A Parceria entre um rato e um palhaço (parte 1)

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  “Será que o Sigma já foi?”

  Nikolai se levantou e abriu a porta de seu dormitório discretamente. Ele pôs a cabeça para fora, olhou em volta e não percebeu a presença de nenhuma pessoa nos corredores. “Perfeito! Hihihi.”

  O russo fechou a porta novamente e correu empolgado para a cama. Logo depois, puxou o cobertor da cama e, embaixo desse cobertor, existiam outros cobertores, muitos deles. “Hora de começar a minha mais nova operação! E ELA SE CHAMA: ESCALAÇÃO E INVASÃO! MUAHAHAHAHAHA. Ah... Pera-- Escalagem? Não! Escalamento! É, escalamento!”

  Ele correu para o guarda-roupa e pegou uma câmera que estava escondida entre muitas roupas bagunçadas dele. Então Nikolai ligou sua câmera e começou a gravar: “Mais uma memória muito memorável para a minha câmera! Hoje será o dia em que eu escalarei o monte Everest-- Não, não, a minha faculdade! O que é muito pior, mas ninguém liga.” Ele riu. “Me acompanhe.”

  O branquinho pôs a câmera de pé em um banco e deixou ela filmando lá, correu para a cama e pegou um dos lençóis, levantando o dedo indicador da mão desocupada. “Primeiro passo: Pegue um lençol! Segundo passo: Pegue outro lençol.” Então o jovem pegou outro lençol.

  “Beleza. Depois disso, você começa a fazer um nó para unir um lençol ao outro. Faça como quiser, contanto que não solte. Depois disso, você faz a mesma coisa com os outros lençóis para juntar todos eles.” Ele começou a juntar os lençóis sorrindo, fazendo os nós, um por um. “Hm... Muito bom. Impecável. Eu sou incrível em fazer nós. Eu arraso muito fazendo nós. Eu com certeza sou muito bom nisso. A arte de fazer nós é uma espécie de complexidade que apenas um ser humano ágil e incrível em fazer nós, como eu, entenderia.”

  Depois de muitos minutos, ele já estava quase acabando. “Só para registrar, o meu objetivo é chegar na diretoria com esses panos.” O russo dizia focado. “Tenho que descobrir se existem câmeras de segurança em algum lugar aqui da faculdade para saber se o homem que eu vi na janela naquele dia é real. Só estava esperando a chance de ficar sozinho para pôr o meu plano em ação...”

  E então, Nikolai terminou. “Hora de começar. Não vou testar nem nada porque eu sou incrível fazendo nós e com certeza eles não serão disfeitos. Agora preciso entrar em uma sala de aula, porque no meu dormitório não tem janelas.”

  Nikolai saiu do dormitório e seguiu andando com a coluna baixa, sem fazer barulho. Um braço carregava os lençóis, enquanto ele filmava com a mão do braço livre. O russo começou a cochichar para a câmera enquanto descia as escadas, olhando em volta. “Esses lençóis aqui não são meus. O Akutagawa pegou no dormitório dos outros escondido pra mim.”

  Então ele chegou na sua sala de aula. Por sorte, a porta estava destrancada.

  Nikolai sorriu e abriu a porta. “O mundo favorece muito pro meu lado. Nem teve aula hoje e mesmo assim ninguém lembrou desta sala estar aberta. Até eu lembraria, eu acho.”

  O branquinho começou a prender um dos panos na janela, que também tinham deixado aberta. “Pensando aqui: ninguém nunca batizou um conjunto de panos que servem para escalar. Acho que vou chamar de... Panos cordais. Até porque esses panos formam uma espécie de corda.”

  O russo olhou para si mesmo e pensou: “Deveria ter me vestido bem para esse ocasião, mas tô com o meu pijama colorido mais uma vez...”

  “Droga.” Ele murmurou, decepcionado. “Todo esse plano, só que não tinha nem uma roupinha preta legal para combinar com a situação.”

  Nikolai terminou de prender o pano na janela e jogou o resto dos "panos cordais" para o lado de fora.

  “Vamos começar.” O branquinho pegou a câmera que tinha deixado na mesa do professor anteriormente e começou a descer segurando a câmera com uma mão. A outra mão estava segurando os "panos cordais" com o apoio das pernas. “Força, Nikolai. Você tem um objetivo a cumprir.”

A Arte na Moda - FyolaiOnde histórias criam vida. Descubra agora