Bullying

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Alguns dias antes...

  “Você acha que eles realmente sabem a verdade sobre o Mori?” O bicolor perguntou para o de olhos carmesim, enquanto ambos desciam as escadas.

  “É o que diz no papel...” Shibusawa respondeu; sua expressão entediada e desinteressada. Entretanto, profundamente, fervia um sentimento de curiosidade em relação a situação.

  Sigma encolheu os ombros em aceitação. “Claro... O que resta é ver o que acontece.”

  Ambos caminhavam silenciosamente em direção ao térreo, cada um com seus pensamentos na cabeça a respeito do que iria acontecer. Então, assim que chegaram na entrada da faculdade, avistaram os dois porteiros fazendo o trabalho deles (que é vigiar a entrada) e se esconderam atrás de uma lixeira.

  “Como vamos passar para o lado de fora?” Shibusawa perguntou.

  “Não faço a menor ideia...” Sigma respondeu, com uma sobrancelha arqueada.
 
  De qualquer forma, não foi necessário que eles pensassem tanto, pois o mesmo garoto ruivinho do grupo do Poe, no desafio, apareceu e começou a conversar com os porteiros. Os assuntos pareciam ser discontraídos pelas expressões alheias, mas não podiam ser ouvidos pelo Sigma e pelo Shibusawa.

  Depois de alguns segundos, enquanto conversavam, o ruivinho começou a atrair a atenção dos rapazes para outro lugar, como se estivesse falando a respeito de algum detalhe na parede ou essas coisas mais desinteressantes.

  Enquando fazia aquilo, ele olhou de relance para os dois escondidos e fez um gesto sutil para que saíssem. Os dois hesitaram, mas não perderam a chance e saíram rapidamente para o lado de fora.

  Saindo de lá, Shibusawa e Sigma caminharam para o local marcado por Ranpo no papel, se deparando com Fukuzawa, Yosano e o convidante.

  Eles se sentaram em um círculo com um encarando o outro, sem saber como iniciar o assunto.

  “O que significou aquele bilhete, Ranpo?” O bicolor perguntou com uma expressão de confusão. “O que você quis dizer com 'sabemos sobre o Mori'?”

  “Não estava na cara?” Ranpo balbuciou com um pirulito na boca.

  “Não! Quero dizer... Mais ou menos.”

  “Mais ou menos?” Ranpo levantou a sobrancelha direita. “Nesse caso, a Yosano vai explicar, porque eu tô com preguiça.”

  Todos ficaram em silêncio com a atenção direcionada para a enfermeira.

  Com uma cara de tédio, a mulher suspirou e começou a explicação: “Quando o Fukuzawa e o Ranpo foram falar com o Mori na diretoria, eles perceberam os machucados e as expressões de vocês, Shibusawa e Sigma. Como todos aqui sabem, Mori disse que foi porque ambos estavam brigando, no entanto, nós sabemos que não foi isso... Ou melhor, o Ranpo deduziu; mas não era muito difícil de alguém perceber.”

  “E sim, nós sabemos o motivo para ele ter feito isso. Também sabemos que o Shibusawa ainda não te contou, Sigma, e sabemos outros podres a respeito do Mori.” Ranpo falou.

  “Como vocês sabem?” Shibusawa questionou enquanto cruzava seus braços.

  O moreno sorriu e jogou uma parte de seus cabelos para trás, se exibindo. “Já falei que sou incrível? Eu sei de tudo.”

  “Foco, por favor.” Fukuzawa interviu, se mantendo neutro.

  O bicolor olhou ao redor. “Todos sabem o motivo, então...”

  “Podemos contar para ele, Shibusawa?” Yosano perguntou.

  O de olhos carmesim encolheu os ombros, aparentemente despreocupado. “Eu já pretendia fazer isto, de qualquer maneira.”

A Arte na Moda - FyolaiOnde histórias criam vida. Descubra agora