Escrever para desabafar.

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Não sei o que te chamar.

Ai, voltamos a escrever aqui, neste bloco de notas digital cujo a única função é a para eu desabafar. Isto e o livrinho maravilhoso que finalmente vai ter conteúdo porque aparentemente 500 pessoas gostam de saber como a minha cabeça funciona e quando eu estou bem não consigo dar-lhes conteúdo.

Tive uma conversa hoje, com um amigo que tinha as suas dúvidas sobre relacionamentos na faculdade. Eu também os tenho apesar de o tentar acalmar.
Não sei muito bem explicar o porquê de pressentir que vou crescer e deixar de ser a pessoa que o meu parceiro tem. Acima de tudo, sinto que, por mais que comuniquemos, há coisas que eu já cansei de repetir e não me sinto confortável a desabafar para amigos sobre isso então escrever para um monte de estranhos parece ser uma boa solução. Não sei se realmente ultrapassei um evento de grande quebra de confiança na totalidade. Penso que não. Que se me fosse informado em pessoa eu teria já acabado. Mas faltei-me ao respeito porque gosto de um homem. É preciso ser hipócrita. Ser aquela pessoa a quem os amigos confiam e veem para estabelecer limites e eu aqui, a derrubar os meus. Porque o amo. Porque já estamos juntos há algum tempo.... É complicado.

Fui rudemente interrompida para ir jantar.

Falei dele, vai conhecer o meu pai. Acho que deveria só ir com a corrente e descobrir o que acontece pelo caminho. Estou numa fase em que me tenho que colocar como propriedade em vários aspetos senão não consigo ser a melhor versão de mim mesma. Bastante pressão. Pôr o destino nas mãos de alguém que nem tem o cérebro completamente desenvolvido. Atirarem-me para o mundo real tão cedo. Tem as suas vantagens e desvantagens.
Sabem, caros leitores, a coisa que mais odeio no mundo é sentir-me presa. Presa com alguém ou presa num sítio. Eu entro em pânico se me sinto presa. É a primeira vez na vida que não me sinto presa pela minha mãe, embora este sentimento não esteja a ser sentido na sua típica forma. À medida que fomos crescendo, a liberdade aumentava. No entanto, eu sentia-me sofocada. A mera presença da minha mãe sempre foi e é um gatilho único. Ela, acima de todos, tenta sempre subtilmente colocar-me na sua caixinha de expectativas e aqui entre nós, não se cala. Foi bom viver no sossego sem alguém a tentar preencher o silêncio ao fim de 18 anos de existência. Com todo o respeito, aprendam a ler e não ignorar a linguagem corporal de alguém que claramente quer ser deixado em paz. Calem-se.
Isto tudo para dizer que o meu parceiro atual não me faz sentir presa de qualquer maneira mas eu penso que poderá haver um evento/momento futuro em que isso aconteça pelo simples facto que teremos expectativas diferentes em relação a nós próprios. E prioridades diferentes também. A minha propriedade é o meu futuro. É o apartamento pequenino e cor de rosa com um gato em Lisboa. É este o objetivo do começo da vida adulta. Namorado ou namorada ou não, estou me meio a cagar sendo honesta. Cumpro objetivo atrás de objetivo para criar o meu futuro para esse resultado final a que chamei de felicidade. Pois nada me motiva mais do que o pensamento que estou cada vez mais perto de atingir a paz. E farei de tudo, e darei o meu melhor nos estudos para garantir que isso acontece. Se eu sinto que algo ou alguém está no caminho do meu objetivo, eu simplesmente removo esse obstáculo. O maior é a minha mãe, mas esse vai se removendo aos poucos, à medida que o tempo passa.
Eu gosto muito de falar. Falar da vida, do que sinto e do que penso. Gosto ainda mais do escrever e assim se geram estes textos cheios de emoção e relativamente bem descritivos sobre o estado da minha vida no momento em que os escrevo. Afinal, pra quê escrever se não se tiver um propósito?
Escrever ajuda-me a relaxar e a pensar com mais claridade, até me surpreendo comigo mesma quando descubro que o meu vocabulário é relativamente extenso e que este tipo de escrita é o meu preferido. Escrever por escrever. Escrever para o vazio onde espíritos (na melhor das possibilidades) olham para o meu ombro de trás e me observam a escrever e pensa "porra, esta gaja precisa de ir ao psicólogo, não ao wattpad". 
Acho que devo terminar aqui o meu testamento de palavras desorientadas que de alguma maneira de relacionam umas com as
outras, e continuar a pensar sobre o mundo...yay.

Atualizando este texto: acabei, fui com o vento pois percebi que não tinha coragem de pôr a minha família a conhecer alguém que eu não confio.

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