Era a manhã da véspera de Natal e, por todo o castelo, nenhuma criatura se mexia, nem mesmo um kneazle.
Mais importante ainda, o outro lado da cama de Severus estava vazio. O cheiro do ômega que deveria estar ali permanecia nos lençóis emaranhados, mas o próprio Harry não estava em lugar nenhum.
Severus gemeu e cobriu os olhos com o braço, lembrando-se da noite anterior.
— Você gostaria de me foder? — ele se ouviu perguntando na memória, um suspiro, um coaxar.
Havia álcool envolvido, mas ele não conseguia culpar o uísque que bebera antes de dormir. Não quando ele estava pensando em abordar a ideia há horas.
.
Tudo começou no final da tarde. Estendido em frente ao fogo na sala de estar de Severus, Harry quebrou um silêncio bastante amigável ao dizer:
— Ginny foi quem contou à imprensa. Sobre eu ser um ômega, quero dizer.
Severus havia fechado seu livro sobre transfigurações elementares para dar a Harry toda a sua atenção. Ele tentou não se distrair com o volume da bunda atrevida do garoto em sua calça de moletom, que era comprida demais e decorada com o emblema dos Chudley Cannons.
— É mesmo?
Harry virou os olhos que dançavam com a luz do fogo para ele. Sua voz era suave.
— Ela disse que escapou quando um repórter perguntou por que terminamos.
Severus parou por um momento para considerar o quão intensamente Harry deve ter sentido a traição de sua namorada de infância. Ele se inclinou mais perto.
— E você acreditou nela?
O homem mais jovem soltou um suspiro, abaixando ligeiramente os ombros.
— Sim. Gin tem temperamento, mas ela não é vingativa. — Ele balançou a cabeça bruscamente e voltou-se para as chamas. — Mas ela deveria ter sido mais cuidadosa.
— Ela apenas disse a verdade — Severus apontou, decidindo bancar o advogado do diabo. — Ou você prefere ter escondido essa parte de você do mundo pelo resto da sua vida?
— Não sei. — Harry passou a mão pelo cabelo perpetuamente desgrenhado (atualmente ainda mais desgrenhado do que o normal, considerando como ele acabou deitado de costas, rolando-o contra o colchão enquanto ainda estava molhado depois do banho naquela manhã). Ele ergueu uma sobrancelha e ofereceu um sorriso torto. — Você é meu terapeuta agora, Severus?
Severus bufou e recostou-se nas almofadas do sofá novamente, reabrindo seu livro.
— Merlin me livre. — Ele começou a ler novamente.
Depois de observar disfarçadamente Harry continuar a olhar pensativo para o fogo por mais dez minutos, Severus sentiu sua paciência acabar.
— Harry — ele disse humildemente.
O homem mais jovem ergueu os olhos novamente, o rosto corado pelo calor das chamas.
— Sim?
Severus manteve os braços abertos.
— Venha aqui.
Em um contraste marcante com a hesitação cautelosa que ele teria demonstrado poucos dias antes, Harry o atendeu instantaneamente. Subindo no colo de Severus, ele enterrou o nariz no pescoço do alfa e passou as pernas por cima do braço do sofá.
Severus ergueu os braços para circundar os ombros de Harry, e eles respiraram juntos por um tempo.
— Ela disse que eu a decepcionei, mentindo para ela sobre meu gênero o tempo todo — murmurou o homem mais jovem. — Ela disse que sempre pensou que eu seria mais masculino quando estivéssemos juntos, que a arrebataria como um herói de um livro de histórias ou algo assim.
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Holiday Magic | Snarry
أدب الهواةPara surpresa de ninguém, Severus Snape não gosta muito do Natal. Mas quando ele e Harry Potter ficam presos juntos em uma situação complicada durante as férias, será que ele aprenderá a abraçar o espírito natalino, afinal? [Esta é uma tradução auto...