15. Baby, está frio lá fora

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Para seu alívio, Severus encontrou Harry em seu escritório externo.

Ele estava tremendo, já que ninguém se preocupava em acender uma fogueira ali há dias. Pegando Harry nos braços, Severus murmurou:

— O que você está fazendo aqui, seu garoto miserável? — em seu cabelo. Os retratos, inclusive o de Albus, estavam dormindo; a porta para o resto do castelo ainda estava selada.

— Mm — Harry disse, como se isso fosse uma resposta. Ele se derreteu contra Severus, então se libertou e pegou um casaco da cadeira de visitantes ao lado da mesa de Severus.

Era o casaco que ele usava naquela manhã fatídica, há uma semana, quando a prisão começou. Virando-se para encarar Severus com o casaco entre eles, Harry perguntou:

— Você se lembra de como eu queria falar com você? Antes da poção ser derramada?

As sobrancelhas de Severus se ergueram. Ele lembrava, embora outras coisas tivessem redirecionado completamente sua atenção desde então.

— Você disse que não poderia esperar até depois do Natal — ele respondeu cautelosamente, estendendo a mão para alisar um cacho solto da testa de Harry. Era tão fácil ser tátil com Harry agora.

Um lado dos lábios do jovem se ergueu.

— Sim. Havia duas coisas, na verdade. Este era a primeira delas. — Ele desdobrou o casaco para revelar um pacote embrulhado em vermelho e verde com uma fita brilhante no topo.

— Um presente de Natal? — Severus perguntou, embora normalmente desprezasse afirmar o óbvio.

Saltando na ponta dos pés, o sorriso de Harry só cresceu.

— Sim. — Ele colocou o pacote nas mãos de Severus. — Vá em frente, abra.

O presente provou ser uma fotografia, obviamente trouxa. Ao fundo havia uma árvore de Natal fortemente enfeitada. Em primeiro plano estavam ele e Lily.

Eles pareciam ter cerca de dez anos de idade, usando coroas de Natal enquanto seguravam um fio de enfeites de ouro entre eles. Lily estava com um suéter verde horrível, rindo e olhando para a câmera, enquanto Severus, em suas roupas típicas de lixo, sorria para ela de lado e enrolava a ponta do enfeite em um laço em um braço.

A moldura de madeira era simples, mas sua cor realçava o brilho de Lily.

— Eu encontrei enquanto estava mexendo em algumas coisas no cofre Potter — Harry explicou calmamente. Ele estava mexendo o lábio inferior enquanto olhava da foto para o rosto de Severus. — Achei que você gostaria mais do que qualquer coisa que eu comprasse em uma loja... mas talvez você não queira ser lembrado...

— Não — Severus interrompeu, engolindo em seco devido a um nó repentino na garganta. A foto era preciosa, um fragmento do passado que ele nem sabia que havia perdido. — Eu aprecio... Isto é, este é um presente muito atencioso. Foi... — Severus pigarreou novamente. — Foi tirada um ano antes de Hogwarts. Os pais de Lily - seus avós - me convidaram para jantar na véspera de Natal... Eles adoravam os feriados, assim como você. Logo depois disso, pegamos biscoitos de Natal. Depois escrevemos cartas para o Papai Noel e os jogamos no fogo.

Foi menos doloroso falar sobre isso do que ele esperava, mas ainda assim doeu o suficiente para que ele precisasse fazer uma pausa e fechar os olhos.

— Você escreveu um desejo? — ele ouviu Harry perguntar, e então houve a pressão de uma mão apoiada em seu braço, algo em que ele poderia se inclinar.

— Sim.

— O que você desejou?

Severus abriu os olhos novamente.

Holiday Magic | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora