Lauren's Point Of View
Minha mente não estava completamente consciente, e eu não sabia se estava imaginando coisas ou ouvindo algo de verdade. Um gemido choroso vinha de longe, muito longe e minha mente ainda em lentidão se concentrou naquele som.
A voz sufocada sibilava coisas incompreensíveis e o choro foi se aproximando gradativamente. Senti um arrepio subir pela minha espinha até a nuca com o toque frio na minha pele por baixo da coberta.
Meus olhos se abriram imediatamente, me dando um choque de consciência. Dois segundos foram o suficiente para que eu conseguisse entender que os gemidos chorosos ao longe eram de Camila, que na verdade estava bem ao meu lado, e o toque frio era sua mão gelada e molhada em mim.
Arrastei o corpo para cima em um ato rápido, me sentando na cama e puxei a coberta descobrindo Camila, ela estava completamente ensopada do que parecia suor e o rosto choroso se contorcendo. Levei a minha mão na sua bochecha rosada que estava muito mais quente do que deveria, e meus olhos perderam todo o resquício de sonolência.
— No, no digas eso papi. — Seu espanhol vinha de uma voz em agonia cortante e pela primeira vez eu pude entender alguma palavra. Repousei a mão na sua testa e ela queimava em febre.
— Camila! Camila, acorda! — Deslizei a mão pelo rosto dela, que se mexeu resmungando ainda fora de órbita, os olhos não se abriram e o gemido choroso ainda estava lá, tão insistente que chegava me apertar o peito.
Joguei meu corpo para fora da cama percebendo que para além da janela estava escuro, não tinha amanhecido ainda. Acendi o abajur de luz amarela fraca ao meu lado e meus pés descalços foram disparados para o closet, levei a mão na minha própria testa como se isso fosse me ajudar a me lembrar onde Camila deixava a caixa de remédios, me dando conta que era impossível eu me lembrar de algo que eu realmente não sabia.
Tentei algumas portas, largando abertas pela pressa e encontrei o que precisava na divisória mais próxima ao banheiro. Encontrei também uma toalha de rosto limpa e vasculhei a caixa de medicamentos atrás do termômetro de testa, um antitérmico em gotas e me estiquei até a pia para molhar a toalha conforme me lembrava dos cuidados que Taylor e eu, recebíamos da minha mãe e de Marta.
Meus passos ganharam o caminho de volta para minha cama o mais rápido que meus pés conseguiram e deixei as coisas que carregava ao lado de Camila.
Ela ainda gemia baixo em um sono incomodado, o termômetro indicou 39,5°C, que pelo que meu pouco conhecimento médico sabia, era realmente uma febre alta.
— Camila! — Chamei novamente, dessa vez ela tentou abrir um pouco os olhos, mas os fechou em seguida. Passei os olhos pela cama em busca da toalha úmida e a dobrei em sua testa suada.
Aquele monte de roupa não estava ajudando em nada. Pouco a pouco livrei seu corpo do moletom molhado, a camiseta baby look por baixo que estava em situação ainda pior, o short e as roupas íntimas. Com ela longe de estar consciente eu não tinha como medicar e aquele mísero pano não faria tanta diferença. A forma mais rápida que me ocorreu de abaixar sua temperatura corporal, foi um banho.
Em um pulo deixei a cama e cobri seu corpo apenas com a coberta para não tomar um choque com a temperatura da noite. Meus pés se apressaram para o banheiro, liguei as torneiras da banheira que pouco usávamos da nossa suíte, a água morna escorreu pelos meus dedos me provando que a temperatura estava ideal e começou a preencher o acrílico.
Apressada, voltei para Camila. Seu rosto suado recebeu minhas mãos com o pano que antes repousava em sua testa, passei pela linha de seu rosto, tirando o máximo do suor que eu conseguia. Ela ainda gemia baixo incomodada, mas não falou mais nada.
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My Wife's Secrets
FanfictionLauren Jauregui é herdeira de um grande empresário que está prestes a se aposentar e passar seu legado para a filha. Ela é casada com Camila, uma mulher extremamente atraente, doce e que irradia seu redor de gentileza. Lauren, desde que conheceu a d...