Sangue e Chocolate.

20-fragilizado

Acordei no sábado de manhã com ele deitado na cama seu sono parecia agitado apesar de estar bem pesado, me levantei pisando sobre ovos para não fazer barulhos, não queria acorda-lo, tomei meu banho e comi alguma coisa e fui para sala, senti aquela sensação de impotência por não saber o que fazer, queria dar algo que ele tomasse e simplesmente melhorasse, mais nem sabia o que fazer, liguei para minha mãe e contei como ele tinha chegado, ela me disse para não dar nada que pesasse em seu estomago, era pra ficar com vitaminas e coisas leves, mousses essas coisas...

- Mãe por favor compra isso pra mim e por favor vem prá cá, eu estou ficando preocupado, ele já esta dormindo a muito tempo e não acorda o que eu faço? Ele está magro, eu to perdido aqui nessa casa.

- Gustavo eu tenho minhas coisas pra fazer, eu vou comprar levo ai, mais você vai ter que cuidar dele sozinho, eu te explico o que fazer, mais acho melhor leva-lo a um médico ele tem problemas de saúde.

- Ele não quer mãe, quando melhorar um pouco eu levo ele a força, mais assim eu não teria coragem de força-lo a nada.

Desliguei o telefone, e ia voltando para sala de tv, e ele veio em minha direção com um sorriso no rosto, finalmente tinha acordado, eu me sentei no sofá ele veio se deitou com a cabeça no meu colo...

- Gustavo, eu preciso comer alguma coisa, mais estou com ânsia de vomito, creio que irei passar mau.

- Espera um pouco minha mãe, vai trazer algumas coisas para você comer, coisas mais saudáveis nada tão gordurosos e enlatados como você tanto gosta.

- Ok, vou esperar então. Mais ela não precisava se incomodar com isso, você mesmo poderia fazer isso pra mim né!?

- Eu já terceirizei o serviço porque não consigo fazer essas coisas Jorge, mais me conta como foi emagrecer tanto assim.

- Não comia muito, só quando tinha tempo, dormia apenas três horas por noite, depois perdia meu sono, ou não dormia ficava direto no escritório, todo aquele stress em torno das demissões e tudo mais, sem contar no ódio que as pessoas estavam de mim, isso tudo me colocou para baixo e me deixou assim.

Ele falava com aquele timbre triste na voz, ele nunca se incomodou muito das pessoas odiarem ele no escritório, mais parecia que dessa vez ele realmente estava muito fragilizado, eu fiquei quieto na minha ouvindo-o falar, algumas vezes fazia uma pergunta ou outra, mais sempre ouvindo a opinião dele como uma regra geral.

- Você acha que eu não sei que as pessoas me chamam de "Dama de Ferro" no escritório? Eu sei de tudo que se passa ali Gustavo, sei que me chamam de filho da puta pelas costas, como você mesmo já fez, porem foi mais digno e me chamou de filho da puta na minha frente, achei digno por isso não o demiti, mais no contexto coorporativo eu não poderia agir diferente, você me entende!?

- Olha Jorge, eu sempre acho que bondade e educação cabem em qualquer lugar, e você é um cara bom, só falta ser educado com as pessoas.

- Eu coloco pressão, em funcionários que eu vejo potencial, eu nada mais quero que trabalhem tanto quanto eu, e absorvam tudo o que eu falo e ensino, eu não monopolizo o controle, tanto é que a Suzane entrou como estagiaria e hoje é minha amiga e braço direito estamos a 5 anos juntos na empresa, e ela não saiu, porque entendeu o porque de eu exigir tanto dela.

Ele me explicou bem o que realmente faz sentido os funcionários menores nada reclamam dele, os estagiários o idolatram a Valentina o adora apesar de ele exigir muito dela, a empregada dele o ama, enfim ele é agradável prova disso é o fato de ser cheio de amigos, e não acho que sejam interesseiros pois sempre que saímos eles insistem em pagar a parte dele da conta, o chamam mesmo pela companhia dele, que de fato é agradável ainda mais quando bebe, e se torna o humorista do grupo. Ele ficou deitado no meu colo e eu afagando os cabelos dele.

Enquanto conversamos ele me disse que meu apelido na empresa era "Boy Toy" que o pessoal comentava sobre a gente, eles viram a revista em que saímos juntos em uma foto no restaurante, com certeza que iniciou o boato foi o infeliz do Edgar mais tudo bem, eu adorei o apelido de Boy Toy, soa erótico apesar de eu não me encaixar na definição da palavra eu adorei o pseudônimo. Fiquei fazendo piadas com isso até que finalmente minha mãe chegou na casa dele, levantei, ajudei ele a se levantar, e fomos para cozinha minha mãe entrou e fomos ao café da manhã ela tinha comprado muita coisa gostosa, resultado eu comi mais que o Jorge, comi de tudo um pouco, ele ficava enrolando com umas torradas e nutella enquanto eu caprichava em um bolo de chocolate e coca-cola.

- Gustavo, como você consegue comer desse tanto menino!? Com certeza não puxou a mim, come como um pedreiro.

- Mãe eu estava com fome, e preciso me alimentar pois estou quase tendo que carregar o Jorge no colo, ele esta fragilizado né.

- Eu fico horrorizada com esse seu apetite, vai acabar engordando.

Rimos um pouco e minha mãe foi pra o escritório com ele conversar sobre a vida e as coisas que o afligiam, com certeza ela foi tirar informações dele e tranquiliza-lo quanto a situação dele, já que da empresa ele tinha se recuperado bem do stress, não sei o que minha mãe disse para ele no escritório mais ele saiu de lá dizendo que na segunda-feira de manhã ele iria ao médico e pediu para eu acompanha-lo, eu concordei claro, queria mais é que ele cuidasse da sua saúde.

Minha mãe se foi e nós dois passamos o final de semana todo em casa não rolou nem um oral pra me animar mais colo ele não estava muito bem de saúde eu preferi deixa-lo descansar, porque na outra semana eu iria me esbaldar, afinal com dois meses sem sexo ele já deveria estar virgem de novo, apertadinho do jeito que eu gosto, no domingo conversamos mais sobre ele, sobre a empresa... Ele me disse que na outra semana contrataria um novo assistente pessoal, pois tinha outros planos pra mim.

- E quais seriam seus planos pra mim Jorge!?

- Por enquanto é segredo, mais a gerente do financeiro e as duas outras mais antigas aceitaram minha proposta de se mudar para Florianópolis e tomar conta do financeiro de lá, sendo assim eu teria que contratar novas pessoas, irei remanejar algumas que já estão comigo, e contratar novas, para meu assistente eu vou colocar um estagiário desses de inicio de faculdade, um rapaz e uma moça é mais barato.

- Eu não me incomodo em continuar como seu assistente eu até gostaria de continuar assim ficamos juntos.

- Entendo, mais quero que cresça na empresa e essa é uma ótima oportunidade, contratei um especialista tributário para treinar vocês ele vira para Uberlândia na próxima semana, amanha contratarei os garotos na terça você começa a treina-los terá 4 dias para ensina-los acho que é tempo suficiente.

- Na verdade não é, mais se tratando de você, até que me deu um prazo muito grande para treinar o pessoal.

Demos umas risadas, ele já estava voltando com seu senso de humor de novo, brincamos um pouco fazendo piada da empresa e do comportamento dele, para descontrai-lo mais sempre que ele ria, colocava a mão no estomago provavelmente tinha machucado acho que por não conseguir para com comida no estomago, mais tudo se resolveria em breve...