Capítulo 3.

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Em todo o tempo em que trabalhava como acompanhante de luxo, Larissa nunca tinha andado em um carro tão chique quanto o que ela estava. Já tinha acompanhando muitas pessoas ricas em muitos lugares, mas nenhuma delas eram tão endinheiradas quanto os Orphaos.

Além do carro ser blindado e ter a cor preta, por dentro haviam oito lugares e todos os bancos eram de couro cinza em uma mescla de tons claros e escuros. Os vidros eram fumê, ninguém do lado de fora poderia os ver do lado de dentro. Pouco parecia que estavam andando por uma estrada, a sensação era de estarem flutuando sobre quatro rodas de tão macio que o automóvel era.

Paulo e Fred estavam sentados nos bancos da frente, desde que entraram no carro não paravam de falar de negócios e sobre o andamento da Orphaos-Corp e da O-Corp. Nós últimos bancos, Larissa e Bruna estavam lado a lado.

- Para de tremer essa perna - colocou a mão na perna direita da Loira que a olhou assustada. - Fred disse pra eu te impedir de ficar assim na frente de seus pais, para eles não fazerem perguntas e você não se entregar - sussurrou em seu ouvido.

- Eu não consigo - sussurrou de volta. - Você não conhece a minha família.

-Eles não devem ser tão ruins.

- Sabe aquela família de gente maluca, mas que no final do dia a gente continua amando assim mesmo?

- Sei.

- A minha não é assim - olhou para a frente vendo que seu pai e Fred continuavam
conversando. - Eu amo minha mãe, mas como ela é minha madrasta, tecnicamente ela não é da família - fez uma pausa. - Ela é praticamente uma refém.

Bruna mordeu o lado interno da bochecha para continuar séria. Enquanto conversou com Fred no avião, a CFO da O-Corp aproveitou que Bruna tinha ido ao banheiro para contar algumas coisas. Uma das coisas que contou é que Bruna, às vezes, falava demais quando se sentia muito estressada e que nem tudo havia uma conexão. Também disse sobre o hábito de balançar a perna, morder o polegar e as narinas inflarem por mentir.

Foi interessante saber disso, jamais poderia imaginar que a mulher mais poderosa de São Paulo poderia se mostrar uma pessoa tão humana.
Tudo o que viu um dia falando sobre Bruna, sempre parecia que nada a podia a abalar. Parecia que ela era fria, sem coração e todas aquelas coisa que dizem de mulheres poderosas demais. Claramente, tudo aquilo era só o jeito dela de não expor quem era de verdade.

Larissa não a julgava, tirando a sua irmã, nunca era verdadeira com ninguém.

- Eu sou fruto de uma traição - disse o mais baixo que conseguiu no ouvido de Larissa. - Dá pra imaginar isso? Eu nem sei quem é minha mãe de verdade. Eu sou uma fraude.

- Tudo bem, eu também sou.

-Fruto de uma traição? - a olhou com misto de curiosidade e surpresa.

- Uma fraude.

Concordando lentamente com a cabeça, Bruna se virou para a janela e então se deu conta do que tinha revelado. Aquele assunto nunca era falado com ninguém, era quase um segredo de estado e havia acabado de confidenciar a uma estranha.

-Você não vai contar isso pra ninguém, não é? - perguntou de maneira afobada a olhando com os olhos um pouco arregalados.

- Contar sobre o que? Você não me disse nada.
Abaixando um pouco a cabeça, Bruna sorriu.

Minutos mais tarde quando chegaram a mansão dos Orphao, ficou surpresa o quanto aquela propriedade era enorme. Antes de chegar na casa, passaram por um longo caminho cheio de árvores dos dois lados. No fim da estrada, havia uma fonte com um cavalo preto bem no meio.
O carro deu a volta na fonte e parou em frente a uma escadaria. Todos desceram do carro quando um empregado foi abrir as portas. Assim que parou de frente para a enorme casa, Larissa quase deixou seu queixo cair de tanto que ficou embasbacada. Aquele tipo de mansão é algo se só viu em filmes. Ainda que ganhasse um bom dinheiro com que fazia, sabia que jamais teria alguma coisa tão exuberante e daquela magnitude.

Muito bem Acompanhada  (Brulari)Onde histórias criam vida. Descubra agora