Palavras sobre a vida

Ser eu

Piada sem graça
Riso vazio
Algo está errado comigo
E eles sentem no

Eles veem no
Falam sobre ele
Mas quem é ele?
Quem é aquilo que me põe
Nestas situações
Com estas emoções
Com um coração na mão
Enquanto sou olhada
Observada
Julgada
Por respirar

Eles acham que não os vejo
A olhar de cima para baixo
Com um nojo
Com desprezo
So por eu aqui estar.

Escola que aceita todos
Escola de diferentes
Mentiras por entre dentes
Que esta gente faz

Aceitam tudo o que é nada
Inventam poças molhadas
Para eu pisar
Para eu cair
E estar sozinha

Sem apoio se nao o meu
Sem amor se nao o próprio

Que se esgota
Gasta
Acaba

Que um dia nao sera forte o suficiente
Para aguentar com esta gente doente
Que a unica coisa que faz
É tornar um mar azul em verde

Que eles que me observam
Que são falsos e vejo logo
Eles que me odeiam
Por estar no mesmo comboio

Eles que me desafiam
Para eu explodir
Aqueles que vão sorrir
Se eu mais cedo partir

Aqueles que me enganam
E eu sou bem ingenua
Aqueles que me retiram
Tudo que me trás alegria

Aqueles que de mim nada sabem
Mas de tudo falam
E aqueles que acreditam
E nem me conhecem

Aqueles que são sadicos
Que sorriem ao ver me chorar
Aqueles a que me pus vulnerável
Para uma facada levar

Aqueles que ja confiei
Aqueles que ja amei
Aqueles que ja adorei
Aqueles que por lava já caminhei

Aqueles que pedem tudo
E em troca me dão nada
Aqueles que me desgatam
E depois sou abandonada

Aqueles que sabem os meus pontos fracos

Aqueles que sabem ver para além de mim
Aqueles que escavam buracos
Para eu cair e não sair

Aqueles que pensam que sou parva
Aqueles que me acham burra
Embora eu esteja dois três passos à frente
Por eles eu recuuo.

Lealdade de graça
Amor dado sem cobrança
Não peço nada em troca
Se não confiança

Para mim
Para vós
Para a minha alma
E que para eu
Quando estiver a sós
Saiba que não estou sozinha

Quero abraços verdadeiros
Quero uma estrada lisa
Porque eu sou forte
Mas estou exausta

Exausta de tentar
Exausta de não conseguir
Exausta de dar o meu melhor
E de continuar a cair

Exausta de não me entenderem
E nao quererem entender
Exausta do barulho
Que me faz sofrer

So pedia alguem que nao fosse um gato
Para me entender e saber amar
Seja platónico ou romântico
Porque eu por mim mesma estou farta de estar.

Presença insignificante
Que se eu desaparecesse
Diferença nao faria
Que se eu so fugisse
Criaria era alegria

Ser eu é complicado
Não desejaria a ninguém
A dose de merda que carrego
E que mesmo assim
Um sorriso na cara espetado
Lentamente desvanece
Lentamente se desintegra
As razões para sorrir são ínfimas
Só o sol a nascer
Ou as flores de um prado
Me dão vontade de viver
Vontade de ter um coração amado

So isso que peço ao universo a anos.
Que embora me ame gostaria
De ser amada
De ser apreciada
De ser reconhecida como ser humano