Como Ser o Ômega Perfeito

Culpa

    Chegando em casa, Luffy foi direto para seu quarto e se trancou lá dentro. Law tinha se assustado com o vulto veloz que passou ao lado sofá e se levantou, acordando Noki que estava tão bem aninhado em seu peito.

—... O que ela fez? — Kid não respondeu, apenas se sentou no sofá. — Diz. — O deu algumas batidinhas com o pé.

— Eu não sei, fui no banheiro e ela aproveitou para falar merda. — Kid respondeu. Law riu nasalmente e se deitou novamente, acariciando o gato em seu peito.

—...—

—...—

— Ela falou de mim? — Law perguntou, evitando olhar para Kid. — Falou? — Kid apenas assentiu. — Hum, eu deveria imaginar. Por que ela não falaria de mim?

.
.
.
.

  Era um sábado, próximo das 11 da tarde. A família tinha programado um jantar com os membros, e disseram que todos poderiam levar seus companheiros. Kid tinha sido convidado, então obviamente iria levar seu namorado.
  Law estava ajeitando sua gravata enquanto se olhava no espelho, murmurando algumas coisas inaudíveis.

— Está pronto? — Perguntou.

— Sim. —

— Então vamos. — Kid ergueu a mão para Law, guiando-o até o carro.

No carro, Kid pôde perceber os feromônios agitados de Law que colocava o cinto tremulamente. Ele estava obviamente nervoso, a última vez que havia visto seus sogros foi em um momento totalmente inoportuno.

  A mãe de Kid chamou-o para o jantar exatamente para se desculpar com o filho e tentar convencê-lo a voltar para casa. Porém, nada havia sido como o esperado.

Quando chegaram na casa, todos ficaram em silêncio ao notarem o acompanhante de Kid.
   De todas elas, de longe a mãe dele era quem mais estava em choque.

— Ah!! Quanto tempo, venham, tem lugares guardados para vocês. — Hancock disse gentilmente, não disfarçando na hora de pegar uma cadeira que estava um pouco atrás e coloca-la à mesa também.
  Law estava hesitante, queria sair daquele local abafado e sair correndo, mas não conseguiu.
   A mãe pigarreou e bateu uma colher numa taça, chamando a atenção de todos para ela.

— O jantar, como todos já sabem, é em especial à minha querida filha Hancock, que anunciou sua gravidez de 2 semanas. — A mesa aplaudiu, o que fez Hancock sorrir. A mulher olhou Kid de maneira fria. — Vamos brindar ao meu neto.— Ela não disse mais nada pois não aguentava nem olhar na cara de Kid por aquilo.

  Ela achava que tinham terminado, e por isso ele tinha voltado.

  Quando todos se sentaram, a mãe cruzou as pernas e encarou o filho, pigarreando para chamar sua atenção.
  — Eu achei ter deixado claro que este... Homem não é bem vindo em minha casa. — Kid revirou os olhos.

— Todos podem trazer seus parceiros e eu não? — A mulher o olhou com desgosto, desviando o olhar para Law que parecia inabalável. — Eu apenas aceitei o que o convite oferecia. — Ela parecia irritada.

— Não interessa, você sabe muito bem que não quero ele aqui. — Ela falou. — E vocês... Não deve o chamar de parceiro, isso tudo é perverssão. — Kid sentiu uma veia saltar em sua testa.

— Mamãe. — Hancock interviu ao notar o rumo que estava indo tudo aquilo.

— Fique quieta, Hancock. — A mãe disse, ainda encarando o filho. — Não quero um viado nojento em minha casa. — Tinha sido o stopim. 

— Certo, então iremos em bora. — Kid se levantou e puxou o namorado consigo. — Não precisamos ficar ouvindo cada merda que sai dessa sua boca. — A mãe se levantou e foi até o filho.

— Olha como fala comigo! — Ela exclamou.
  Naquele ponto, todos da mesa se levantaram e tentavam amenizar a situação. — Um dia você vai perceber que essa sua "relaçãozinha" não é nada. Você é um alfa, um homem! Não pode ficar com um igual! — Ela exclamou. — Eu não permito isso! — Law olhou o chão, sentindo que aquela sua confiança estava indo em bora. — Isso é uma pouca vergonha!

— Você não tem que permitir nada, a vida é minha e eu faço o que quiser! — Há esse ponto, Kid também estava gritando.

— Você está manchando o nome da família! Isso é nojento, imoral! — Kid, irritado com aquilo soltou o que não queria.

— Pois agora, não vamos apenas manchá-lo, vamos acabar com ela. Eu e Law vamos nos casar. — A mãe, que estava furiosa pela teimosia do filho, entrou em choque. A única ação que conseguiu fazer foi dar um tapa no rosto de seu filho.
  Hancock puxou a mãe para trás e olhou o irmão, pedindo desculpa com a troca de olhares, e fazendo um silencioso pedido para que fosse em bora.

  Kid não queria ir em bora, queria colocar sua mãe no chão e mostrar o quanto ela está errada, porém, sua raiva se quebrou quando sua mão foi solta e Lae tinha saído correndo.
  — Veja só, arruinando mais uma coisa como você sempre faz. — Kid cuspiu as palavras e foi atrás de Law, deixando todos para trás.

  Hancock se afastou de sua mãe e tocou sua têmporas, pedindo para que os outros familiares fossem em bora.
  — Sério mãe? Por que você sempre tem que fazer isso?! — Perguntou desacreditada.

— Filha, aquilo é nojento, uma pouca vergonha. Não posso aceita-lo em minha casa. — A mulher dizia irritada. — Ele está acabando com a nossa família!

— Você está acabando com ela! Não interessa o que disser, você tem que entender que Kid já é um adulto, ele faz o quiser, e mesmo que a senhora o processe nada vai mudar! Eles não fizeram nada e você já chegou os xingando. Isso é falta de educação, mãe.— Hancock exclamava furiosa pelo jantar arruinado. — Eu vou para casa.

Essa foi a primeira vez que Hancock falou de maneira severa com sua mãe.

  Kid procurou por Law pela rua, e o achou escondido atrás de uma árvore. Se agachou no lado do namorado e limpo as lágrimas finas que escorriam pelo canto de seu olhos. Kid só tinha o visto chorar 2 vezes. E sempre que chorava era de uma maneira linda.

— Bebê, não chora. — Kid pedia baixo, puxando-o para seus braços. — Por que está chorando?

— uh... desculpa Kid, eu estraguei o jantar... — Law disse baixo. Kid negou.

— Não foi culpa sua. Aquela mulher apenas tem a mente muito pequena. — Law deu um pequeno pequeno sorriso. — Vem, vamos para casa. .