Meu Amor Verdadeiro

Missão concluída

Misty narra.

Está na hora do encontro do casal. Rayssa e eu decidimos chama-las de Nacila, é um shipp ruim? Sim, porém vamos usar esse mesmo.

Acabamos de subir com ela, ela está no parapeito central esperando a Priscila. Rayssa e eu estamos atrás do muro do quartinho que dá acesso pro elevador e pras escadas.

Ficamos esperando até ouvirmos passos.

Estamos longe então não ouvimos a conversa, apenas vemos elas de longe.

- Parece que estão indo bem.

Ela sussurrou em meu ouvido se aproximando.

- Muito bem por sinal.

Disse quando vimos elas se beijarem.

- Acho que vou segurar vela no meu próprio quarto hoje.

Rimos baixo, eu me virei para olha-la, ela está linda.

Um short jeans curto e branco, cropped de manga longa lilás, e um tênis ALL star preto de cano alto. Um estilo impecável, simples e lindo.
Cabelo liso solto, caindo sobre seus ombros. Seus olhos refletem a luz do sol. Acredito que nunca vi alguém tão bonita assim.

- Quer dormir no meu quarto hoje?

- Quero, sua cama é o paraíso.

- Vamos deixar elas a sós. Vem.

Segurei sua mão a puxando para o elevador.
Descemos e fomos direto para meu quarto.

- Quer assistir alguma coisa?

Liguei a tv colocando na Netflix e entregando o controle pra ela.

- Riverdale?

- Claro!

Ela clicou em "continuar assistindo" e selecionou Riverdale. Eu estava revendo o EP 10 da segunda temporada, acho que é o meu favorito.

Deitei ao seu lado na cama, sentido seu perfume doce.

~~~Quebra de tempo (22:32).~~~

Estamos aqui faz algumas horas. E no momento, estamos segurando a mão uma da outra e eu estou com a cabeça apoiada em seu ombro. É bom ter ela aqui.

- Misty, tá acordada?

Ela pergunta baixo, sem se mexer muito.

- Sim...

Ela se vira já cama, ficamos de frente uma pra outra, ainda de mãos dadas.

- Melhor irmos tomar banho pra dormir.

Ela concordou com a cabeça.

- Vem escolher um pijama pra você.

Levantei devagar pra não ter um episódio de tontura.

Levei ela pro meu closet e apontei pra parte dos pijamas.

- Meu deus... Tudo isso são só pijamas?

Parecia abismada, o que me fez rir um pouco.

- É no que dá ter a Evie como madrinha.

Ela escolheu um pijama de caveirinhas preto, e eu peguei um do Bob esponja.

Deixei ela tomar banho primeiro enquanto eu pedia alguma coisa pra gente comer.

Abri o aplicativo e pedi dois hambúrguers no Burguer King.

Quando terminei de pedir ela saiu do closet, já vestida e de cabelo molhado.

Diria que Rayssa é a garota mais bonita que já vi.

Quando olho pra ela, meu coração falha por alguns segundos, e acelera em seguida.

Ultimamente tenho me sentindo confusa sobre o que sinto por ela.

Não é só uma amizade, mas não sei dizer exatamente o que é.

- Já pedi os hambúrguers. Tem sorvete do frigobar.

Falei levantando da cama.

- Isso aqui é o paraíso em forma de quarto.

Ela sorriu me deixando meio boba.

- Vou tomar banho ok. Já volto.

Ela apenas concordou com a cabeça indo escovar seu cabelo.

~~~~Quebra de tempo~~~~

Saí do closet tendo a visão da garota sentada em minha cama, mexendo no celular.

Pelo cheiro que estava no quarto, a comida já tinha chegado.

- Quer ajuda com o cabelo?

Ela perguntou me tirando de meus devaneios.

Acenei, fazendo que sim com a cabeça.

Sentei em sua frente de pernas cruzadas como uma criança. E ela começou a pentear delicadamente cada mecha.

- Seu quarto é incrível... Essa cama é o céu. O closet é enorme. O frigobar tá lotado de coisas gostosas... Sério, isso é perfeito.

Ri um pouco de seu entusiasmo com o quarto. Ela fala tudo isso toda vez que vem aqui, e ela vem aqui com muita frequência.

- Seus pais te dão tudo né?

- Sim, é tipo um jeito deles de compensação.

Disse após pensar por alguns segundos na pergunta.

- Como assim?...

- Eles fazem tudo pra mim e pro meu irmão... Pra tentar compensar a gente pelo que aconteceu no internato...

Ficamos em silêncio por alguns segundos, até ela voltar a falar.

- O que aconteceu lá? Tipo, eu sei de um forma geral mas... Não exatamente, acho que essa informação não chegou na mídia.

Ela terminou de pentear meu cabelo, então me virei pra ela para continuar a conversa.
Nunca tive muita vontade de falar sobre minha infância com ninguém, mas ela me faz sentir confortável pra isso.

- Eles nos batiam por qualquer mísero erro. Como, derrubar água, não amarrar o cadarço, ou por fazer qualquer coisa que eles achassem errado. Em específico, as freiras tinham um problema com a monarquia, e achavam que era uma ótima ideia descontar em mim e no meu irmão.

Vi que sua mão estava segurando a minha quando parei de falar.

- Essa cicatriz que você tem no pescoço, foi de lá?

Ela perguntou fazendo um leve carinho em meu rosto, o que provavelmente me fez corar um pouco.

- Não... Essa foi de um vez que eu caí no balanço. Mas essa aqui, na testa, foi do meu último dia lá.

Mostrei uma cicatriz menor que fica escondida de baixo da minha franja lateral.

Ela sorriu pra mim e me abraçou.

- Obrigada por confiar em mim pra falar disso, imagino que deva ser difícil lembrar disso.

Continuou me abraçando, me fazendo sorrir cada vez mais.

- Ray...

Chamei-a, ela me soltou para me olhar.

- Eu amo você...

Vi um sorriso lindo se formar no rosto dela, uma lágrima escorreu pelo canto de seu olho.

- Amo você...