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Sete

20 de Agosto de 2017

Ume Inori

A pergunta ecoou pelo silêncio da sala de estar, que em instantes pareceu grande demais. As mãos de Toji que seguravam a toalha branca secando seus cabelos pararam e seus olhos ficaram estáticos em minha direção, sua face sem demonstrar nenhuma reação.

"Por que perguntei isso mesmo?"

Meu cérebro se questionou por um instante, enquanto esperava alguma reação do homem à minha frente. Era impressionante como a minha língua, em várias situações nos últimos tempos, agora antes de minha cabeça realmente ponderar direito sobre se eu devia falar ou apenas guardar a ideia para mim mesma.

Isso estava se tornando um tanto irritante do meu ponto de vista, e um dia eu ia acabar me encrencando dependendo da situação ou da pessoa. Mas por algum motivo, ali, olhando para Toji, minha única preocupação era saber a resposta que ele daria.

Ou talvez ele só ignorasse e me chamasse de esquisita mais uma vez.

Me sentei no sofá sem deixar de encarar o moreno. Toji desceu a toalha dos cabelos e ajeitou sua postura em movimentos bem lentos, como se estivesse calculando suas próximas palavras com muito cuidado.

Depois de alguns instantes ele pigarreou e finalmente seus lábios se moveram formando a pergunta:

– Por que está perguntando isso tão de repente? – Jogou a toalha no ombro se escorando na lareira.

Encostei as costas no sofá encolhendo as pernas no assento.

– Não sei, só estava pensando enquanto você não voltava – Respondi desviando os olhos para minhas próprias unhas pintadas de vermelho.

Silêncio mais uma vez, esquisito e tenso. Definitivamente era melhor ter segurado minha língua dentro da boca e guardando aquela pergunta para mim mesma.

– Talvez – Toji respondeu baixinho depois do que pareceram horas – Na verdade, não faço ideia – Levantei minha cabeça olhando novamente para ele, seus olhos perdidos em minha direção – Nunca parei para pensar nisso.

Assenti de leve, ponderando mentalmente se estava satisfeita com aquela resposta.

Não.

Não estava.

Um sentimento incomum começou a se manifestar em mim. Algo que eu nunca tinha experimentado até aquele instante. O que era? Não fazia ideia, mas parecia algo semelhante a frustração e inquietação.

"Talvez você queira mudar essa resposta", algo vindo do meu subconsciente sussurrou baixinho, mas ao mesmo tempo de maneira estridente.

Ignorei.

– Entendo – Murmurei apenas para quebrar o silêncio mais uma vez – Terminou de se secar?

Toji piscou algumas vezes, parecendo acordar de uma realidade paralela.

– Sim, acabei – Murmurou meio desconcertado – Vou pegar as coisas para você me ajudar, já volto – Falou rapidamente se virando para sair do ambiente.

Concordei com um aceno de cabeça mesmo que ele não pudesse ver e joguei minha cabeça para trás, sentido a maciez do sofá em meu pescoço.

"Shoko, acho que preciso de você!"

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