Gina ainda deitada no chão, mas dessa vez de barriga pra cima, vê uma mão estendida em sua frente para que ajudasse ela a levantar.
– Se machucou? – pergunta Cedrico, ajudando a garota, apesar de não receber uma resposta.
Olhando ao redor percebeu que eles chegaram, pelo que parecia, a um trecho deserto de uma charneca imersa em névoa. Diante deles havia dois bruxos cansados, com cara de rabugentos, um dos quais segurava um grande relógio de ouro, e o outro, um grosso rolo de pergaminho e uma pena. Ambos estavam vestidos como trouxas, embora sem muita habilidade; o homem do relógio usava um terno de tweed com botas de borracha até as coxas; o colega, um saiote escocês e um poncho.
– Bom-dia, Basílio – cumprimentou o Sr. Weasley, apanhando a bota que os transportara e entregando-a ao bruxo de saiote, que a atirou em uma grande caixa de chaves de portal usadas, a um lado; Harry viu, entre elas, um jornal velho, latas de bebidas vazias e uma bola de futebol furada.
– Olá, Arthur – disse Basílio em tom entediado. – Não está de serviço, não é? Tem gente que se dá bem... estivemos aqui a noite toda... é melhor você desimpedir o caminho, temos um grupo grande chegando da Floresta Negra às cinco e quinze. Espere um pouco, me deixe ver onde é que você vai ficar... Weasley... Weasley... – Ele consultou a lista no pergaminho. – A uns quatrocentos metros para aquele lado, primeiro acampamento que você encontrar. O gerente é o Sr. Roberts. Diggory... segundo acampamento... pergunte ao Sr. Payne.
– Se eu não tivesse quebrado algum osso, conseguiria andar tudo isso – pensa alto a ruiva.
– Obrigado, Basílio – disse o Sr. Weasley e fez sinal para todos o acompanharem.
Gina não sabia mais se reclamava com o pai ou permanecia calada, como fez a viagem basicamente inteira. Dificilmente ela teria facilidade em andar tanto com a batata da perna parecendo que estava inchando.
– Acho que me machuquei – informa Gina, para si mesmo, não esperando que alguém a ouvisse.
– Quer ajuda? – oferece Diggory.
– Eu posso ajudar minha irmã, obrigado – se intromete Rony.
A mais nova ficou irritada com o jeito grosseiro de Rony, mas deixou isso passar pois queria evitar encrenca, então sorriu agradecida para Cedrico que compreendeu e foi andando na frente, enquanto ela subia nas costas do irmão.
– Sabe que não tem muitos motivos para você agir assim. Cedrico é velho demais, nunca vai acontecer – lembra Gina, tentando acalmar o irmão.
– Desculpe, eu estou acostumado em pensar que eu sou mais responsável por você do que os outros – admite Rony, deixando a ruiva surpresa.
Por mais que ela quisesse dizer ao irmão que sente falta de quando ele passava mais tempo com ela antes de ir para Hogwarts, mas ela decidiu não contar, não queria obrigar Rony a passar a vida inteira com ela e nem parecer um peso morto para ele. Queria que ele tivesse vontade de ficar perto dela, não só porque pediu.
Eles saíram pela charneca deserta, incapazes de distinguir muita coisa através da névoa. Passados uns vinte minutos, avistaram uma casinha de pedra ao lado de um portão. Mais além, pode distinguir mal e mal as formas fantasmagóricas de centenas de barracas, montadas na ondulação suave de um grande campo, no rumo de uma floresta escura no horizonte.
– Você já começou a pesar – reclama Rony, arrancando uma risada dela que logo desceu de suas costas.
– Até mais, gente – acena Cedrico, saindo com o pai.
– Tchau – todos responderam, mas Gina apenas acenou se sentindo bem cansada.
Havia um homem parado à porta, contemplando as barracas. Gina estranhou o jeito do homem e pode até imaginar que ele não fosse bruxo.
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Gina Weasley em O Calice De Fogo
ActionGina Weasley, uma garota ruiva que tinha uma queda por Harry Potter -- um bruxo famoso por sobreviver a um bruxo forte das trevas -- tem que enfrentar problemas que ela achou que nunca aconteceria. Nisso suas amizades vão mudando e seu comportamento...