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- Me desculpa, eu não queria te fazer chorar... -Antony se senta ao meu lado-

- Eu me tornei igual ele... -soluço-

- Não... não é bem assim...

- É sim, ele me traiu e eu traí ele...

- Não é exatamente uma traição, nem terminamos nada... -acaricia minha coxa coberta pela calça-

- Eu preciso de um banho... -suspiro-

- Tudo bem, vai lá... -se levanta, destranca a porta e vai embora-

Eu caminho até o chuveiro e começo o banho. A água gelada com certeza vai me dar um resfriado, mas eu prefiro um resfriado do que sentir o calor do desejo.

Meu corpo parece estar em chamas. Isso é agonizante. Eu me sinto impotente por não ter coragem de tocá-lo, mas também me sinto impotente por não poder tirar esse desejo de mim.

Que porra.

Visto um moletom e short. O banho me deixou com frio. Eu me sinto uma idiota. Completamente burra.

Ouço batidas na porta. Termino de me vestir rapidamente e murmuro um "já vai".

- Maninha, o Daniel tá chorando porque o "tio" Antony foi embora junto com o Lorenzo. O que fazemos? -Júnior pergunta apontando para baixo e posso ouvir um chorinho-

- Merda... eu vou descer. -descalça, eu corro para o andar de baixo e vejo meu menininho no colo do pai chorando e esfregando os olhinhos. Se ele já se apegou ao Antony desse jeito, como eu poderia me divorciar de Neymar e tirá-lo da casa que sempre morou?- oi meu bebê... -me sento ao lado de Neymar e meu filho se ajeita no meio de nós dois-

- Lolo e titio folam embola mamãe -seus olhinhos verdes me encaram inundados- meu amiguinho...

- Ah filhinho, tudo bem -beijo seu rostinho-

- Não tá tudo bem... -seu biquinho treme-

- Por que eles foram embora?

- Não sei, o Antony só pegou as malas e os dois foram embora. -Ney da de ombros levando as mãos até o cabelinho cacheado do nosso menino fazendo um carinho que faz Daniel piscar meio sonolento- as pessoas vem e vão filho, precisamos lidar com isso -deita a cabeça em meu ombro e eu sinto seu perfume másculo e amadeirado-

- Mas é mal! Eu tô sentindo mal! -deita em nossas coxas. Estava encolhidinho-

- E tá tudo bem se sentir assim, é normal sentir isso quando alguém vai embora, entende?

- Uhum -agarra a camiseta do pai e morde a barra. Neymar nem se importa, apenas faz carinho nele- posso mimir?

- Pode... -Neymar murmura quase pegando num sono. Antes que durma, ele ergue a cabeça e me dá um beijo na ponta da orelha e volta a deitar em meu ombro. Senti falta disso. Da família-
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COMBATE - ANTONY X NEYMAROnde histórias criam vida. Descubra agora