M.O.N.E.Y

Mission 2.

Lauren estava completamente ofegante, o rosto antes envergonhado se tornou vermelho por prender um risada nervosa ao lentamente se retirar de cima de Camila, levando consigo a almofada mais próxima em seu colo, cobrindo a ereção. Camila tentava falar algo mas o rosto embasbacado de Ally para a de olhos verdes era o pior problema.

— Camila... Essa não é a nossa procurada? – A baixinha comentou baixinho, levando a mão livre até o coldre já que a outra segurava uma sacola de papel cheia de coisas para o jantar surpresa que iria fazer para a amiga.

Ally e Camila se tornaram amigas após o ingresso da latina no grupo de agentes especiais, como a mesma era nova demais e tímida, a mais velha foi rápida em lhe apresentar tudo. Sempre saíram juntas desde soube o quão sozinha a morena era, se tornou praticamente a irmã mais velha que Cabello nunca tivera. E daquela vez, a surpresa foi enorme por fatores básicos: Camila não saia com alguém a anos ou muito menos criminosos.

— Ally! Larga essa arma! – A agente pediu após subir o cropped que nem sua amiga notou estar desajeitado por ter os olhos grudados em Lauren, que começava a rir por lembrar da baixinha correndo atrás de si. — Ela... Ela é... A pessoa errada?

— Sério, Camila? – A vozes saíram em uníssono para a latina, que estreitou os olhos. Ela não sabia mentir. — Ok. Ela está trabalhando comigo agora.

Soltou o ar vendo Ally mudar os olhares entre ela e Lauren, confusa e desconfiada com a situação. Preferia não acreditar que a cena era real das duas no sofá.

— Bom! Eu tenho que ir, Camila. – Lauren quebrou o silêncio instalado por alguns longos segundos. Se levantando e fechando a calça, trazendo atenção das duas mulheres ao que fazia calmamente antes de andar até a porta. — Me fale o que achou dos documentos após a leitura.

A voz rouca foi tão baixa quando saiu do apartamento que Camila realmente se esforçou para ouvir, levando as mãos ate o rosto para cobrir o mesmo. Se amaldiçoava por ceder, por sua amiga aparecer do nada e interromper provavelmente a futura foda mais gostosa que iria ter em anos. Enquanto isso, Ally ainda em silêncio, colocou as coisas sobre o balcão da cozinha e voltou, observando bem as garrafas de vinho perto do lixo e aquela sobre a mesinha do café com as taças.

— Você iria me falar quando? Ou ao menos pretendia me falar algo? – A baixinha perguntou um pouco chateada, a possibilidade de Camila esconder aquilo por meses seria enorme desde que não fala de sua vida pessoal ou muito menos do que planejava para o caso. Apenas pedia documentos e moldava planos em que pudessem serem executados no dia.

Pela segunda vez no dia, a agente se sentiu culpada. Ela sabia que nunca falaria por medo da reação de Ally, não tinha certeza se aquilo daria certo ou se muito menos ela aceitaria uma relação amigável com alguém que tinha a ficha mais suja possível com o governo. Camila amarrou o cabelo em um coque desleixado, sentando-se perto da sua amiga e lhe acompanhou com o olhar, primeiramente respirando fundo.

— Não. Eu não sabia como ia reagir... — Murmurou, pedindo algo como desculpas bem baixinho.

— Você deixou ela ver arquivos confidênciais?! – Anunciou, apontando para a pilha de documento marcada por diversos carimbos em vermelho.

— Não. O buraco é bem mais embaixo. Na verdade ela os trouxe ao meu pedido.

A agente Brooke encarou a latina, passando as mãos pelo cabelo antes de seguir rumo a cozinha após tirar tudo das sacolas.

— Para de me olhar assim como o cachorrinho que acabou de cair da mudança e por favor, me explica o que tá acontecendo. – Allyson pediu, começando a organizar o que podia para começar a fazer o jantar de ambas. — Você sabe que vou ser compreensiva, se não aquela mulher estaria presa.