Doyoung acordou meio atordoado e dirigiu-se à sua escrivaninha, onde pegou o envelope de cor amadeirada. Sem hesitar, abriu-o e encontrou várias páginas de um documento formal. Ele admitiria para qualquer um que, a cada três frases lidas, mal conseguia compreender uma. O jovem até cogitou ligar para o mais velho em busca de ajuda, mas tinha quase certeza de que não receberia o auxílio desejado.
O documento detalhava que seriam cobertos 50% dos custos do tratamento, o suficiente para suprir a parte não coberta pela clínica. Havia também a menção a um período de fidelidade de seis meses, o que confundiu Doyoung. Ele se perguntava por que precisaria assinar algo assim, considerando que a proposta era de ajuda, não um empréstimo. O texto estava repleto de termos técnicos, tornando a leitura cansativa e confusa. Exausto, Doyoung decidiu pular todas as páginas e assinou apenas a última, guardando o envelope em sua mochila para não esquecer de levá-lo à clínica e obter a assinatura de sua mãe.
Ao descer as escadas, o adolescente sentiu um delicioso aroma invadir as suas narinas, e entendeu quase imediatamente que era hora do jantar. Adentrando a cozinha, viu a Sra. Park terminar de pôr a última travessa sob a mesa, que incluía seu prato favorito, arroz com kimchi.
— Como sempre, está delicioso. A senhora é a melhor! — Elogiou Doyoung, devorando rapidamente o prato.
— Obrigada, meu anjo. Faço sempre com muito carinho para o meu coelhinho favorito. — A Sra. Park riu baixo, ao ver o garoto ficar enrubescido após ser chamado pelo seu apelido de infância. — Quando sua mãe volta pra casa?
— Acredito que na próxima semana ela vai começar tratamento, talvez ela demore um pouco para voltar. — O garoto respondeu cabisbaixo, pensando no estado médico da mais velha. Saber que com o início do tratamento as suas idas ao hospital seriam mais frequentes, fazia Doyoung sentir sua esperança esvair de seu corpo.
— Você disse que o tratamento era caro, então seu pai ajudou?
— Sim e não.
— Explique melhor, Youngie.
— Ele falou com um amigo dele, que infelizmente não conseguiu fazer muita coisa pela gente, mas o filho dele quis me ajudar.
— Quem seria essa pessoa? — Ela pergunta curiosa.
— Jung Jaehyun. — Kim diz e logo vê a senhora paralisar — Aconteceu algo Sra. Park?
— Não, não foi nada. De onde você o conhece?
— Nós estudamos na mesma sala, já é o segundo ano consecutivo.
— Do nada ele disse que queria te ajudar? — A senhora perguntou soltando seu talher no prato.
— Eita, hoje a senhora tá cheia de perguntas, né?
— Me desculpe, filho. — A mais velha levanta da mesa e retira o prato em que tinha posto para comer. — Já terminou o jantar? Vou lavar a louça, qualquer coisa é só me chamar.
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𝗺𝗲 𝗯𝗲𝗳𝗼𝗿𝗲 𝘆𝗼𝘂 ══ 𝗱𝗼𝗷𝗮𝗲
FanfictionEm um mundo onde máscaras são tecidas com fios de conveniência e reputação, Jung Jaehyun é visto como o garoto exemplar, uma figura admirada pela cidade, a encarnação da bondade e pureza aos olhos da mídia. Porém, por trás dessa fachada, aos olhos d...