Os "chuta pobre" quebram o pau por bobagem

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— Nem p'ra me pagar um sushi antes de tirar a minha roupa, momor?

— Eu já disse — apontou para Feng Xin, o olhar mortalmente afiado e o rosto todo vermelho — que foi uma situação crítica! Ou queria acordar sem as pernas depois que seus jeans desconfortáveis cortassem a sua circulação sanguínea!?

O castanho claramente segurava a risada, o que não acalmava em nada o platinado. Deu-lhe as costas, entrando no banheiro para se trocar e não ter que olhar para a cara do namorado.

— É BRINCADEIRA, MU QING! É BRINCADEIRA! — caiu na literal gargalhada, sendo mil vezes mais escandaloso que a própria Feng Hui.

— SE PERCA, IDIOTA!

— NÃO FICA BRAVO COMIGO, DENGO!

NÃO ME CHAMA ASSIM!!

A gargalhada, se possível, ficou ainda mais alta. O platinado escorregou de costas pela parede, sentando com o rosto escondido entre os joelhos.

"MALDITO! IDIOTA! ESTÚPIDO! POR QUE EU TENHO QUE AMAR ESSE PASPALHO!? INFERNO!"

Por que ele estava com borboletas no estômago!? Era para ele estar apenas furioso! Que tipo de magia negra o castanho tinha!?

...

— Me perdoa, vai, Princeso ...

— Alguém escutou alguma coisa? — fingiu-se de sonso, ignorando os apelos do namorado enquanto fazia o próprio prato no café da manhã — Hmmm ... deve ser o vento.

Pinguinho.

— Uau. Tem morangos o suficiente p'ra transformar alguém na Moranguinho.

Meu grude.

— Quanto de agrotóxico usaram p'ra que eles crescessem até esse tamanho? — perguntou-se, enchendo o prato com a fruta sem miséria.

Benzinho. — apoiou a cabeça no ombro alheio, os olhos pidões.

"Seja forte, Mu Qing. Seja forte e não caia nos charmes desse imbecil."

— Desencosta, Feng Xin.

— Não fica bravo comigo ...

Quem disse que eu 'to bravo!? — fuzilou-o com o olhar antes de tomar o pegador para pegar um pãozinho.

Eu, porque eu te conheço, Coisinha Linda.

Todo o corpo do platinado congelou, inclusive o pãozinho no pegador. Ele atingiu cinquenta tons de vermelho diferentes em dois segundos.

Feng Xin desencostou sua cabeça do ombro alheio, sorrindo com perversidade.

— Ah, então você gosta de "Coisinha Linda"?

Não! — soltou, duas oitavas mais fino.

— É feio mentir, Coisinha Linda~! — cantarolou, dando a volta na mesa onde estavam para pegar algo, o sorriso muito largo e as covinhas bem marcadas.

— Eu- eu não- — gaguejou, largando o pegador no lugar e correndo atrás do namoradoVolta aqui, idiota! Não me chama assim-

— Você irritado é uma coisa especialmente linda, sabia? — interrompeu, seu sorriso tornando-se bobo e doce — Mas não fica bravo mais comigo ... não foi por mal.

Comprimiu os lábios, apertando seu prato com os dedos. Recebeu mais uma risada escandalosa demais para um lugar público, mas que ele amava mesmo assim.

Finge Que (NÃO) QuerOnde histórias criam vida. Descubra agora