.16 - A caminho do bosque.
pov. CAROLINA WEILLER
DISPENSEI MINHAS SERVAS Priska e Selena dos afazeres daquela noite assim que cheguei ao grande quarto. A raiva ainda me dominava e eu me movia feito um furacão, com passos largos e movimento circulares pelo cômodo. Eu não me deixaria vencer tão fácil e como não desistiria rapidamente, precisava de um plano.
A primeira coisa que pensei foi ir ao bosque e procurar por Ripchip e seu exército de ratos, e pedir que me ajudassem a empunhar uma espada. Na época, a magia que habitavam em mim me dizia claramente que eu precisava daquilo. Me dizia que eu seria mais forte, viva e poderosa com uma lâmina afiada em minha mão.
Não era uma rebelião, longe disso... Eu só queria aprender a lutar e depois que soubesse manejar uma espada eu mesma iria decidir se cabia a mim usá-la ou não.
Pedro não havia ao menos tentado entender meu lado e aquilo era o que mais me magoava. Ele sabia que eu estava desesperada devido ao silêncio de Jadis e ao futuro incerto que teria, mas mesmo assim não se esforçou em me ouvir. Aslam havia me chamado, então se a pessoa que eu mais confiava decidiu não me ajudar, com certeza meu povo me ajudaria.
Rapidamente me sequei e peguei o primeiro vestido que vi pela frente, tomei uma capa seca de cor verde-musgo e saí a passos largos em direção a porta, descendo rapidamente os vários lances de escadas e passagens que davam ao salão principal. Estava tão agitada, frenética e com raiva, que esbarrei bruscamente em alguém e na hora em que nossos corpo se chocaram, vi apenas os olhos negros em um rosto branco com sardas.
— Ai! — Ele reclamou — Nina?! Por que está andando tão depressa? — Edmundo perguntou enquanto passava a mão por seu braço que provavelmente estava dolorido após o esbarrão.
— Eu... — Respirei fundo, passando os dedos por minha testa, percebendo que minha mão tremia levemente — Desculpe, não lhe vi.
— Na velocidade em que está andando, dificilmente veria alguém. O que aconteceu? Parece nervosa.
— Eu preciso de alguém para me acompanhar ao bosque. Eu estou indo ao haras, vou buscar um cavalo selado. Você vem comigo?
— É sério que quer ir ao bosque de noite e na chuva? — Ele me olhou desconfiado — Está brincando, não está? Isto é perigoso!
— Ah, claro! — Soltei um riso forçado — Como sempre tudo é perigoso para vocês homens, conte-me uma novidade Rei Justo — Revirei os olhos, sendo sarcástica. Estava tão aborrecida que sarcasmo e ironia rolavam naturalmente por minha língua.
— Ei, o que está acontecendo afinal? — Edmundo perguntou de forma séria e tocou levemente meu braço — Por que está agindo assim e por que quer sair a essa hora da noite? Você acabou de chegar.
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Fanfictionððð ððð ððð... ⊠Talvez "ððð ð¢ðð ð£ðð§" não fosse o melhor termo para começar essa história, já que a menina da história - embora doce e meiga - não acreditava em conto de fadas. Talvez seja normal uma menina não acreditar em cont...