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Finalmente pude sair do hospital. Foram dias complicados. Só comia comida de hospital, porquê era a única coisa que me deixava forte. Mas depois de toda tempestade, sempre sai o sol.

Quando saí do hospital, já tinha uma limousine me esperando do lado de fora do mesmo. Fui para o palácio.

- Lar doce lar. – Falei quando finalmente entramos na área da propriedade.

Desci do carro e corri para dentro do palácio. Fui até o meu quarto e descobri que o mesmo não tinha mudado nada.

- Muitas coisas mudaram depois do acidente, mas nem tudo precisa mudar né? – Minha mãe falou, parada na porta. – Queríamos que você reconhecesse pelo menos uma coisa quando acordasse.

Ela estava certa, muitas coisas mudaram desde o dia em que tudo aconteceu. No meu trajeto de volta para o palácio, percebi muitas coisas novas e diferentes pela cidade. Algumas lojas que eu visitava com JJ e Sarah, estavam com novos logotipos. O shopping parecia maior. Algumas árvores novas haviam sido plantadas. Até mesmo as redes sociais haviam sido modificadas. Tinham novas atualizações e até estavam fazendo com que o talento de novas celebridades, fosse descoberto. Mas meu quarto continuava o mesmo. Não trocaram se quer uma pecinha de lugar.

- Obrigada por isso. – Falei olhando nos olhos da minha mãe.

Ela veio em minha direção e nos abraçamos. Porém, comecei a sentir meu ombro molhado e a ouvir um choro baixinho. Quando nos separamos, descobri a razão daquilo.

- Em alguns momentos eu fiquei com medo de que você não resistisse. – Ela falou limpando suas lágrimas. – Quando eu e seu pai fomos informados do acidente, foi como se uma parte de nós tivesse sido arrancada. Seu pai passou noites em claro. Eu passei um mês sem conseguir cumprir minhas funções de rainha. Mas aí eu percebi que não poderia me concentrar só no pior. Nós fomos lhe visitar todos os dias nesses três anos, e tentamos transformar nosso país no melhor lugar possível. Conversamos com Ministros, com o Presidente, fizemos declarações, obras, ajudamos muitos necessitados, criamos novas leis para ajudar pessoas em condições precárias e moradores de rua, entre outras coisas. Eu queria que você visse que nem tudo está perdido. Sei que o mundo ainda é um lugar caótico, mas fizemos nosso melhor.

- E vocês são os melhores pais do mundo por isso. Eu amo vocês com todas as minhas forças.

Nos abraçamos novamente antes dela sair do meu quarto, para que eu pudesse tomar banho.

Após o banho, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Sarah. Marcamos de nos encontrar no antigo parque que eu gostava tanto de ir. Me arrumei, peguei meus disfarces (que estavam guardados do fundo do meu guarda-roupa, com um cheirinho de lavanda por conta dos aromatizante que Marta, a moça que limpa meu quarto, sempre coloca dentro do móvel) e saí. Alertei minha mãe que ficou com um pouco de receio, mas me deixou sair mesmo assim. Ela falaria com meu pai, já que eu sabia que o mesmo não me deixaria sair de jeito nenhum. Eu entendo a preocupação dele, mas não acho que seja motivo para me deixar presa dentro do palácio, como em alguns anos atrás.

Pedi para o motorista me levar até o local, junto com um guarda costas (sim, minha mãe me obrigou a ter alguém comigo).

Chegando lá, desci do carro e pedi para o guarda costas não ficar muito perto, e me observar a alguns metros de distância. É claro que ele concordou, porquê são ordens reais.

Caminhei até uma árvore quando vi Sarah e John B em um piquenique.

- Olá.

Sarah se virou bruscamente e começou a pular de alegria. Não sabia que ela sentia tanta saudade assim.

Assim como minha mãe, ela começou a chorar quando me abraçou.

- Ah meu Deus, eu senti tanto a sua falta. – Ela disse entre lágrimas, ainda abraçada a mim.

Ela me largou depois de alguns minutos e logo agarrou minhas mãos.

- Como você está? – Perguntou preocupada.

- Eu tô bem, relaxa.

Vi John B se levantar e vir em minha direção.

- Oi John, quanto tempo hein.

- Você fez falta. – Ele disse e me abraçou fortemente também.

Após me soltar, nos sentamos em cima da toalha de piquenique.

- E aí, me contem as novidades. – Falei enquanto pegava um morango.

- Vamos te atualizar de todas as fofocas, não se preocupe. – Sarah disse enquanto comia um pedaço de torta.

- Pergunte o que quiser e te responderemos. – Foi a vez de John B falar.

Ficamos ali algum tempo, só conversando sobre tudo que aconteceu enquanto eu estava no hospital.

Depois que a comida acabou e a maioria das fofocas foi contada, levantamos e decidimos dar uma volta pela cidade. Sarah queria me mostrar todas as lojas, fastfoods, e outros lugares novos que tinham inaugurado. Já John B queria me mostrar as mudanças significativas que meus pais tinham feito na cidade. Pedi para o guarda costas nos seguir disfarçadamente, porquê eu acredito que as pessoas achariam estranho ver um homem seguindo três jovens adultos por aí.

Andamos por várias partes da cidade. Vi novas ruas limpas e asfaltadas, crianças saindo da escola, pessoas abrindo suas lojas, e todos pareciam incrivelmente felizes. Parece que a vida tem melhorado bastante de uns anos para cá.

Meus pais realmente fizeram um bom trabalho. A cidade parecia mais brilhante, iluminada, feliz. As pessoas pareciam bem e saudáveis. Não consigo evitar um sorriso ao ver todas as novidades.

Resolvemos passar no shopping, já que estava quase na hora do almoço.

- Restaurante ou fastfood? – Perguntou John B.

- Fastfood, porquê é mais barato. – Sarah respondeu colocando sua mão no ombro de seu noivo. Nesse momento eu finalmente reparei na linda aliança em seu dedo.

- Que aliança linda!

- Era da minha avó. – John B disse.

- Agora eu quero ouvir a história.

- Depois do falecimento dela meu pai só ficou com a aliança. Todos os pertences dela foram queimados em um incêndio, que acabou com q casa dela. Aí meu pai deu essa aliança de presente pra minha mãe no primeiro aniversário de casamento deles. Eles não tinham muito dinheiro na época em que se casaram, então ele não pôde comprar as alianças quando ficaram noivos ou quando estavam recém casados. Quando ele estava revirando uma mala, que continha alguns pertences de quando o mesmo era adolescente, ele encontrou a aliança junto a uma carta da mãe dele que dizia para entregar o objeto pra alguém especial. E agora, minha mãe me deu permissão pra entregar a Sarah. – Meu amigo falou e abraçou sua noiva por trás.

- Que história incrível. Vocês formam um casal tão fofo! Espero ter um dia o que vocês têm...

- Eu sei que vai encontrar o seu príncipe encantado um dia, é só ter paciência. – Sarah me respondeu.

- Você tem razão. Mas agora vamos comer? Esse cheirinho aqui da praça de alimentação já tá me dando fome.

Fomos em direção ao Subway e entramos na fila. Bem na minha frente encontrei alguém que não esperava ver tão cedo.

- JJ?

Royals - {Jiara}Onde histórias criam vida. Descubra agora