Assim como combinado, pontualmente às cinco horas da tarde, Hoseok está esperando por Seokjin na frente do restaurante. Ponderou se deveria ou não entrar e esperar o colega lá dentro, mas desistiu da ideia no momento em que mirou uma das janelas e encontrou apenas o breu. Se durante o dia, o ambiente já estava escuro e incomodo para o náiade, agora ele provavelmente vai ser incapaz de enxergar algo lá dentro.
— Hoseok-ssi — saúda Jin assim que aparece na calçada, usando a mesma camisa preta de mais cedo e o boné do estabelecimento na cabeça. — Vamos?
— Oi, vamos sim — responde o mais baixo, deixando-se ser guiado por Seokjin pelas ruas iluminadas em direção ao pantano.
Apesar de expressões relaxadas, Hoseok está totalmente apreensivo e amedrontado ao seguir Jin pelas ruas da cidade. Nunca esteve nas regiões de águas profundas — um termo que virou uma gíria jovem para se referir a rios e lagos de água escura, não necessariamente poluída ou suja, mas simplesmente de alta profundidade — e tampouco tinha planos de visitar tais bairros na sua vida. Por ser um naiade, um espírito do rio, Hoseok é um tipo de ser natural que sente até mesmo agonia ao se deparar com lagos de água barrenta, ou de alguma forma não límpida. Talvez seja apenas nervoso por não ver o fundo, o jovem não sabe dizer.
O sentimento se transforma totalmente quando o Jung está num local onde de fato a sujeira se faz presente nos rios e mares, contudo ele já comprovou sua clara aversão por água colorida — não límpida. No caso de pantanos, todos os lagos e rios têm a cor esverdeada, provando contaminação de clorofila na água e, pode parecer frescura, mas Hoseok se sente mesmo incomodado.
Talvez ele seja mesmo muito fresco, ou talvez seja alguma parte primitiva de sua natureza naiade que não consegue controlar.
De qualquer forma, caminhar pelas ruas do bairro residencial dos ogros é uma experiência minimanente curiosa. Nunca esteve num bairro tão diferente, com ruas de esculpidas em pedras e barro molhado, ao invés de cimento e asfalto, nunca teve que passar por pontes em cima de longos lagos pantanosos, e muito menos entre árvores tão altas e fechadas.
As casas dos ogros têm grandes quintais e jardins, distanciando o máximo possível as moradias, e geralmente as casas são feitas de madeira escura, ou simplesmente uma espécie de árvore desconhecida a Hoseok, que fora cavada por dentro. É bem diferente dos prédios da cidade, ou do bairro de naiades onde o Jung mora — submerso —, mas não deixa de ter um visual rural interessante aos olhos do rapaz.
Mas o mais curioso, em sua visão, são as ruas inteiramente cobertas por água, com pontes do lugar das calçadas de pedra por onde passam. Não são poucas as ruas assim, e Hoseok se questiona como fizeram essas partes do bairro, ou como os moradores deixam seus carros nas vagas de garagem de suas casas.
No entanto, o maior questionamento de todos é sobre a má iluminação. São poucos os postes de luz que ele vê por todo o trajeto, e a coloração azulada devido aos seus olhos de metamorfo tornam grande partes das ruas até meio esquisitas, se parar para pensar de um jeito pessimista. As árvores nos caminhos são altas e as folhagens cobrem muito do céu noturno, tornando impossível a passagem de luz lunar.
Todo o ambiente então vai se tornando mais e mais sombrio e assustador conforme os dois rapazes avançam para dentro do bairro, pelo menos para Hoseok, que não está nada acostumado. E se fosse apenas a escuridão da noite, estaria tudo bem, porém com ela também chega o despertar dos animais noturnos do pantano. Imagine estar numa escuridão azulada, com sons periodicos de bichos desconhecidos ecoando pelo silêncio da noite, andando por ruas desertas, ao lado de uma pessoa que acabou de conhecer.
Hoseok não é uma das pessoas mais corajosas e confiantes do mundo, ele na verdade se assusta bem mais fácil, e estar nestas condições o deixam ainda mais declinado ao pavor. Embora, realmente nada demais aconteça para confirmar suas suspeitas assustadas. Basta o farfalhar das folhar que o olhar atento do Jung volta para as árvores, encontrando pássaros acordando; ou mesmo o coachar de um sapo, fazendo-o tremer pelo perigo no chão.
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ele é demais (2seok)
أدب الهواةApós o anúncio do baile de formatura do colégio Os Cinco Elementos da Natureza, Hoseok é desafiado por seus amigos a tornar qualquer aluno do terceiro ano em um rei ou rainha do baile. Sentindo-se levemente ofendido por ter seus poderes de estilo e...