trancou o carro, indo em direção até o coffee shop mais próximo até ver Dinah a esperando com a maior cara de mãe que ela poderia ter.

— Não precisa falar nada... Eu só não pensei. – Sibilou como uma garotinha pronta pra levar um sermão, deixando os óculos escuros de lado. Os dedos se entrelaçavam em nervosismo igual o costume infantil, não deixando de notar o expresso sendo colocado pelo garçom a sua frente no momento em que parou sentada. — Eles estão no meu pé faz um certo tempo, eu sabia dos riscos.

— Lauren, viu o relatório? Você tem tanta merda nas suas costas que você aprodeceria fácil na cadeia. – A loira negou, tomando um gole de sua água. — Seu apartamento está lá, considere uma férias e esqueça disso por alguns meses, vai te fazer bem.

— Você sabe que eu não posso. – Disse rapidamente, observando ela levantar as sobrancelhas como se estivesse sendo desafiada. – Não vou ser presa ou capturada, ontem derrubei o sistema só pela gracinha do post-it. Tudo corrompido.

Deu os ombros, notando o sol forte aparecendo na manhã fria de Seattle. Gostava do clima mas sentia falta do calor de Miami, de seu gato e de seu apartamento, estaria mentindo para si ao dizer que não. A voz da loira chamou sua atenção novamente, a fazendo tomar um gole do café.

— Mesmo que não vá, isso já não envolve mais só você. Eles irão atrás de todos envolvidos da Sociedade, de uma forma ou outra, quero você segura. – Dinah ouviu a morena resmungar, comprimindo os lábios ao encarar o rosto pálido mas logo dando atenção ao seu celular que não parava.— Eu te encontro em Miami daqui à três dias. Faça o que eu peço Laur, pelo menos dessa vez.

Pediu carinhosamente, deixando o dinheiro da conta em cima da mesa ao de se levantar, depositou um beijo na testa da mais nova antes de sair do estabelecimento. Lauren apenas voltou a olhar o café, o peso de suas decisões faziam o humor mudar mais um vez ao colocar os fones de ouvido para esquecer os erros da noite passada.

...

— Preciso do sistema de volta, quero todos os arquivos físicos na minha mesa em dois minutos! – Gritava em meio o escritório, não se dando trabalhar de olhar em volta ao andar rapidamente para sua sala, sentado-se na poltrona macia.

Frustração era a palavra certa. Lidava com alguém realmente esperto, o último rastro era uma imagem com poucos pixels, um apartamento vazio e somente com papéis. O pior de tudo era lidar com a própria CIA escondendo informações cruciais e ainda sem nenhuma ajuda, era horrível trabalhar praticamente sozinha, em segredo. O pouco que lhe restava era o pequeno grupo Tático onde foi criada desde adolescente pelo programa do governo. Preocupados com o grande número de policiais mortos em serviço nos últimos anos, a casa Branca constatou que na sua maioria estas baixas foram resultado do despreparo, da falta de treinamento adequado e habilidade no manuseio com a arma de fogo. O que não seria melhor do que abrir vagas para adolescentes serem disciplinados? De longe, para ela era a ideia mais burra da história. Seu pai a inscreveu com quase quartoze anos, na esperança de seguir a carreira policial, deixou a garota no internato até sair diretamente para a CIA com um dos melhores históricos. Isso refletia no cargo que tinha, o esquadrão onde era subcomandante lhe admirava desde as conquistas em campo (ainda mais pela pouca idade). Porém, Cali era uma pedra em seu sapato.

Era a primeira vez em anos que conseguia uma foto de seu rosto, ainda que fosse a pior foto possível, olhava com atenção os detalhes. O fato de ser uma mulher foi um baque para os agentes, ela aparentemente estava na casa dos vinte, a pele parecia clara diante a escuridão do beco, seguindo por olhos claros, mas sendo impossível distinguir a cor pela má qualidade. A latina torceu os lábios ao notar que para uma criminosa, ela era realmente bonita.

M.O.N.E.YOnde histórias criam vida. Descubra agora