Em um mundo onde máscaras são tecidas com fios de conveniência e reputação, Jung Jaehyun é visto como o garoto exemplar, uma figura admirada pela cidade, a encarnação da bondade e pureza aos olhos da mídia. Porém, por trás dessa fachada, aos olhos d...
Entre um oceano de incertezas, Jaehyun perambulava, sedento por respostas, sem um caminho definido.
Doyoung, ferido, ansiava apenas por se afastar do rapaz em quem, um dia, confiou novamente.
Após tudo isso... seriam eles capazes de ficarem juntos, mesmo assim?
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03/08/2020 (Segunda-feira)
72 horas.
Faziam exatos três dias que Doyoung tinha se isolado de todos mais uma vez.
Era uma segunda-feira, volta às aulas para o acastanhado e os demais alunos da Leesaki. O garoto tentava arrumar forças para ir tomar um banho e ter que passar algumas horas naquela tortura que todos chamam de escola, e pior, correr o risco de encontrar ele...
Jung Jaehyun.
Doyoung olhava para a janela de vidro de seu quarto e acompanhava o raiar do sol naquela manhã. Desde o ocorrido, Kim não conseguia ter boas noites de sono, chegando a ter pesadelos até mesmo em seus breves cochilos, sempre acordando aos gritos e completamente suado.
Há dias o coreano só conseguia pensar no que tinha acontecido. Por que o coreano fez aquilo consigo? Por que ele voltou para o quarto somente para lhe machucar mais ainda?
Talvez aquela versão violenta e fria do acastanhado sempre esteve ali, ele só procurava ocultar ao máximo tal traço de sua personalidade até chegar o momento certo para atacar sua nova presa.
O garoto que aos poucos foi-se desabrochando e mostrando ser alegre e carinhoso, era o mesmo que três dias atrás lhe dava empurrões e puxava seus cabelos com força.
Doyoung estava com o corpo dolorido, e havia marcas arroxeadas por todo seu torso. Quantas vezes era preciso falar não para que seu pedido fosse atendido?
Aquela era a demonstração de amor que Jung tanto falava que mostraria ao Kim?
Até que o som estridente do alarme toca, arrancando-o de seus tristes pensamentos. Era hoje... ele possivelmente iria encontrar Jung pelos corredores da escola e precisaria fingir que nada tinha ocorrido.
Em passos lentos, ele caminha até seu banheiro, onde passou longos minutos apenas sentindo a doce sensação da água gelada bater em sua pele. Após sair, caminha até seu closet procurando por uma roupa simples e confortável para aguentar passar toda a manhã naquele lugar.
Kim ficou encarando seu reflexo no enorme espelho que havia ali dentro. Suas olheiras estavam mais aparentes, sua boca estava um pouco rachada e seca e ainda conseguia enxergar as marcas escuras dos dedos que tanto apertaram seu pescoço. Ele ainda precisava maquiar aquela parte, não queria mais problemas com nenhum membro da família Jung.
