Royals - {Jiara}

7

Depois de um dia cheio de compromissos, fui para o meu quarto e tomei um banho. Assim que me deitei para descansar, ouvi uma batida em minha porta.

- Entre! – Pedi.

- Oi Kie. Seus pais querem falar com você no jardim. – JJ disse ao adentrar meu quarto.

- Ah é, minha mãe me disse hoje de manhã que tínhamos que conversar, mas não tivemos tempo. Ok, obrigada.

- Sabe sobre o que vão conversar?

- Ainda não. Ficou sabendo de algo?

- Não. Eles estavam sérios, boa sorte.

- Obrigada.

Fui até o jardim e encontrei meus pais sentados no banco que tem lá.

- Boa noite. Sobre o que gostariam de conversar?

- Filha, sente-se por favor. – Meu pai pediu enquanto dava tapinhas no banco, indicando que eu deveria sentar ao seu lado.

Me sentei e senti o vento frio da noite batendo contra a minha pele.

- Precisamos conversar. – Minha mãe começou.

- É sobre seu casamento. – Meu pai disse. – Você sabe que irá se casar no seu aniversário de 20 anos, é uma tradição. Será daqui a cinco meses e você ainda não começou a procurar pretendentes. Queremos te avisar que você tem três meses para arrumar um noivo, e se esse tempo acabar e você não tiver encontrado ninguém, iremos providenciar um noivo para você. Eu sei que deve ser ruim ter um casamento arranjado, já que meus bisavós, avós, pais e eu e sua mãe nos casamos por amor, mas o trono precisa de descendentes e é uma tradição se casar aos 20. Você pode se apaixonar em três meses. Pode escolher um Duque, Príncipe, enfim, alguém importante. Te amamos filha, e queremos que seja feliz.

Com lágrimas nos olhos, eu disse. – Ok, obrigada.

Voltei pro meu quarto e chorei até dormir. É tão injusto que meus amigos podem se casar quando quiserem e se sentirem confortáveis, e podem aproveitar a vida enquanto eu tenho que seguir regras idiotas e sou forçada a fazer coisas que não quero. Às vezes eu só queria sumir daqui e ir pra uma ilha deserta só com meus amigos.

[...]

Acordei com JJ batendo na porta do meu quarto.

- Oi princesa, bom dia. O que aconteceu ontem? – Ele pergunta fechando a porta.

- Vou me casar em cinco meses e tenho três meses pra encontrar um marido, se não meus pais vão encontrar um pra mim.

- Ah, eu... Eu sinto muito. Isso deve ser horrível. Mas porquê você tem que se casar agora? Você não deveria se casar só quando fosse se tornar rainha?

- É uma tradição na minha família se casar com 20 anos. E também... Acho que meu pai não está muito bem. Ultimamente ele parece meio distante e pálido. Semana passada ele quase caiu no meio da escada e disse que estava sentindo uma tontura. Se ele morrer, eu herdarei o trono já que minha mãe só é rainha por ter se casado com meu pai. Eu não quero que ele morra JJ, eu o amo tanto, mas ele está querendo muito que eu encontre um marido o mais rápido possível como se soubesse que não tem muito tempo. – Começo a chorar com o pensamento de acordar um dia e receber a notícia do falecimento de meu pai.

- Ah Kiara, que situação complicada. – Ele diz e me abraça. Depois não disse nada como se soubesse que eu só precisava daquele abraço e de mais nada.

- Obrigada JJ, obrigada por estar aqui por mim.

Retribuí seu abraço e ficamos assim por uns minutos. Os abraços dele são os melhores.

- Você mostrou que também está aqui pra tudo que eu precisar, então obrigado também. – Ele diz e nos separamos.

Depois dele mudar de assunto para que eu parasse de pensar demais em coisas que ainda não aconteceram, descemos pra comer. Enquanto eu tomava minha vitamina de morango, JJ me disse que eu teria o resto da semana livre, já que meus pais queriam que eu já começasse a procurar um pretendente. Isso é ridículo, já que essa semana eu tinha vários compromissos que foram cancelados (não seria mais fácil adiar, ou não se intrometerem?).

[...]

A tarde decidimos caminhar pela praça. Estávamos sentados em um banco quando eu comecei a falar.

- JJ. – Chamei meu amigo.

- Pode falar.

- Não quero escolher um pretendente agora.

- Não precisa. – Ele segurou minha mão.

- Me promete que nunca vai me abandonar? – Perguntei encostando minha cabeça em seu ombro.

- Prometo.

- Lembre-se que promessa é dívida. Não aguentaria viver longe de você e dos nossos amigos.

- A recíproca é verdadeira.

Ficamos ali por um tempo. Até que JJ se pronunciou.

- Você me disse que tem que se casar com alguém importante, mas o que acontece se você se apaixonar e quiser se casar com alguém simples, como o Pope ou... Eu.

- Seria um escândalo. Meus pais iriam proibir o casamento, fariam de tudo pra manter a pessoa longe de mim e manteriam o relacionamento longe da mídia. Provavelmente iriam ameaçar a pessoa e quem descobrisse sobre o relacionamento.

- Uau.

- É por isso que eu não tenho escolha. Eu só queria achar meu verdadeiro amor logo, pra não precisar me casar com um cara qualquer.

- Talvez você encontre. Que tal eu te ajudar a achar o cara perfeito pra você?

- Como assim?

- Já viu o filme "O diário da princesa 2"?

- Já, é um dos meus filmes favoritos.

- Lembra de cena em que tentam encontrar um marido pra ela?

- Claro, foi assim que ela encontrou o noivo, quase marido, dela.

- E é assim que vamos achar a sua alma gêmea. Vamos pro palácio agora. – Ele se levantou e me puxou.

- Mas já? – Resmunguei.

- Quanto mais cedo resolvermos isso, melhor.

Voltamos pro palácio e fiquei em meu quarto esperando JJ escolher alguns pretendentes. Não acredito que concordei com isso.

- Acabei. – Ele diz ao abrir a porta do meu quarto.

- Lá vem.

- Pense positivo princesa. Vamos começar.

JJ disse e se sentou ao meu lado em minha cama me mostrando o seu tablet.

- Esse é o primeiro. Príncipe da Suécia, bonitão, 22 anos e está procurando uma esposa.

- Não. Ele é o herdeiro do trono, se eu me casasse com ele teria que ir morar na Suécia.

- Ok então. Próximo: duque da Noruega, 30 anos e solteiro.

- Muito velho.

JJ revirou os olhos e continuou. – Conde da Dinamarca, 23 anos e está...

- Não gostei, muito feio. – O interrompi.

- Kiara, coopera por favor.

- Acho que... Eu não tô preparada pra achar alguém agora.

- O amor da sua vida pode estar bem na sua frente e você não percebe! – Ele diz e se vira, nos deixando bem próximos pela terceira vez.

Estávamos tão perto que eu podia sentir sua respiração batendo contra minha pele. Será que ele está certo? Será que eu estou me escondendo do amor da minha vida?