Capítulo 03

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Rebecca Blake

Minha batida soa bem baixinha quando bato, meu coração está acelerado, então no mesmo segundo a voz dele para e meus joelhos tremem. Eu estou nervosa, mas eu preciso conseguir o que eu quero. E isso é Tom Parker.

— Entre. — sua voz rouca diz e é quase como se meu corpo obedecesse automaticamente quando abro a porta do escritório.

O Sr. Park está de pé, segurando um papel em uma mão e um gravador em outra. Parece que ele estava gravando sobre algum assunto de contabilidade e análise de custos. Não posso acreditar que ele esteja trabalhando até agora. Ele nunca descansa? Ele parece cansado e estressado e eu só queria poder fazê-lo relaxar um pouco. Apesar das sombras embaixo dos seus olhos, ainda é o homem mais bonito e poderoso do mundo. Uma leve carranca se forma em seu rosto e eu tento não me encolher porque não quero estar incomodando, mas eu simplesmente tenho vontade de estar perto dele a todo momento e eu devo aproveitar cada oportunidade agora que sou maior de idade.

— Ei, Sr. Parker. — eu falo depois de longos segundos.

— O que está fazendo acordada a essa hora? — pergunta ríspido e eu tento não me abalar.

— Poderia te perguntar o mesmo. — dou um leve sorriso e um músculo salta em sua mandíbula — Trabalhando até uma hora dessas?

— Sim. — responde secamente e desvia o olhar do meu rosto de volta para o papel em suas mãos.

Não é de admirar que ele nunca olhe para mim apesar de tudo que nos impede de sequer pensar um no outro, o que obviamente eu não dou a mínima, mas sei que para ele é um grande problema. Esse homem é um grande empresário, construiu um grande império de negócios no ramo das finanças, tem imóveis e automóveis e mesmo que meu pai tenha tido tudo isso também, para um homem assim, devo ser tão insignificante comparada as pessoas, mulheres, importantes que ele deve ter contato. Sou tão jovem e carente. Desesperada por sua atenção e proteção. As vezes pode ser que eu seja a menininha que ele pensa e não saiba nada da vida.

Eu nunca fui tão insegura, mas quando se trata dele, eu quero ser tudo que ele sempre quis e desejou. É confuso, mas é o que é.

— Está preparando a aula de amanhã ou isso é sobre sua empresa? — indago, querendo puxar qualquer assunto que o faça falar comigo.

— Estava praticando uma apresentação para os alunos enquanto faço estudos de estatísticas de mercado. — responde casualmente.

— Oh. Fazendo duas coisas ao mesmo tempo, não se sente sobrecarregado as vezes? — continuo insistindo em prolongar assunto, ainda que seu bem estar seja de extrema importância para mim.

— Estou acostumado. São muitos anos fazendo a mesma coisa. — responde e eu posso estar equivocada, mas senti uma entonação extra nas palavras muitos anos.

Ele quer ter certeza de que eu sei sua idade? Sorrio para mim mesma. Mal sabe ele que isso é uma das coisas que me faz ser atraída por ele.

— Jantou? — pergunto.

— Sim, eu comi. — ele continua olhando para o papel e eu começo a me sentir mal.

Estou incomodando-o e o pior é que eu nem consigo pegar meu orgulho e sair. Quero me jogar em seus braços e forçá-lo a me querer como o quero. Deus, sou tão patética! Isso é tão ridículo da minha parte! Nem isso me faz ir.

O escritório está parcialmente escuro, mas a luz do abajur próximo a sua mesa ilumina mais seu rosto, dando-me um melhor vislumbre da sua barba de fios grisalhos, seus cabelos da mesma cor e seus olhos azuis que adoro. Ele está vestindo uma calça de pijamas cinza e uma camiseta preta, e eu adoro as tatuagens em torno de seus braços fortes de homem maduro que poderia me segurar lá e me manter segura. Eu mordo o interior da minha bochecha, olhando para ele com desejo.

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