your lips + my lips = apocalypse

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Any Gabrielly

Josh me colocou sentada no banco da cozinha, acendendo as luzes para fazer o tal chá que ele havia falado.

Pelo jeito que ele foi diretamente à gaveta de chás de diversos sabores, eu entendi que ele já conhecia bem a minha cozinha. Não falamos nada, deixando com que o som ambiente fosse armários se abrindo e se fechando, água sendo derramada, meu fogão ligando e coisas assim. Eu assistia a Joshua preparar o chá com maestria, e tudo o que aquele homem fazia parecia sexy e atrativo. O jeito que suas mãos fortes espremiam o limão na minha caneca preferida, quando o líquido já estava pronto. Deus! Viraria uma louca ninfomaníaca logo.

— Beba. Vai lhe ajudar a dormir — Disse após colocar a caneca na minha frente, e sorrir.

— Obrigada, mais uma vez.

Levei a porcelana até a minha boca, e ingeri o líquido, sentindo o gosto doce invadir minha língua e eu cheguei a conclusão que ele realmente sabe o que faz em qualquer situação. Imaginava o que seria capaz de fazer na cama.

Controle-se, Any Gabrielly!

— Não é nada, querida. Mas diga… em quem você se inspirou para fazer aquele quadro?

Foi automático. Não tive controle sobre minhas ações, e acabei cuspindo todo o chá que estava na minha boca, sujando a bancada e assustando Josh, que pulou para trás e correu até mim, perguntando sem parar se eu estava bem. Eu tossia como uma louca, e pedia um momento, enquanto tentava me recuperar do susto.

— Desculpe… — Tossi mais um pouco — Pegue um papel toalha 'pra mim, por favor!

E assim ele fez, estendendo duas folhas de papel para mim, e eu sequei a boca, já recuperada do susto anterior. Caralho, como eu iria dizer que minha inspiração havia sido nós dois?

— Está melhor? — Assenti — O que aconteceu?

— Nada — Respondi de imediato, não soando convincente.

Ficamos em silêncio por um período de tempo consideravelmente longo, enquanto eu fingia que havia esquecido sua pergunta. De repente, seus olhos viraram para mim, e ele negou com a cabeça enquanto ria. Minha sobrancelha arqueou enquanto continuava a tomar o chá, agora já me recuperando do susto e do cuspe.

— O que foi? — Perguntei quase rindo, vendo ele me encarar enquanto continuava a rir.

— Você é muito engraçada — Se aproximou de mim lentamente, enquanto eu me encolhia do jeito que dava. Josh se aproximou tanto que acabou no meio das minhas pernas, pegando a xícara da minha mão, e a colocando na bancada.

Meu peito subia e descia desregulado, enquanto sentia minhas mãos tremendo levemente. Suas mãos se espalham nas minhas coxas nuas, devido ao estilo do pijama e minha pele se arrepiou como nunca. Seus dedos apertaram minha carne e seu rosto chegou muito perto do meu, fazendo-me sentir seu hálito quente no meu nariz. Ele cheirava a menta e banho fresco.

— Eu sei que você fez aquela pintura baseada em nós dois — Sorriu malicioso — Vai negar até quando?

— Negar… o quê?

Minha voz falhava, e eu sentia que se não estivesse sentada, iria cair no mesmo instante que suas mãos apertaram minhas coxas.

— Que sentimos algo um pelo outro.

— E quem garante que estou tão atraída quanto você? — Perguntei claramente, tentando provocá-lo, pois foi uma das coisas mais difíceis que já fiz.

— Vai negar que sente algo? — Seu nariz desceu até o meu pescoço, cheirando e me provocando arrepios. Fechei os olhos, jogando a cabeça para trás — Talvez eu devesse parar…

Sapatilhas Douradas - Beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora