M.O.N.E.Y

Part 7.

A escuridão da noite envolvia a cidade enquanto Camila e Lauren caminhavam lado a lado, as mãos instintivamente próximas às armas escondidas em seus casacos. O clima era tenso, mas também havia uma estranha serenidade em seus movimentos coordenados. Elas estavam em território desconhecido, mas a determinação que as guiava era inabalável.

O endereço do contato de Camila, um ex-agente da CIA conhecido apenas como "Baker," estava escondido em uma parte menos movimentada da cidade. O apartamento ficava em um prédio antigo, de fachada desgastada, em um bairro onde ninguém fazia perguntas. Era o tipo de lugar que abrigava segredos, mas onde todos fingiam que não viam nada.

Chegando à porta do prédio, a policial parou, observando os arredores. Lauren fez o mesmo, verificando cada sombra e cada esquina, os instintos de assassina sempre em alerta.

— Está preparada? — A agente perguntou, com um tom baixo, mas firme.

Cali assentiu. — Sempre. Vamos em frente.

Subiram as escadas em silêncio, os passos leves e controlados. O prédio estava escuro, as luzes dos corredores piscando intermitentemente. Quando chegaram ao andar certo, pararam diante da porta 302. Era o lugar, segundo as informações que haviam reunido.

Camila se aproximou da porta, pronta para bater, mas hesitou. Ela trocou um olhar com Lauren, que deu um leve aceno. Com um suspiro, bateu na porta, três vezes, firmemente.

Por um momento, houve apenas silêncio. A latina podia sentir seu coração batendo no peito, cada segundo que passava parecia mais longo. Então, passos se aproximaram do outro lado da porta.

A fechadura girou lentamente, e a porta se abriu, revelando um homem de meia-idade, com cabelos grisalhos e uma expressão cansada. Seus olhos, no entanto, eram afiados, observando as duas mulheres com uma mistura de cautela e curiosidade.

— Baker? — Camila perguntou, surpresa e mantendo a voz firme, mas sem hostilidade.

O homem observou-as por um momento, então abriu a porta um pouco mais, permitindo que entrassem. — Entrem. Não temos muito tempo.

Camila e Lauren trocaram um olhar antes de atravessar o limiar. O apartamento era pequeno e modesto, com móveis antigos e janelas cobertas por cortinas pesadas. Havia uma mesa no centro da sala, coberta de papéis e mapas, e um computador portátil que emitia um leve brilho azulado.

— Eu estava esperando vocês — Baker disse, trancando a porta atrás delas. — Já faz algum tempo que estou monitorando a situação. Quando recebi a mensagem do seu pai, soube que as coisas estavam mais complicadas do que eu imaginava.

Camila franziu a testa. — Meu pai está envolvido até o pescoço nisso, e não posso dizer que é uma surpresa. O que você sabe sobre tudo isso?

Baker suspirou, caminhando até a mesa e puxando uma cadeira para se sentar. — Mais do que gostaria, mas menos do que preciso. A CIA tem seus dedos em muitos potes, e o que seu pai está envolvido é um dos mais perigosos. Tráfico de informações, manipulação de governos, assassinatos contratados... E parece que ele estava tentando encobrir algo maior.

Lauren deu um passo à frente, sua postura rígida. — Precisamos de nomes, locais, qualquer coisa que nos ajude a entender o que estamos enfrentando.

Baker olhou para ela, depois para Camila, e balançou a cabeça. — Não é tão simples. Se fosse, eu já teria resolvido isso. Mas há algo que posso lhes dar.

Ele pegou um envelope debaixo de uma pilha de papéis e entregou a Camila. — Isso contém informações sobre uma operação desconhecida há muitos anos, talvez uns vinte? Sei que é a chave para entender o que está realmente acontecendo. Seu pai estava tentando sair dessa, mas algo ou alguém o impediu.