Oito

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Oito

04 de Setembro de 2017

Ume Inori

Saltei da cama antes que o toque do despertador soasse pelo meu quarto, indicando que o futuro que o meu eu de dez anos havia planejado enfim tinha chegado. Tomei um banho calmamente, ainda flutuando com a ideia que meu primeiro dia de faculdade iria ter início daqui pouco mais de duas horas.

Sai do chuveiro e me enrolei na toalha seguindo para o meu quarto, onde coloquei minha playlist da Taylor Swift para tocar no celular, sendo a primeira música a soar "Enchanted". Verifiquei se a porta do cômodo estava trancada e retirei a toalha, indo até meu guarda roupa procurando a roupa que eu havia separado para aquele dia.

Vesti a roupa íntima mais confortável que tinha, para que nada ficasse me incomodando durante o dia, depois coloquei a calça jeans flare cintura alta que tinha comprado em meu último passeio no shopping com Satoru e Suguru, antes deles se mudarem. Por fim, vesti a camiseta amarela pastel estilo baby look e calcei meus tênis pretos de solado branco comuns.

Sequei meus cabelos com o secador e os penteei deixando-os soltos. Passei um pouquinho de gloss docinho de sabor desconhecido nos lábios, só para dar um pouco de cor para o rosto, e passei a máscara de cílios para destacar um pouco meus olhos, que eram minha parte preferida de mim mesma. Me maquiar não era muito a minha praia, mas eu sabia me virar bem quando precisava, então estava ótimo. Fora que para o primeiro dia de aula, não precisava extrapolar em nada, então ir no estilo básico que eu seguia geralmente, era o suficiente.

Peguei minha mochila e a coloquei em um dia ombros, mesmo sabendo que provavelmente no primeiro dia só faríamos um tour pela universidade e teríamos algumas palestras. Desliguei a música, peguei o celular e saí do quarto descendo até a cozinha. Verifiquei que horas eram, contando que tinha demorado em torno de uma hora para terminar de me arrumar.

– Pai – Entrei na cozinha já chamando pelo mais velho, tinha certeza que ele estava sentado tomando café e lendo notícias no celular. Ele sempre fazia isso antes de ir para o trabalho de manhã.

Ou pelo menos era isso que eu achava que iria encontrar.

Franzi o cenho observando minha mãe na frente do fogão, terminando de preparar o que pareciam ser panquecas douradas e arredondadas, o cheiro maravilhoso se espalhando pela cozinha.

"Será que meu pai não havia levantado ainda?" pensei, estranhando sua ausência.

– Mãe, cadê o papai? – Perguntei. Apenas chamava meus pais de "papai" e "mamãe" quando precisava me referir a eles no meio de uma conversa em casa.

– Bom dia, querida! Dormiu bem? – Minha mãe exclamou claramente em provação por eu não a ter comprimentado também.

Suspirei e abri meu melhor sorriso, que só era possível existir naquela manhã porque eu estava animada pelo o que me esperava no restante do dia. Meu humor de manhã geralmente era péssimo, beirando um Pincher irritado e com fome.

– Bom dia, mãe! – Segurei seus ombros olhando ela virar a panqueca na frigideira – Dormi sim e a senhora?

Minha mãe balançou a cabeça e soltou uma risadinha.

– Péssima atriz, ainda bem que não vai fazer artes cênicas – Me lançou um olhar por canto de olho e desligou o fogo – Seu pai teve que ir mais cedo para empresa, o diretor de logística ligou faz uns quinze minutos avisando que o CEO agendou uma reunião de emergência, algo relacionado a queda nas bolsas de valores.

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