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Três foram os escolhidos por Caim para serem transformados, dando origem a uma extensa linhagem de vampiros. No entanto, o Dilúvio, assolou a Terra, ceifando a vida de muitos de seus descendentes. Após a dissipação das águas, quando as terras secaram novamente, Caim interpretou o Dilúvio como um ato divino de punição por sua criação de vampiros.

Convencido de que a ira de Deus estava direcionada a ele e sua prole, Caim ordenou que a criação de novos vampiros cessasse imediatamente. Temeroso das consequências divinas, desapareceu no mundo, afastando-se de suas próprias criações.

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Adam Galli

O dia ensolarado estava chegando ao fim, acompanhado por uma brisa suave que balançava as inúmeras árvores do vinhedo. No silêncio do local, o zumbido dos aviões pulverizadores ecoava pelo ar. Ao longe, uma majestosa mansão surgia entre a natureza, enquanto dois homens mantinham uma conversa, cercados por seguranças armados. A atmosfera estava tensa e um tanto ameaçadora entre os seguranças, mas estranhamente tranquila e convidativa entre os cavalheiros

Um dos homens tinha cabelos castanhos médios que eram jogados para trás que mostravam fios brancos assim como sua barba, seus olhos, com uma tonalidade profunda de castanho, permaneciam intensamente focados no homem à sua frente, cujo semblante carregava sinais de cansaço.

- Galli, você sempre me pareceu um ragazzo louco, mas você só pode estar brincando comigo.

- É um negócio bom para todos Vitalle, nos livramos de um inimigo em comum e aumentamos nosso faturamento em quase 50 por cento. – Sorriu o homem tomando um gole de vinho

-Eu não tenho como arcar com vendettas, Galli. O aumento no faturamento ainda não compensa a retaliação que sofrerei somente por te ajudar! - Disse o anfitrião ajeitando sua gravata e colocando de volta seu chapéu enquanto se levanta da mesa.

- Espero que não me interprete mal colleghi, mas não posso aceita essa aliança. Acompanhem o Signore Galli até a saída.

Enquanto Galli percorria o vinhedo, fumando seu charuto e acompanhado pelos seguranças de Vitalle, um último avião pulverizador passou pela exuberante plantação. No entanto, algo estava errado; não apenas sobrevoou o vinhedo, mas também a grande mansão em uma manobra incomum. Nesse momento, todos perceberam que algo estava terrivelmente errado. O forte cheiro de gasolina começou a se espalhar e, antes que alguém pudesse reagir, Galli já estava em seu carro, jogando o charuto aceso nas proximidades do vinhedo. O fogo se espalhou rapidamente, transformando a exuberante plantação em cinzas. Enquanto observava o fogo com um sorriso, Galli partiu em seu carro. Vitalle não seria mais um problema. Adam ouvia os gritos abafados, mas ignorava o inferno que deixará para trás. Não havia remorso em seu rosto; na verdade, ele parecia satisfeito.

Adam seguiu seu caminho, atravessando a cidade mais uma vez. A lua iluminava as ruas de Roma, lançando sua luz sobre monumentos e as ruínas de grandiosos edifícios, transformando um passeio pelas ruas em uma jornada no tempo. A noite estava fria, mas as ruas permaneciam movimentadas. A grande mansão logo surgiu à vista de Adam. Os portões se abriram, revelando um homem parado diante das portas. Seus cabelos cacheados eram negros, escorrendo sobre os ombros, e seus olhos cor de mel destacavam-se em seu rosto.

- Atrasado como sempre – disse o homem ao ver Adam saindo de seu carro.

- Apenas quando é para ver você garoto – Adam se aproxima do homem o abraçando em seguida – não cresceu nem um pouco Henry, te confundi com um dos gnomos do meu quintal

- Também senti saudades pai – murmurou ele durante o abraço.

- Tomando muito cuidado por aí? – Adam disse entrando em casa – Não gosto de Americanos.

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