Capítulo 19

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JOSHUA SMITH

Assistimos a mais um jogo do nosso próximo adversário observando a técnina, suas interações e preferências, como estabelecem uma dinâmica de jogo e quais suas preferências. Eles são um time mais violento, o que nos permite prever que o próximo jogo será mais violento, com mais contato e que muitos de nós pararão na penalty box. Eu incluso.

 A repercursão do último jogo foi muito boa. Todos sabemos que o desempenho depoderia ter sido melhor, mas conseguimos abusar da técnica e um pouquinho da sorte para marcar um placar confortável, com uma vantagem pequena mas que nos permitiu relaxar um pouco mais.

Com a última vitória e somando a vitória de um outro jogo anterior, já estamos garantidos nas quartas de final do nosso grupo. Felizmente o próximo será em jogado em casa e mesmo se que se trate de uma mera formalidade para nós, é sempre melhor passar de fase com o título de "Invecto".

O que me preocupa um pouco são os jornalistas. Último jogo da fase de grupos, haverão repórteres de outros estados por aqui e não quero que initmidem Kelly de alguma forma. Ela acompanhará todos os jogos em casa direto da Arena, farei o impossível para conseguir os melhores lugares na arquibancada. Preciso considerar também que, à medida em que formos avançando na competição, a atenção da mídia esportiva se torna mais concentrada.

Preciso conversar com Kelly. Se ela não estiver pronta ou não se sentir à vontade podemos mudar de estratégia. Gostaria muito de tê-la aqui comigo, mas devemos evitar o estresse por conta da gravidez e sei que a mídia ficará louca quando descobrirem sobre ela. Até o momento os que falam sobre a minha comemoração e querem saber mais estão na completa escuridão e sem qualquer informação. Eu serei pai, é tudo o que eles precisam saber por enquanto.

— Acabamos por aqui. — O técnicno decreta ao pausar o vídeo e mandar que liguem as luzes da sala. O excesso de claridade me cega por um momento e faço uma careta até que meus olhos consigam se adaptar a mudança. — Trabalhem todas as informações importantes e as coloquem em prática na próxima vez que estiverem no gelo. Já sabemos como eles agem, agora treinaremos formas de dominá-los. Não podemos aplicar apenas técnica contra força bruta.

— Eles esperam que a gente abra caminho para o Downing. — Um dos jogadores fala. Essa formação de jogada tornou-se a marca registrada do nosso treinador e ele sabe usar Downing muito bem para isso.

Logan Downing não é musculoso e volumoso como os Centers costumam ser, ele é atlético e rápido. Consegue jogar bem na frente do jogo e contornar os jogadores com facilidade para chegar até o gol. Todos esperam por essa estratégia em algum momento do jogo, em que capturamos a atenção e abrimos espaço para Logan fazer seu show. Infelizmente, para os adversários, eles sabem que essa formação acontecerá mas nosso treinador é tão sagaz que consegue aplicá-la sem que ninguém de fora do Emperors perceba. Quando notam, tudo já está em andamento e não há nada que possa ser feito para impedir o desempenho.

— Eles terão isso. A diferença está na execução. Downing será a distração da vez enquanto outro jogador marcará o gol. Será a jogada em cima da jogada. Eles esperam que seja Downing a finalizar os lances, por isso marcarão com mais força nele. Vamos defendê-lo enquanto Kane patinará em meio ao caos e finalizará a jogada.

— E se eles perceberem o plano? — Outro jogador pergunta.

— Não vão. Vocês serão ótimos atores no gelo, senhores. O truque está em expor Downing sem que os outros percebam que nós o estamos expondo. Todos esperam que ele acabe com tudo, é a distração que precisamos para que a mágica de verdade aconteça. Será mais fácil de entender quando todos estiverem em seus patins, mas isso não serã hoje. Vocês têm quinze minutos até eu encontrá-los na academia. Suas bundas preguiçosas precisam estar em forma se quiserem o troféu dessa temporada.

— Sim, senhor. — Todos concordamos, mas o treinador já está caminhando para fora conversando com sua equipe técnica. Ele tem uma habilidade surpreendente em nos ignorar, o que é novo para mim. Na faculdade o treinador jogava um dicionário de palavrões sobre nós em qualquer oportunidade e eu esperava algo parecido quando entrei para a liga profissional.

Joguei por dois times profissionais antes de ser comprado pelo Missoula Emperors. Para alguém que nasceu e cresceu no calor do Texas, ir para o extremo norte de maneira permanente parecia o fim, mas me surpreendi com o lugar e realmente gosto de estar aqui. Não tive meu melhor desempenho quando era mais jovem, sempre havia manchetes e reportagens sobre como eu havia sido uma escolha desperdiçada no Draft e que provavelmente estava roubando o lugar de alguém que realmente jogasse no nível da liga profissional.

Então o Missoula apareceu. Tive um ótimo entrosamento com o time, com a equipe técnica e com a cidade. A adaptação foi bem tranquila e aprendi muito aqui. É por isso que despontei, meu desempenho insuficiente saltou a tal ponto que conquistei muitos prêmios como jogador da temporada. Não tenho interesse em sair do Missoula e eles não parecem interessados em me tirar, então estamos bem.

Jogo pelo Missoula há anos e pretendo encerrar a carreira aqui. Em algns anos esterei velho demais para a liga profissional e terei que me aposentar. Por incrível que pareça não tenho vontade de voltar para o Texas. Eu realmente tenho planos de ficar depois da aposentadoria e focar apenas no meu rancho e nos meus cavalos. Tenho um cavalariço que me ajuda por lá, especialmente quando estou fora da cidade para os jogos, mas seria bom me dedicar a isso em tempo integral. Amo hóquei, mas em alguns anos estarei velho demais para socar caras desconhecidos e ser jogado contra as proteções de acrílico. Já estou perto dos trinta e posso me manter na liga até uns trinta e cinco com facilidade, depois disso eu me aposento e sigo com meus planos.

Apenas uma noite - Os Jogadores #2Onde histórias criam vida. Descubra agora