Pais

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[ Ponto de Vista; Sanji~ ]

Me olhei no espelho ajeitando meu cabelo, estava vestindo um conjunto que tinha ganhado de aniversário que eu realmente amava, ficava tão perfeito em meu corpo. Não posso dizer a mesma coisa por Zoro, ele odiava quando colocava aquela roupa, mas não é como se eu me importasse com isso e muito menos que aquilo seja problema dele.

— Sanji, está pronto? — Zoro entrou no quarto, fechando a cara assim que me viu. — Essa roupa de novo? — Fechou a porta e cruzou os braços. 

— Eu gosto dela. — Digo, olhando para meus lábios que estavam um pouco arranhados, culpa de Zoro, seus lábios são ressecados. Passei um hidratante labial e logo o olhei com um sorriso. 

— E você sabe que eu não gosto dela... — Revirei meus olhos e me aproximei do mesmo.

— E não tem motivos para isso. Lembre-se que você não decidi o que eu visto ou não. — O ouvi bufar, pegando em minha cintura e apoiando seu queixo em minha cabeça. 

— Não gosto que olhem para você. — Claro que eu sabia disso, lembro bem do dia em que ele quase espancou um cara apenas por ter olhado para a minha bunda. Mas como diz o ditado, olhar não arranca pedaço. 

— Você deveria agradecer por ter um namoro bonito que todos desejam mas nunca vão ter... — Zoro desviou o olhar enquanto apertava meu quadril, dando-me um beijo calmo. — Não se preocupe, você sabe bem que eu só tenho olhos para você. — Sussurrei perto de seu ouvido, dando uma mordidinha ali.

— Certo, certo... Vamos logo. — Disse um pouco corado, me puxando para fora do quarto. 

Estava nervoso iria finalmente conhecer a família do Zoro, e bem, queria parecer ao menos um pouco apresentável. Zoro disse que não queria me apresentar por causa de seus irmãos, disse que eles eram bem fura olho, o que eu entendia de certa forma. Disse que provavelmente iriam dar em cima de mim e eu me sentiria desconfortável, mas fala sério, adoraria dar um fora neles. 

Assim que entramos no carro, peguei as mãos grande e fiz Zoro me olhar. 
  — Era para eu estar nervoso, não você, daqui a pouco vai estar suando que nem um porco. 

 — Você sabe bem o porquê. — Eu sabia, Zoro tinha dito o quanto seu pai pode ser conservador, e como odiaria que seu filho fosse casado com um homem. 

— Claro que lembro, e lembro também de você dizendo bem alto 'que ele vá a merda.' — Zoro riu, ligando o GPS. Eu realmente estava um pouco nervoso, Zoro se perde tão fácil que possivelmente até com o GPS ligado é capaz de se perder. Mas no final tudo deu certo, e em poucos minutos estávamos parados em frente a uma casa cinza pequena. 

— Bem... É aqui. — Murmurou, apertando minha mão fortemente. Antes de sairmos do carro, Zoro pediu por um beijo, no qual não neguei em dá-lo. 
  Fomos até a entrada e batemos na porta, esperando que a atendessem.

 A porta foi aberta, revelando a imagem de uma mulher de lindos cabelos pretos, que sorriu assim que nos viu. 

— Zoro, meu amor! — Ela correu para abraça-lo, dando um beijo em sua bochecha. — Você nunca mais veio nos visitar, estava com saudades. — Disse, me olhando em seguida. — Olá, prazer, me chamo Midori. É.. Qual seu nome, querido? — Deu um sorriso. 

— Sanji, me chamo Sanji! Muito prazer. — Sorri de volta, sentindo o aperto discreto de Zoro em minha cintura. 

— Vamos, vamos, entrem! — Nos deu espaço para entrar, fechando a porta em seguida. — Amor! Eles chegaram! — Exclamou feliz, vendo que em poucos segundos quatro homens desceram a escada. 

