Quatro

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Quatro

14 de Agosto de 2017

Ume Inori

Fazia cerca de uma hora que me encontrava sentada no chão do meu quarto, revisando todos os materiais que tinha comprado para o início das aulas no início de setembro. Finalmente seria oficialmente uma universitária com todas as vogais e consoantes a que eu tinha direito.

Tinha comprado tudo que tinha achado que seria necessário para o início das aulas no dia anterior no Shopping, junto com Shoko e Satoru. Suguru não pode ir com a gente porque ia para a Los Angeles resolver os detalhes da sua moradia durante os próximos quatro anos do curso de Biologia Marinha.

De todos nós o curso dele tinha sido o mais diferenciado, nenhum de nós teria pensado que ele escolheria algo do tipo. Shoko sempre quis ser médica, Satoru decidiu cursar direito depois de quase fazer Utahime arremessar uma cadeira nele durante uma aula de debate de sociologia. E eu... bom, sempre gostei de artes. Suguru nunca teve pressa em escolher o que queria, então vivíamos importunando ele chutando possíveis profissões, até que um dia, depois de uma aula de biologia sobre tartarugas marinhas ele disse:

" – Vou me inscrever no curso de biologia marinha da universidade de Los Angeles. "

E desde então ficamos soltando informações aleatórias sobre animais e plantas marinhas durante os intervalos das aulas da escola ou no meio dos passeios que fazíamos. Era como um jogo de verdadeiro ou falso, e sempre nos divertíamos com as piadinhas internas que relacionávamos com os assuntos.

– Você vai ficar mais quanto tempo olhando para essas coisas no chão? – Shoko resmungou. Ela tinha dormido na minha casa após o passeio no shopping e agora se encontrava esparramada na minha cama – Parece que você está olhando isso a horas!

Revirei os olhos com sua impaciência.

– Já te perguntei mil vezes o que você quer fazer hoje e você só murmurou "sei lá, alguma coisa" – Falei começando a guardar minhas coisas na mochila também nova – Então pense em alguma coisa e depois me avise, doutora Ieiri.

– Para de ser chata! – Se sentou na cama, com cabelos castanhos todos bagunçados – Eu sou visita, você que tem que arrumar coisa para gente fazer.

Me levantei e coloquei a mochila verde menta em cima da cadeira da mesinha do computador.

– Shoko – Me virei para ela abrindo um sorrisinho – Você se auto convidou para minha casa, nada mais justo do que você pensar em alguma coisa para gente fazer.

– Odiei esse argumento! – Ela fez uma careta. Shoko era a pessoa menos criativa que eu conhecia, para ela era tudo preto no branco, então pedir para ela dar ideia de coisas diferentes para fazermos era quase que uma prova de atletismo. Só que a morena odiava esportes.

– Só porque ele faz sentido! – Dei de ombros.

– Não faz não! – Mostrou a língua se jogando para trás na cama.

– Ah, é? – Arqueei minha sobrancelha direita – Argumente sobre o porquê ele não faz sentido então.

– Porque... porque... – Começo a falar esfregando a cabeça na cama e olhando para o teto – Porque...

O tilintar da campainha soou interrompendo o tic de pensamentos de Ieiri me fazendo soltar uma risada.

– Salva pelo gongo! – Cantarolei saindo do quarto. Como só estava nós duas em casa, sobrava para mim atender a porta.

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