FAIRYTALE || jamie campbell bower

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Evangeline tentou novamente, escondida, ir até o jardim pela Passagem do Soldado, e foi bem mais lenta e cautelosamente com medo de encontrar novamente o visitante de aspecto angelical. Não que ela tivesse algo contra ele ou qualquer coisa do tipo, mas era um garoto, e mesmo ela sendo acostumada a conviver com garotos por conta de seus irmãos, era um garoto estranho. Ele não era nenhum de seus irmãos. Era um garoto que apareceu no meio das folhagens e que conhecia a música que sua mãe cantava para eles dormirem antes da vinda e da partida de Claude ao mundo.

E por que ele estava no jardim dela?

Parecia uma miragem, mas tinha certeza que não era.

E sua mãe e a avó disseram que ele não lhe faria mal, mas ele era um estranho e ela foi ensinada que não deveria falar com estranhos, em hipótese alguma! Só dentro da escola, quando seus avós a deixassem ir, o que pelas suas primárias contas não faltava muito tempo, porém Will e Owen iriam antes e lhe prometeram contar tudo sobre como era a escola. Drew e Yd parecia ser apaixonado por ela, mas Grahi e Beau pareciam odiá-la porque sempre voltavam com aquela cara de quem fora obrigado a comer quilos e quilos de couve de Bruxelas. Exceto quando Harper vinha junto, aí não. Nessas horas eles sorriam um pouco mais, contudo nesses momentos todos sorriam um pouco mais porque a namorada do irmão tinha essa habilidade. Ela viera de fininho, quase, mas agora quase todos os dias depois da aula ela estava no castelo e sempre tirava alguns momentos para dar alguma dica de coisas femininas para Evie. Ela era a irmã mais velha materializada que ela nunca tivera.

Suas irmãs mais velhas até tentavam as vezes.

Mas, bem....

Elas eram fantasmas.

Era mais fácil alguém vivo e em carne e osso tentar ensinar a uma garotinha a passar batom, ou fazer um penteado que não seja um coque incrivelmente apertado que nem o que Miss Ellenville fazia em seu cabelo para as aulas de ballet. Ela gostava de ter Harper por perto porque era uma garota de carne e osso que parecia genuinamente gostar dela e a avó, por mais que tentasse, não tinha como suprir essa vontade de companhia que ela tinha. Era um pouco cansativo ser a única garota entre seus irmãos, então a namorada de seu irmão mais velho era uma companhia muito bem-vinda.

Diferentemente das garotas de Drew.

Elas sempre iam apenas até o portão, nunca entravam e não tinham aqueles olhos gentis e simpáticos que Harper tinha. Elas eram muito maquiadas, muito vaidosas, muito... estranhas. E mesmo que suas quase constante companhia dos fantasmas nem lhe avisassem, ela podia ver que essas garotas que desfilavam quase que diariamente pelo portão não gostavam de seu irmão. Elas gostavam do que ele parecia ser, mas quem conhecia ele de verdade, sabia que aquela visão que ele apresentava ao redor do mundo era bem diferente do Drew que a levava para passear na feira e brigava com os responsáveis nas barracas que não queriam dar o brinde certo de acordo com quantos alvos eles tinham derrubado ou algo assim. Drew era o que mais cuidava dela e mesmo assim, ela sabia que ele era o cara que se o mundo conhecesse a verdadeira personalidade, a maioria se afastaria.

O Drew de verdade não era o agente do caos que o mundo conhecia.

O Drew de verdade era gentil, cuidadoso e extremamente atencioso com todas as necessidades daqueles que ama e esse lado dele definitivamente não seria abraçado por todos. Era compreensivo demais para que o mundo que eles conheciam o amasse de maneira genuína...

Quando Evangeline, suas duas trancinhas e o vestido de jeans com a camiseta listrada de abelha por baixo pisaram no gramado, dessa vez de maneira bem mais atenta que a anterior, e foi acompanhando o trajeto das sebes e arbustos, bem anterior ao portão de ferro incrivelmente bem entalhado, ela apenas admirou a beleza da paisagem, pensando como o mundo do lado de fora era maravilhoso e como ela nunca podia sair sozinha para fazer tarefas comuns, como seus irmãos sempre podiam.