— Quanto tempo, Zoro. — Disse o mais velho, se aproximando de Zoro que ficava cada vez mais tenso. — Parece que depois de se mudar para o centro esqueceu a família. — Zoro riu e coçou a nuca. 

— Eu... Eu apenas andei trabalhando demais. — Não era mentira, mas também não era verdade, Zoro andava muito era saindo, mal parava em casa, mas depois de eu ter contado sobre minha gravidez ele começou a dar muito mais atenção do que eu precisava, como também começou a trabalhar bastante. 

— Entendo. Quem é esse? Amigo seu? — Percebi que Zoro tremeu de leve, olhando de relance para mim e suspirando antes de olhar seu pai.

— Pai, ele é... — Zoro desviou o olhar e mordeu os lábios, olhando para seu pai novamente. — Ele é o meu ômega. — Vi um sorriso iluminado surgir no rosto da mulher, e uma expressão neutra no rosto de seu pai. 

— Oh céus! Isso é verdade? Mesmo?! Bem vindo a família querido. — Sorri envergonhado.
  Zoro estava meio tenso enquanto trocava olhares com seu pai, este que nada disse e apenas virou de costas. 

— Ei, marimo. — O chamei baixo, segurando sua mão com carinho. — Não ligue para isso, tudo bem? — Ele assentiu, me guiando até a cozinha. 

— Sanji, gosta de bolinho de arroz? — A mulher perguntou quando me sentei na mesa, colocando um prato na mesa. 

— Sim, acabei por me acostumar, Zoro gosta bastante de onigiris. — Digo, ouvindo uma risada da mulher que se sentou a mesa.

— Exatamente, por este motivo fiz muitos. Zoro come demais, não sei como ele não engorda. — Zoro corou, o que me fez querer gargalhar, mas fiquei quieto. 

— Sim, ele come muito. Mas ele faz academia todos os dias, fora que o trabalho pede bastante do corpo dele. — Ela assentiu, colocando seu prato e nos olhando. 

— Há quanto tempo estão juntos? Zoro não me disse nada... — Disse com um bico, esperando uma resposta convincente. 

— Faz quase dois anos, mãe. — Zoro respondeu enquanto colocava a comida na boca. 

— O que?! Vocês namoram esse tempo todo e nem me falaram? Me sinto esquecida... — Disse com uma falsa cara de tristeza, recebendo uma risada de Zoro que logo cerrou os punhos. 

— Como eu disse... Estava trabalhando demais. — Disse nervoso, percebi isso quando senti suas mãos suando. — Mãe, pai, eu não vim aqui apenas para dizer que estou namorando. — Disse, hesitante na hora de dizer o que queria. — Nós... Nós vamos ter um filho. — Disse por fim, deixando a mesa em um completo silencio. — Eu... Achei importante dizer isso para vocês, sabe, para não vir de surpresa. — Midori ia dizer algo, mas foi interrompida pelo garoto ao seu lado. 

— Nossa, Zoro. E eu achando que você ia ficar sozinho para sempre. E olha só, você chegou aqui, com um puta ômega bonito e um futuro filho. Nunca estive tão orgulhoso do meu irmão.. — Zoro pareceu se enfurecer, ele odiava que me elogiassem dessa forma. 
  Beberiquei a taça de vinho enquanto apenas olhava o que acontecia. 

— Fica quieto, pirralho. — Disse, olhando para seu pai lentamente, esperando alguma coisa que não estava vindo. 

— Zoro... Sabe que nunca vou estar de acordo com isso mas... Eu não posso fazer nada, você é um adulto e sabe muito bem o que quer para a vida, não posso opinar sobre nada, e bem, fico feliz que tenha conhecido um ômega que te faça feliz. — Disse, soltando um suspiro. — Estou orgulhoso de qualquer maneira. — Aquilo com certeza deixou Zoro bem mais calmo, afrouxando o aperto em minha mão. 

— Obrigado pai...

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Como Ser o Ômega PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora