Cinco

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Cinco

14 de Agosto de 2017

Ume Inori

Naoya não demorou a se levantar e lançar mais algumas provações direcionadas a seu primo, o qual apenas manteve calado o fuzilado com o olhar. Algo me dizia que se eu não estivesse presente a história seria bem diferente e o Zenin teria que lidar com bem mais do que só um nariz arrebentado.

Toji não disse nenhuma palavra até o carro de Naoya estar fora do nosso campo de visão. O silêncio não era dos mais agradáveis, mas não seria eu a ousar a quebrá-lo, mas no final nem precisei me preocupar com isso.

O Fushiguro – ou seria Zenin? – o quebrou após alguns instantes:

– Devo me desculpar por ter socado aquele imbecil bem na frente da sua casa? – O moreno se virou para mim, a postura totalmente ereta com a tensão pairando sobre seus ombros – Ou você vai me dar um desconto?

Balancei a cabeça levemente, descartando seu possível pedido de desculpas.

– Por mim você podia ter arrebentado ele inteiro – Cruzei os braços buscando um apoio para minhas mãos que tremiam levemente – Não faço nenhuma ideia sobre os problemas que você parece ter com a sua família e nem acho que seja da minha conta, mas Naoya passou dos limites falando daquele jeito com você.

Os olhos de Toji se desviaram dos meus por um breve momento antes de voltarem a me encarar.

– Não esperava encontrar alguém da minha família aqui tão próximo da minha casa – A palavra "família" parecia queimar em sua língua, quase como se fosse uma profanação do seu significado.

– E eu nunca imaginaria que alguém como você poderia ser primo daquele idiota – Franzi um pouco o cenho – É quase inconcebível pensar nessa possibilidade.

Sua postura séria se alterou um pouco, demonstrando um desconforto em relação ao assunto.

– Tsumiki queria ver você de novo – Mudou de assunto rapidamente – Ia perguntar se você não estava ocupada e se podia tomar conta deles... – Logo entendi sua explicação como o motivo pelo qual ele viera até ali – De novo? – Sua testa se franziu, visivelmente incomodado por alguma coisa que não foi expressada por ele.

– Quase nunca estou ocupada nos últimos dias – Respondi como se estivesse relembrando o moreno sobre algo que já tinha lhe dito – Pode deixar ela e o Megumi aqui sem problemas.

Ele suspirou e passou as mãos pelos cabelos escuros e brilhosos que, pelo o que eu havia reparado nos últimos tempos, viviam bagunçados.

– Não tem problema mesmo? Eu provavelmente vou ter que resolver algumas coisas e talvez demore mais do que o normal para buscá-los – Toji parecia ter uma mania irritante de sempre achar que estava me incomodando ou que seus filhos me incomodavam. Aquele pensamento não podia estar mais errado.

– Você sabe que não me importo com isso – Falei sem rodeios – Te avisei que sempre que precisasse eu ficaria com eles e não seria incomodo nenhum.

– Não quero atrapalhar o andamento da sua vida, Ume – Se justificou.

– Você e nem eles atrapalham – Rebati. Aquela deveria ser a terceira vez, desde que começamos a conversar mais, que ele dizia aquilo – Talvez quando as minhas aulas começarem fique um pouco complicado em alguns dias, mas sempre que puder vou ajudar, afinal... – Abri um sorrisinho gentil, tentando mostrar toda a sinceridade de minhas palavras – Somos amigos, não é?

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