jovens modernos

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Após o maravilhoso recesso de São João — e, vamos combinar, esse feriado só tem uma parte ruim, que é a volta para casa —, lá está Hoseok em mais uma segunda-feira de manhã, caminhando como um morto-vivo para dentro do Colégio de Ensino Mágico ou, se preferir, o CEM. Uma instituição quase tão antiga quanto a própria Terra, cujo não se sabe a origem e, tampouco, os fundadores. O colégio estava lá quando às raças primordiais que adquiriram inteligência, e só. Chega a ser engraçado todas as vezes que Hoseok pensa nisso, pois é como se o prédio tivesse surgido por mágica.

Inconscientemente, o jovem náiade procura por seus amigos igualmente cansado pelos corredores de acesso da instituição. Não sente saudades deles, longe disso; não passou nem um dia querendo vê-los de novo, mas Jungkook lhe deve uma porção de pó mágico e Jimin toca um instrumento diferente para lhe acalmar todo dia, então Hoseok precisa achá-los.

Felizmente, não demora muito tempo até que seus olhos encontrem o fadinha voando desanimado em torno de alguns armários, mesmo que Hoseok tenha a ligeira impressão de que nenhum deles é o de Jeon; e o bardo vem de um pouco mais distante, conversando animadamente com um grupinho de orcs. Uma borboletinha social, aos olhos de Hoseok.

— Bom dia, seu ninfa — fala Jungkook e, honestamente, o Jung não esperava uma aproximação tão rápida de seu melhor amigo por causa da cara de enterro dele, sobressaltando-se ao vê-lo voando tão próximo de si.

— Bom dia, Tinker Bell — responde ele, mesmo sabendo que é deveras patética sua tentativa de ofender quando o náiade tem de olhar para cima, pois Jungkook ainda está voando.

— Ih alá — resmunga o Jeon, finalmente pondo seus pezinhos tamanho quarenta e dois no chão cimentado do pátio. — Você acha que me ofende, seu arrombadinho?

Mas, antes que pudesse partir para cima de Hoseok, ou ao menos intimidá-lo, Jimin aparece com um sorriso enorme no meio dos amigos, contagiando os dois rapazes para sorrirem quase tão grande quanto o menor. Para falar a verdade, o bardo nunca entendeu bem as brincadeiras dos outros dois, então fica bem difícil, para si, saber quando eles estão mesmo brigando ou apenas sendo dois bocós.

— Bom dia, meus amigos! Como foi o recesso de vocês? — pergunta o mais baixo, sorrindo daquele jeito bardo de conseguir as coisas. Neste caso, fazê-los parar de agir feito duas crianças da quinta série. Como sempre, funciona.

— Foi muito legal. A minha mãe me deixou sair com meus amigos todos os dias — diz o Jeon com um sorriso feliz em seu rosto, muito embora esteja bastante cansado da noite virada. — Jogamos bombinhas em tudo.

— Jungkook, seus amigos de casa são todas fadas de pele rosada — fala Hoseok, finalmente retirando alguma reação negativa do amigo, que fica tão corado quanto as tais fadinhas. Mas não é culpa de Hoseok se é verdade; Jungkook é o único macho de sua geração.

— O importante é me divertir com as meninas — diz o Jeon, cruzando os braços em descontentamento, as asinhas translúcidas abanando devido a irritação do garoto. Em sua opinião, usar o fato de que todas as suas amigas de infância são meninas é uma babaquice sem tamanho, tolerável apenas quando seus melhores amigos o fazem.

— Minhas férias foram horríveis, como sempre. A minha avó continua me comparando com o primo Joe porque ele saiu numa missão com uma galera — reclama o bardo, não querendo sentir inveja, mas já sentindo. São essas coisas que sua avó acaba causando em si, e Jimin não gosta de sentimentos negativos, como inveja. — Isso não é legal.

— Pô cara, já tentou mandar ela se foder? — questiona Hoseok num tom falsamente sério, fazendo o fada desatar a rir imediatamente, ao mesmo tempo em que Jimin lhe manda um olhar incrédulo, sendo mais uma vez pego nas trollagens do amigo.

ele é demais (2seok)Onde histórias criam vida. Descubra agora