dezessete

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Xande

É realmente um prazer estar no mesmo ambiente que Arnaldo e saber que podemos nos ver outras vezes, já que ele é amigo de Calisto e Morato está apaixonadinho, é ainda mais louco. 

- Opa Vicentola. Bao? - questiono bebendo um shot.

- Ótimo e você? Incrível você e o Guizo terem se resolvido, é uma paz gigante agora. - diz ao meu ouvido, a música alta não permite que haja uma troca boa durante as conversas. 

- É, bom demais. Porém vim aqui pra uma coisa, te prometi minha boca e como sou cara de palavra… aceitas? - sussurro e logo recebo uma concordância em troca. 

O puxo pela barra da camisa e coloco seu corpo sentado em cima do meu. Minhas mãos correm por todo seu corpo, explorando cada pedaço e as dele arranham meu abdômen. Beijo o seu pescoço, puxo seu cabelo. Ele mexe o corpo em cima de mim e me faz sentir um frio insuportável na barriga. Nos separamos por falta de ar. 

Sim, é uma putaria sem fim estar nesse grupo de amigos. É fato que lá todos já se pegaram, inclusive alguns dormiram juntos, maluco. Mas é bom, porque sabemos que é um pra sanar algum desejo incontrolável e nada que no futuro se tornará sério. 

- Falei pra você que era só um amigo. - grito no ouvido de Morato. - Se esse cara gostar de homem, eu viro hetero. Eai, macho, bora come umas minas? 

- Devia ter escutado você. É que eu tava cego, acho que cego de ciúmes. Que porra tá acontecendo comigo? - reclama o mais velho saindo do ambiente. 

Adoro festas, resenhas, tanto faz. 
Adoro pessoas. 
Adoro beber.
Adoro fumar. 

Mas odeio ver quem eu gosto beijando outros.
Guizo e Hito no canto da sala.

As vezes eu me pergunto, o que fiz pra merecer isso? Porquê eu decidi deixar de ver o Guizo para o meu pai não acabar com a gente? Foi por isso? 

Eu me desculpei, contei toda a história e nada. Achei que um dia ele pudesse ter sentimentos por mim de novo. Querer voltar a ser o que éramos antes. Eu nunca o esqueci e nunca vou esquecer. 

Ao ver Hito indo para um lado, vou para perto do Guizo, quem sabe ele não me vê nessa luz verde e se apaixona de novo por mim. 

- Opa. Eai Guizola! - exclamo passando meu braço pelo seu ombro. 

- Eai! Estranho você vir na paz conversar comigo, mas é bom demais. Tinha saudade disso. 

- Eu também. Vi você e a Hito, as coisas tão sérias? - questiono em seriedade. 

- Ah, não. Ela disse pra mim que não quer namorar ainda, não quer no momento porque nunca foi de relacionamentos e tem medo deles. Mas geralmente quando falam isso pra mim, é ladainha.

- Mas no caso da Hito, não é. Ela sofreu muito com amor no passado e tem medo de se entregar totalmente e não ser como ela imaginava. Por isso, acho que você não devia se prender só nela, tem mais gente no mundo. 

- Eu sei. Mas ela me faz sentir algo, algo que eu só senti com você. - o desespero era evidente no seu rosto, como se ele não quisesse ter falado o que acabou de falar - Não, não, não, não, não, não. Eu te odiava até semana passada, não. 

- Mas eu nunca te odiei. - afirmo juntando nossos corpos - Caralho Guizo, eu achei que você fosse mais esperto. Eu te quero muito ainda. - acaricio seu cabelo e mexo em sua boca. 

- Por mais que eu odeie admitir, eu nunca te quis longe. Sempre te quis assim, com o corpo colado ao meu, pra terminarmos o que nunca fizemos naquela noite. - o avermelhado se entregava ao meu toque, suas mãos faziam um percurso sem direção pelo meu corpo, mas seu rosto parecia seu cabelo: uma vermelhidão sem fim.

- Então por que não terminamos? - pergunto apertando sua bunda e aproximando nossas bocas. 

- Porque eu não vou deixar você ganhar. - diz desviando do meu beijo e saindo do ambiente. 

Filho da puta.

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me ame, xanzo (rpg do cellbit)Onde histórias criam vida. Descubra agora