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À medida que o tempo avançava, as intensas batalhas entre as linhagens de vampiros diminuíram, deixando para trás um rastro de sobreviventes cansados e desiludidos. Os vampiros remanescentes tomaram uma decisão drástica para evitar futuros conflitos: optaram pelo exílio e comprometeram-se a não criar mais descendentes, temendo que esses novos vampiros pudessem repetir a trágica história de rebelião e traição que eles próprios vivenciaram. Esses vampiros exilados escolheram as sombras da noite como seu refúgio, afastando-se do convívio humano e adotando um estilo de vida solitário.

Vivendo à margem da sociedade, esses vampiros exilados adotaram uma existência predatória. À medida que a escuridão caía, eles emergiam de seus esconderijos, caçando os desavisados e saciando sua sede insaciável com o sangue de suas presas. O ciclo noturno tornou-se sua aliada, proporcionando-lhes a liberdade de se moverem sem serem detectados, enquanto os humanos inocentes tornavam-se suas vítimas. Nesse recluso e sombrio modo de vida, esses vampiros buscavam sobreviver, mantendo-se à margem da sociedade que um dia compartilharam, mas que agora era um mundo distante e inacessível para eles.

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Renzo Moretti

Estar ali era uma mescla de sentimentos terríveis para Renzo. Ao sair da casa, Renzo rapidamente acendeu um cigarro e resolveu voltar para casa caminhando, pois estava sem dinheiro. Muitas coisas passavam por sua cabeça, e apenas uma pessoa ocupava sua mente: Lily, seu olhar triste, vazio e frio. Aquilo era assustador.

Renzo caminhava sem prestar atenção em muitas coisas. Sua cabeça doía, seus pensamentos não o deixavam em paz. O homem morava em uma rua escura, não muito bem iluminada. Era o que seu dinheiro podia pagar. Chegando perto de sua casa, um sentimento tomou conta de seu corpo. Ele estava sendo perseguido, era como sua sombra, estava perto demais. Ele apertou o passo, mas a pessoa atrás dele fez o mesmo. As luzes piscavam e o coração de Renzo quase saía de seu peito. Foi na porta de sua casa, tentando pegar as chaves de sua casa, que uma mão tocou seu ombro.

- Te encontrei - disse uma voz masculina - Acho que a gente pode se ajudar.

.....

Ele virou-se devagar para encarar o homem que o seguia, mantendo a cautela. Seus olhos encontraram um sujeito alto e robusto, com um olhar penetrante e um sorriso que não parecia genuíno.

- Não posso dizer que não estou feliz em te ver – Disse o homem ainda com um sorriso no rosto

- Marcoh? Que merda você tá fazendo aqui? Achei que vocês estavam todos na Espanha - perguntou Renzo, ainda confuso com a presença inesperada de Marcoh.

- E nós tínhamos um trabalho, mas é isso que eu queria falar contigo - respondeu Marcoh, com uma expressão séria - Um dos desgraçados pegou o Bruce, o velhote não era a melhor pessoa do mundo, mas ele seguia o Credo da forma correta. Assim que ele se foi, o Tulio assumiu e acho que você já viu o tipo de abordagem dele no noticiário.

- Espera – disse dando uma risada baixa – vocês estão fazendo aquelas coisas? – exclamou passando as mãos no cabelo – VOCÊS SÃO IDIOTAS?

Com um tom de urgência e sinceridade, Marcoh tentou acalmar Renzo e explicar a situação.

- Calma, Renzo, você conhece o Credo e sabe como as coisas funcionam. Tulio assumiu o comando após a morte do Bruce, mas não estamos satisfeitos. Parece que tudo está desmoronando... Precisamos de uma liderança forte, alguém que realmente entenda o que é importante para nós. E é aí que você entra. Você sempre foi um líder nato, mesmo que sua obsessão seja assustadora.

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