28 de janeiro de 1913
todas as manhãs eram quase que a mesma coisa no domicílio da tradicional família jung - isto se aplicava também à caçula maxine, que já virava estrelinhas através dos corredores da residência antes do galo cantar no galinheiro e o sol raiar. depois de abandonar suas vestimentas de dormir em prol de um vestido normal e um avental, ela deslizou pelos corrimões da escadaria; afinal, quanto mais cedo fizesse todas as tarefas que lhe foram atribuídas, mais tempo teria para se arrumar para a escola.
correu através da colossal propriedade de seu pai, o homem mais rico de toda a cidade de weinfurt. chegando à fazenda em si, primeiro tinha de ver se as vacas estavam bem. a elas, cumprimentou na ausência de qualquer um que pudesse se ofender:
− oi martha, oi suzanne, oi gertrude! ― ela sorriu para os bovinos antes de caminhar até o galinheiro, onde reiterou a sentença: colocava nos animais da fazenda nomes de pessoas que não gostava ― com licença, suzie. ― sob as ordens do pai, foi recolher os ovos e percebeu algo de errado: havia muito menos do que suzanne, martha, gertrude, petra, martina, ludwiga e esther (as galinhas) costumavam pôr. deveriam estar ali pelo menos seis ovos, mas havia apenas um pequeninho, quase imperceptível, jogado no canto.
ela franziu o cenho e caminhou ao redor do galinheiro, procurando por pelo menos mais algum ovo. só ela sabia o que aconteceria caso não achasse os outros ovos; olhando para o lado esquerdo, viu uma forma estranha na cerca, até onde correu.
ali estava um dos ovos, quebrado no chão. com pesar, a jung deixou que um suspiro se livrasse da clausura dos lábios escarlate e deslocou-se até a tal barreira. a menina comentou consigo mesma as suas conclusões:
− o arame está torto, como se alguém tivesse levantado... ― disse com uma voz calma.
então arregalou os olhos.
− como se alguém tivesse levantado.
antes de tudo, retornou e checou a horta e o pomar, vendo que algumas das poucas frutas e verduras que se expunham ao frio devastador também haviam sido furtadas.
sem se importar com o tempo, engatinhou por baixo da proteção, saindo da fazenda. observando os arredores, viu uma aparente fenda no chão e percebeu que era uma pegada. não fazia muito tempo desde a última manifestação climática, então constatou que a pegada era recente.
jung avançou a noroeste da propriedade; seguindo as pegadas, achou em meio à terra uma folha de couve meio mordida. percebendo ainda estar no caminho certo, ela passou em frente a um confusíssimo valentin em frente a uma porteira aberta.
− max, max! ― ele correu até a melhor amiga.
− oi valen.
− olha isso! ― wong mostrou uma cenoura roída pela metade.
− ah, legal, uma... cenoura.
− max, você não entende, eu acho que alguém roubou a horta, estava uma bagunça!
− então não foi só comigo?
− como assim? ― valentin questionou.
− roubaram quase todos os ovos do galinheiro esta noite lá em casa!
antes que valentin pudesse responder, maxine apontou para duas pessoas correndo até onde estavam.
− MAXINE, VALENTIN! ― ellie chegara primeiro ― vocês não vão acreditar!
− também te roubaram? ― valentin indagou.
− SIM! ― hildegard respondeu por dvoraková; após uma breve inspeção, observavam-se lágrimas nos olhos da ruiva.
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SENSŌ GA OWATTA TOKI
Ficción históricaalemanha, 1912. maxine jung é uma jovem menina alemã que vive no sudeste da baviera; com sua personalidade estoica, ela tem total certeza de que as tensões na europa podem gerar algo pior; infelizmente, ela está certa. ― ficção histórica, romance e...