Um momento de tranquilidade.

840 84 599
                                    

  Sim, Nikolai estava com a cabeça em outro lugar naquele momento.

  Todos os jovens presentes naquele banheiro puderam perceber o seu comportamento estranho diante daquela situação, em que o próprio russo sabia que ele precisava reagir. Eles continuavam chutando Nikolai e batendo nele, achando eles, que aquele ser humano era totalmente abominável.

  Akutagawa estava parado com um semblante de alguém que não queria mais ter que continuar. No entanto, com a influência dos seus amigos, ele acabou continuando.

  Repentinamente, uma voz pôde ser ouvida da entrada do banheiro. Parecia que alguém tinha se assustado com o que viu e acabou soltando um grito curto no calor do momento. Todos os garotos ficaram alertas e olharam para a direção de onde o grito veio, mas não viram nada e apenas passos de uma pessoa correndo para longe dali puderam ser ouvidos.

  “Droga, alguém nos viu!” Um dos caras anunciou.

  “O que a gente faz com o Nikolai? Ele nem tá se movendo.” Akutagawa comentou.

  O mesmo cara que avia anunciado antes soltou uma risada curta, encarando Akutagawa e dizendo logo em seguida: “Como assim 'o que a gente faz com o Nikolai?' Você não devia dizer algo como 'vamos embora e deixar esse cara aqui'!?”

  O sem sobrancelhas se sentiu estressado e respirou fundo.

  Depois de alguns segundos sendo encarado pelos outros, que estavam esperando alguma atitude vindo dele, ele ordenou: “Vamos embora daqui.”

  Todos saíram de lá apressados, deixando Nikolai caído no chão do banheiro, paralisado.

  Dois minutos depois, um homem apareceu no banheiro e foi até Nikolai.

  O homem era Fukuzawa. Ele estava preocupado e começou a chamar pelo russo, esperando alguma resposta.

  “Você está bem? Quem fez isso com você? O que aconteceu?”

  Mas não houve resposta nenhuma. Fukuzawa ficou assustado com a reação de Nikolai: seus olhos estavam abertos, mas nem sequer piscavam. As únicas partes do corpo que se moviam lentamente eram os dedos das mãos e os dedos dos pés.

  Então o mais velho segurou Nikolai, o apoiando em um de seus ombros. Ele correu para à enfermaria logo depois.

  Depois de uns dez minutos, Nikolai voltou ao seu estado físico normal. Porém, ele não queria conversar com ninguém. A enfermeira cuidava de suas feridas enquanto Mori e Fukuzawa tentavam arrancar alguma palavra dele.

  “Nikolai, você precisa colaborar com a gente para que possamos resolver essa situação. Se não fosse por um aluno ter nos avisado, você poderia estar pior do que agora. Já imaginou se não houver alguém para nos avisar depois, caso isso se repita? Temos que falar com os responsáveis pra que isso não aconteça mais.” Fukuzawa dizia.

  Nikolai continuava em silêncio. Então Mori resolveu dizer algo. “Acho que o aluno que viu eles deve ter mais informações do que esse jovem.”

  Então Fukuzawa suspirou, se levantou e disse: “Eu concordo, vamos atrás dele. Preciso avisar ao Fyodor sobre isso assim que tocar para o intervalo. Ele provavelmente deve estar estranhando Nikolai não ter aparecido.”

  Nikolai levantou o rosto dele e olhou para Fukuzawa assim que ouviu o nome de Fyodor. Então ele ordenou: “Não avise.”

  Fukuzawa ficou surpreso e Mori começou a falar: “Nikolai, acontece que--”

  “NÃO.AVISE!”

  Mori deu de ombros e Fukuzawa encarou Nikolai, vendo uma chance para fazê-lo dizer alguma coisa. “Por qual motivo?”

A Arte na Moda - FyolaiOnde histórias criam vida. Descubra agora