11 - Um homem de Sorte

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As festas de casamento da família Massaro eram sempre um deleite. Muita comida e bebida para os convidados da mais alta classe.

Harumi tentava se sentir a vontade, mas a sensação era sempre como se ela não pertencesse aquela família. Ela estava sentada ao lado de Satoru na mesa principal da família observando a tristeza estampada no rosto de cada um dos recém casados e lembrou si mesma a alguns meses atrás.

-Se não está se sentindo confortável, podemos ir embora meu amor. - Satoru a puxou de seus pensamentos.

-Tá tudo bem...

O pai de Harumi, gostava da ostentação, de mostrar a sociedade o quão importante era a família Massaro. Gostava do status. Harumi, por outro lado sempre odiou esse lado dele, do teatro que ele gostava de exibir. Ela se levantou da mesa e foi tomar um ar o jardim.

-Haru? Tá tudo bem?

-Estou querido, eu só vou tomar um ar.

Ela andava pelo jardim sentindo o peso do clima daquela festa. Uma festa para se exibir a custa da felicidade dos outros.

-Então, nem no dia do casamento dos seus irmãos você pode ser feliz?

A voz do pai a tirou de seu momento de paz.

-Papa... eu não disse nada.

-E precisa? Sua cara de desgosto desfilando por aí... - Kendi estava alterado pelo saquê que havia bebido em excesso naquela noite.

-Papa, eu estou aqui não estou?

-Você sempre foi assim, invejosa, não se importa com essa família!

-Eu me importo Papa! Eu me casei, não casei?

-Agradecerei ao seu marido todos os dias por aceitar uma desgraça como você! Você pelo menos o satisfaz? Ou você fica com essa cara toda vez que ele deita com você?

-Papa... por favor...

-Misaki era uma dama, mas mesmo assim aquela ingrata renegou está família. Cuspiu na nossa honra! E o que me sobrou? Você!

-Eu nunca fui boa o bastante não é Papa?

-Sua insolente! Você nunca foi e nunca será! Você é a vergonha da nossa família! Vocês deveriam ter nascido homens, você é aquela ingrata!

Harumi segurou o choro até quando conseguiu. Ela sabia que não agradava ao pai, mas ouvir ele verbalizar doeu mais do que se ele tivesse a agredido. Ela abaixou a cabeça enquanto ele continuava a proferir ofensas contra ela. Quando sentiu os braços de Satoru a envolvê-la.

-Meu amor? Está tudo bem? - ela ergueu o olhar para o marido que olhava fixamente para ela.

-Genro! Serei grato a você por aceitar esta filha tão falha!

-Imagine Sogro, sou eu que tenho que agradecer por esta esposa. Acho que tirei a sorte grande.

-Sorte...?

-É. Sorte. Ela é dedicada, amorosa, acolhedora, gentil. Não poderia ter pedido esposa melhor.

Harumi ficou emocionada com a declaração. Aquela era a primeira vez que alguém dizia aquilo sobre ela.

-Agora, vamos sogro, o senhor precisa descansar.

Harumi sentiu-se protegida naquele momento, como se ela não precisasse mais se esconder ou fugir, porque Satoru estaria com ela.

Harumi sentiu-se protegida naquele momento, como se ela não precisasse mais se esconder ou fugir, porque Satoru estaria com ela

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O preço de uma esposaOnde histórias criam vida. Descubra agora