O Pedido de Desculpas.

857 89 536
                                    

Estava de noite, na mesma data que Nikolai e Fyodor cabularam aula.

  “Você consegue se lembrar do rosto dos garotos que estavam batendo no Nikolai?” Mori perguntou.

  “Hm... Não muito bem, foi tudo muito rápido.”

  Fukuzawa interviu, parecendo sério. “Mas você acha que seria capaz de lembrar do rosto deles, se de repente, eles surgissem na sua frente?”

  “Não tenho certeza. Só acontecendo para saber...”

  Os dois mais velhos encararam um ao outro, Mori parecia tranquilo e Fukuzawa estava o contrário. O de cabelos pretos resolveu continuar as perguntas com um ritmo preguiçoso em sua voz, sem parecer muito interessado na situação. “Você tem alguma informação que possa nos ajudar, mesmo que não saiba sobre os rostos?”

  “Hã... Bem... Então...” O garoto olhou em volta, parecendo pensativo sobre o que dizer. Ele sorriu nervoso para os outros dois e depois falou: “Não que eu saiba... Eu só vi eles de costas pra mim, batendo no Nikolai e tudo mais. Eu acabei soltando um grito, acho que eles perceberam, mas eu não tive certeza já que saí correndo. Aliás, não seria melhor se os senhores perguntassem isso para o próprio Nikolai?”

  Fukuzawa respirou fundo, parecendo derrotado, sem nada que pudesse ajudá-lo a ajudar Nikolai. “Infelizmente, ele não respondeu quase nada que a gente perguntou.”

  “É só ter calma que mais cedo ou mais tarde ele vai se sentir mais confortável para falar sobre isso com vocês.”

  Os dois fizeram mais algumas perguntas irrelevantes e depois foram embora, na esperança de que, pelo menos Nikolai, pudesse criar coragem e respondê-los mais tarde.

  Atsushi estava com um semblante preocupado quando fechou a porta do seu dormitório depois que os mais velhos saíram. “Eu preciso falar com o Akutagawa.”

  “Não entendi porque você não quis contar a verdade para eles, Atsushi.” Um jovem loirinho com sardas no rosto estava deitado na cama de baixo da beliche. Ele estava lendo uma revista sobre roupas que moradores da zona rural costumam usar, a fechando e encarando o jovem de cabelos platinados, falando em um tom bem humorado com um sorriso no rosto. “Você sabia que falar a verdade é sempre a melhor forma de resolver as coisas?”

  Atsushi sorriu para o loirinho. “Eu sei disso, Kenji, não precisa se preocupar.” De repente, ele transformou a sua expressão bem humorada em uma preocupada. “Eu só quero perguntar para o Akutagawa porque ele estava junto com aqueles outros antes de ter que dedurá-lo...”

  Kenji ficou sério e apoiou seu queixo em sua mão direita. “Nossa, isso é bem complicado. Na fazenda que eu vivia, toda as vez que as minha vaca brigava uma com a outra, eu tentava conversar com elas pra saber porquê elas vivia brigando. Só que elas não pareciam querer conversar, já que elas só me respondiam com "muuu", sabe? Menino, era a maior luta!”

  O de cabelos platinados deu uma risada curta, parecendo bem humorado novamente. “Ah, é mesmo? Você deu um jeito de fazer com que elas parassem de brigar?”

  “Claro, claro.” Kenji fez que "sim" com a cabeça.

  “E o que você fez?”

  O loirinho sorriu, parecendo empolgado. “Comi a carne assada de uma delas! Assim, a que sobrou viva não tinha mais com quem brigar e eu ainda enchi o bucho!”

  “... haha. Que final feliz...” Atsushi forçava o sorriso.

  “Não é?” Kenji riu. “Também teve outra vez que as minhas galinha--”

A Arte na Moda - FyolaiOnde histórias criam vida. Descubra agora